Agricultura: uma viagem pela história e a importância do setor para o Brasil
Você sabe qual é a atividade capaz de fornecer os recursos básicos para a alimentação, vestuário, energia e saúde? Estamos falando de uma das principais fontes de renda e emprego para milhões de pessoas no mundo, especialmente nos países em desenvolvimento: a agricultura.
Mas você já se perguntou por que ela é tão importante para a nossa sociedade? Neste artigo, vamos explicar o conceito, a história e os benefícios dessa atividade que sustenta a vida humana no planeta. Continue para acompanhar os detalhes!
O que é agricultura?
A agricultura é uma atividade econômica que parte do cultivo de plantas para a produção de alimentos, fibras, combustíveis e matérias-primas para as mais diversas finalidades. Além disso, é uma das práticas humanas mais antigas e fundamentais para a sobrevivência e o desenvolvimento das civilizações.
A origem da agricultura é realmente muito antiga. Teve início quando os seres humanos deixaram de ser nômades e passaram a se fixar em um local, domesticando espécies vegetais e animais. Ela começou a ser praticada de maneira independente em várias regiões do mundo, como o Oriente Médio, a China, a América Central e os Andes.
Qual é a história da agricultura?
A agricultura surgiu há milhares de anos, permitindo que os seres humanos deixassem de lado o nomadismo e se estabelecessem em um lugar específico por mais tempo. Esse processo ficou conhecido por Revolução Agrícola e marcou também o início da civilização.
Foi graças à agricultura que as pessoas começaram a formar as primeiras comunidades, expandiram os grupos sociais e deram início às cidades. Em seguida, outros marcos começaram a surgir, como a divisão do trabalho e o surgimento da escrita.
Esse movimento ocorreu nas mais diversas regiões do mundo, como no Oriente Médio, na China, na Índia, na América Central e na América do Sul. Obviamente, em cada lugar se cultivava diferentes espécies de plantas, de acordo com o clima, o solo e as necessidades locais.
Ao longo da história, a atividade passou por diversas transformações, como a introdução de novas técnicas de irrigação, adubação, rotação de culturas, mecanização, biotecnologia e agroecologia. Essas mudanças tiveram o objetivo de aumentar a produtividade, a qualidade e a sustentabilidade da agricultura.
Quais são os tipos de agricultura?
Existem diferentes tipos de agricultura, conforme os objetivos, as técnicas e os impactos ambientais envolvidos. Os principais são:
- agricultura de subsistência — que tem como objetivo o consumo, sem visar ao mercado, em pequenas propriedades, com técnicas tradicionais e sem uso de máquinas ou adubos químicos;
- agricultura orgânica — que busca o equilíbrio ambiental e o desenvolvimento social dos produtores, sem uso de defensivos agrícolas, fertilizantes sintéticos ou organismos geneticamente modificados;
- agricultura comercial — que é voltada para o mercado, visando ao lucro dos produtores, com uso de monocultura, técnicas modernas, manipulação genética, uso de agroquímicos e máquinas;
- permacultura — que integra o processo agrícola ao meio ambiente, considerando os aspectos energéticos e paisagísticos, com plantas semipermanentes e permanentes.
A agricultura também pode ser classificada de acordo com alguns critérios, como o tamanho da propriedade e o destino da produção e o impacto ambiental. Confira a seguir:
Agricultura familiar
A agricultura familiar é realizada por pequenos produtores rurais, que utilizam predominantemente a mão de obra familiar, possuem propriedade de até quatro módulos fiscais e têm uma relação direta com a terra.
É responsável por grande parte da produção de alimentos no Brasil e no mundo, contribuindo para a segurança alimentar e nutricional da população. Além disso, preserva os saberes tradicionais e a diversidade cultural do campo.
Agronegócio
O agronegócio é o conjunto de atividades econômicas relacionadas à produção agrícola ou agropecuária. Ele abrange desde a gestão dos insumos agrícolas, o cultivo das plantas e a criação dos animais até o processamento, a distribuição e o consumo dos produtos.
Essa prática é caracterizada pelo uso intensivo de tecnologia, capital e mão de obra especializada. Inclusive, hoje o agronegócio é um dos setores mais importantes da economia brasileira e mundial.
Dentro do agronegócio, há o que chamamos de agricultura moderna, que se utiliza de técnicas e tecnologias mais avançadas para aumentar a eficiência e a competitividade da produção agrícola. Ela inclui, por exemplo, o uso de:
- máquinas agrícolas — tratores, colheitadeiras e drones;
- sistemas de irrigação — gotejamento e aspersão;
- biotecnologia — transgênicos e biofertilizantes;
- tecnologia — softwares de gestão e monitoramento.
O objetivo da agricultura moderna é otimizar o uso dos recursos naturais e reduzir os custos e os riscos da atividade agrícola, dando origem às chamadas smart farming (fazendas inteligentes).
