Preços da soja: mercado registra valorização; milho apresenta queda
Soja e milho apresentam movimentos opostos. Confira a análise da Grão Direto e entenda por que os preços da soja vêm subindo, ao passo que os preços do milho têm apresentado queda.
Preços da soja na última semana
Na semana anterior, houve predomínio de alta nas cotações da soja na Bolsa de Chicago, fechando a sexta-feira (19/11) valendo US$ 12,65 por bushel (+1,8%). Essa valorização se deve à demanda mais forte pela soja norte-americana e ao aumento da procura internacional por óleo e farelo do grão — que, apesar de não ter valorizado significativamente na semana, acumula forte alta no mês.
De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a China foi o principal destino da oleaginosa norte-americana. A valorização da soja na Bolsa de Chicago não foi tão elevada por conta da queda semanal do petróleo, que retornou a patamares abaixo dos US$ 80,00 por barril.
O dólar também teve uma semana de valorização (de 2,70%), sendo cotado a R$ 5,61, no fechamento de sexta-feira (19/11). O mercado ainda continua cauteloso com o cenário fiscal, em meio às negociações da PEC dos Precatórios e à possibilidade de reajuste salarial para servidores públicos, que agregou às preocupações já existentes. Com a alta do dólar e da Bolsa de Chicago, os preços de soja disponível e 2022 se valorizaram no Brasil, voltando aos mesmos patamares do mês passado.
Poderá haver uma semana de queda, levando em consideração que as chances de aprovação do reajuste salarial dos servidores são mínimas. Caso seja aprovada, será em um valor que não comprometa as contas públicas. No cenário de Bolsa de Chicago em alta e dólar em queda, há possibilidade de estabilidade nos preços da soja brasileira.
Expectativas para o mercado de soja
Para esta semana, o mercado da soja permanece voltado, principalmente, para o plantio e desenvolvimento da cultura no Brasil e na Argentina. Apesar do clima favorável até o momento, alguns mapas climáticos começam a projetar chuvas abaixo da média nos meses seguintes para a região Sul. Isso refletindo na incidência do fenômeno La Niña, que poderá causar incertezas na boa produtividade das regiões afetadas.
Além disso, também estarão no radar os movimentos da demanda chinesa no mercado internacional, assim como a reta final dos trabalhos de colheita nos EUA. Caso o consumo continue firme, poderá haver continuidade de alta nas cotações da Bolsa de Chicago.
Mercado do milho na última semana
Na semana anterior, as cotações do milho continuaram com seu movimento de queda, porém, em ritmo mais lento. Muitos compradores não só garantiram a demanda deste mês, como até o fim do ano, se mostrando bastante cautelosos já a partir de agora, sem pressa na renovação de seus estoques de milho.
Além disso, a medida provisória que zerou PIS/Pasep e Cofins na importação do milho, criada para enfrentar a baixa oferta do produto no mercado interno, teve sua vigência prorrogada até o final de 2021, o que impulsionou as importações.
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), na primeira quinzena do mês, o país já importou 33% a mais do que foi registrado em novembro de 2020. Falando em mercado externo, a Bolsa de Chicago (CBOT) finalizou a semana com queda de 1,2%, encerrando a US$ 5,70 por bushel. Nesse cenário, a exportação continua sendo pouco vantajosa, ofertando mais milho no mercado doméstico.
Expectativas para o mercado de milho
Para esta semana, as cotações no mercado interno poderão ficar mais estáveis, sinalizando uma possível finalização do seu movimento de queda. O avanço do plantio e o estabelecimento da safra verão no Brasil, juntamente com aumentos nas previsões de demanda, são fatores que podem movimentar as cotações.