Agricultura urbana
A agricultura urbana é praticada dentro ou nos arredores dos centros urbanos, aproveitando os espaços ociosos ou subutilizados, como terrenos baldios, quintais, telhados e varandas.
Esse modelo é importantíssimo para a produção de alimentos frescos e saudáveis para o consumo próprio ou para a venda. Além disso, gera renda e emprego para os moradores urbanos, promove a educação ambiental e a inclusão social.
Qual a trajetória da agricultura no Brasil?
A agricultura brasileira se desenvolveu desde a colonização, com o cultivo da cana-de-açúcar, do café, do algodão e da borracha. Hoje, os principais produtos agrícolas brasileiros incluem também a soja, o milho, o suco de laranja, o arroz, o trigo e o cacau.
A seguir, voltamos no tempo para falar sobre as quatro principais fases da história da agricultura no Brasil. Boa viagem!
Período colonial (1500-1822)
Essa é a primeira fase, quando os portugueses chegaram ao Brasil e introduziram culturas como cana-de-açúcar, café, algodão e tabaco, que eram exportadas para a Europa. A agricultura colonial era baseada:
- no latifúndio (grande propriedade rural);
- na monocultura (cultivo de uma única espécie);
- na escravidão (uso de mão de obra escrava).
Período republicano (1889-1930)
A segunda fase corresponde ao período em que houve a Proclamação da República, a abolição da escravatura e outros marcos importantes. Nesse período, também aconteceu a expansão da fronteira agrícola para o interior do país, com o cultivo de novas culturas.
A agricultura republicana era baseada:
- na imigração (vinda de trabalhadores estrangeiros);
- na diversificação (cultivo de várias espécies);
- na modernização (uso de máquinas e ferrovias).
Período desenvolvimentista (1930-1980)
A terceira foi marcada pelo processo de industrialização e urbanização do país. Foi nesse intervalo que houve a intensificação da produção agrícola, com o uso de insumos químicos (como fertilizantes e defensivos), de sementes melhoradas (como híbridas e transgênicas) e de crédito rural (financiamento da atividade agrícola).
Esse tipo de agricultura se baseou:
- na integração (ligação entre agricultura e indústria);
- na especialização (foco em determinadas culturas);
- na exportação (venda para o comércio exterior).
Período atual (1980-até hoje)
A quarta fase corresponde ao período atual, que conta com a globalização da economia e a conscientização ambiental. Vivemos a era da diversificação da produção agrícola, com o surgimento de segmentos como agricultura familiar, agricultura orgânica e agricultura urbana, além da expansão dos focos produtivos, a mencionar a carcinicultura.
A agricultura atual é baseada:
- na sustentabilidade (equilíbrio entre produção e preservação);
- na inovação (uso de novas técnicas e tecnologias);
- na participação (envolvimento dos diferentes atores sociais).
Por que a agricultura é importante no Brasil?
A agricultura é uma atividade econômica muito importante, responsável por tornar o país um dos maiores produtores e exportadores de alimentos do mundo. Para você ter uma ideia, os produtos brasileiros chegam a aproximadamente 150 países.
O território nacional apresenta uma grande diversidade, refletindo as diferenças climáticas, geográficas e socioeconômicas do país. Há regiões:
- onde se destaca a agricultura comercial em larga escala, como o Centro-Oeste e o Sul;
- onde predominam o agronegócio e a agricultura familiar em pequenas propriedades, como o Nordeste;
- onde coexistem diferentes formas de agricultura, como o Sudeste e o Norte.
Além disso, a agricultura contribui significativamente para o produto interno bruto (PIB), a geração de emprego e renda e o saldo da balança comercial.
Entretanto, nem tudo são flores. A atividade também enfrenta desafios para se tornar mais sustentável e competitiva no cenário global. Entre eles, estão os impactos ambientais causados pelo desmatamento, a melhoria das condições de trabalho e de renda dos agricultores, a ampliação do acesso à tecnologia na agricultura e assim por diante. Saiba mais na sequência.
Quais são os desafios e oportunidades da agricultura brasileira?
Entre os principais obstáculos para a agricultura brasileira, destacamos os seguintes:
- necessidade de investir em infraestrutura, logística e armazenagem para reduzir os custos de produção e escoamento;
- demanda pela ampliação de acesso a crédito, seguro e assistência técnica para os produtores, especialmente os familiares;
- importância de diversificar a pauta exportadora e agregar valor aos produtos, explorando novos mercados e nichos;
- gargalo das práticas de produção mais eficientes e sustentáveis, que respeitem o meio ambiente e a legislação ambiental;
- urgência em inovar em termos de tecnologia, pesquisa e desenvolvimento, a fim de aumentar a produtividade e a qualidade dos produtos;
- necessidade de mão de obra rural qualificada para lidar com novas tecnologias e processos.
Por outro lado, a agricultura brasileira também apresenta grandes oportunidades para crescer e se desenvolver nos próximos anos. Entre elas, podemos citar:
- disponibilidade de terras agricultáveis, que podem ser incorporadas ao sistema de plantio com responsabilidade ambiental;
- diversidade climática e biológica, que permite o cultivo de uma ampla variedade de produtos ao longo do ano;
- demanda crescente por alimentos, fibras e energia no mercado interno e externo, especialmente nos países emergentes;
- integração entre lavoura, pecuária e floresta, que permite otimizar o uso dos recursos naturais e gerar renda adicional;
- participação em acordos comerciais regionais e globais, que podem facilitar o acesso a novos mercados e reduzir as barreiras tarifárias e não tarifárias;
- cooperação internacional em temas estratégicos para a agricultura, como segurança alimentar, mudanças climáticas, biotecnologia e biodiversidade.
A agricultura é um setor vital para o Brasil, tanto do ponto de vista econômico quanto do social. Ela gera riqueza, emprego e renda para milhões de brasileiros, além de contribuir para a segurança alimentar e energética do país.
O que são sistemas agrícolas?
Uma parte importantíssima da agricultura são os sistemas agrícolas. Estamos falando das formas de organizar e realizar a produção agrícola, de acordo com diferentes técnicas, tecnologias, escalas e objetivos. Existem dois tipos principais de sistemas: o intensivo e o extensivo.
O sistema agrícola intensivo é aquele que utiliza técnicas modernas e avançadas de cultivo, como o uso de máquinas, fertilizantes, defensivos, irrigação, transgênicos, entre outros. Esse sistema visa obter a maior produtividade possível por unidade de área, ou seja, produzir mais em menos espaço.
Esse sistema também requer alto investimento de capital e mão de obra qualificada e reduzida. Além disso, é muito comum nas áreas de expansão do agronegócio e da produção de commodities agrícolas, como soja, milho, cana-de-açúcar etc.
Já o sistema agrícola extensivo utiliza técnicas tradicionais e simples de cultivo, como o uso de instrumentos manuais, rotação de culturas, adubação orgânica, e assim por diante. Ele prioriza a preservação da qualidade e da fertilidade do solo, produzindo em harmonia com o meio ambiente.
Diferentemente do anterior, o sistema extensivo requer baixo investimento de capital e mão de obra numerosa e menos qualificada. Ainda, é bastante comum nas áreas de pequena produção e de agricultura familiar, que se destinam à subsistência ou ao mercado local.
No Brasil, os dois sistemas agrícolas convivem em diferentes regiões e contextos socioeconômicos. Há também a presença dos sistemas agrícolas tradicionais (SATs). Ou seja, formas de produção agropecuária associadas ao modo de vida e às tradições culturais de um povo, como indígenas, quilombolas, ribeirinhos etc.
Qual é o futuro da agricultura no Brasil?
O futuro da agricultura no Brasil é promissor, mas há muito a ser feito. O país tem a oportunidade de se consolidar como um líder global na produção e no fornecimento de alimentos, contribuindo para a redução da fome e da pobreza no mundo. Para isso, é preciso investir em tecnologia, inovação, sustentabilidade e inclusão social:
- a tecnologia é uma forte aliada, com potencial para aumentar a produtividade, a qualidade e a competitividade dos produtos agrícolas;
- a inovação é essencial para desenvolver novas soluções para os problemas enfrentados pelos agricultores, como pragas, doenças, mudanças climáticas e escassez de recursos;
- a sustentabilidade é um requisito para garantir a preservação do meio ambiente e dos recursos naturais, que são fundamentais para a agricultura;
- a inclusão social é uma forma de valorizar e apoiar os pequenos produtores rurais, que representam grande parte dos estabelecimentos agropecuários do país e são responsáveis pela produção de alimentos.
O futuro é agora!
Como você conferiu, a agricultura é indispensável para a sobrevivência humana, mas demanda cuidados especiais. Embora a atividade já tenha sido praticada de forma intensa em todo o território global, é fundamental pensar em estratégias que garantam a continuidade e a abundância dos recursos naturais disponíveis.
Também é preciso investir em infraestrutura e capacitação para os pequenos produtores, que são extremamente relevantes para a segurança alimentar do país — além, é claro, de gerarem renda e empregos para boa parte da população rural, como destacamos ao longo deste guia.
É importante ainda que a atividade agrícola respeite o ecossistema e a biodiversidade. Isso é perfeitamente possível quando as necessidades de produtividade e lucratividade são supridas a partir de métodos inteligentes de cultivo, principalmente com ajuda da tecnologia.
Internacionalmente, algumas práticas vêm sendo cada vez mais valorizadas. Por exemplo: você já ouviu falar em ASG? É o conjunto de critérios ambientais, sociais e governamentais aplicados à produção agrícola. Eles servem para destacar aqueles produtores verdadeiramente preocupados em manter um sistema sustentável.
Com a devida atenção a esses aspectos, é possível construir um futuro promissor, diversificado, rentável e duradouro para a agricultura, não só no país, mas no mundo todo. Assim, é criado um sistema de fornecimento de alimento seguro e eficaz.
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