Subsoladores: como utilizar na agricultura
O solo precisa ser monitorado e manejado regularmente para ser produtivo. Existem vários tipos de implementos agrícolas que ajudam nesse sentido. Um bom exemplo são os subsoladores, que corrigem os parâmetros físicos. Assim, contribuem para as condições necessárias para um plantio bem-sucedido.
Isso é possível porque essas máquinas prolongam a sobrevivência e o crescimento das mudas cultivadas na sua propriedade. Além disso, ajudam a reduzir a exposição do solo e as perdas provocadas pela erosão.
Na sequência deste artigo, vamos explicar melhor o que são os subsoladores, funções, tipos e como utilizá-los da melhor forma. Confira!
O que são subsoladores?
Antes de tudo, é importante entender o que é subsolagem. Trata-se de um procedimento agrícola que visa diminuir os efeitos maléficos da compactação do solo. Ela envolve medidas para o preparo do solo, a fim de adequá-lo para receber as mudas e as sementes no plantio.
Os subsoladores são máquinas usadas na agricultura muito robustas, formadas por hastes metálicas profundas e rígidas, que penetram no perfil do solo. Quando arrastados por máquinas de tração, conseguem descompactar as áreas condensadas do solo.
Qual é a função desse implemento?
A função do subsolador é preparar a área de plantio quebrando as camadas compactadas de terra. Esse procedimento evita que elas provoquem a erosão e melhora a qualidade do solo.
Com isso, a máquina promove o aumento da infiltração da água no solo. Sabe quem sai ganhando? As raízes, já que elas precisam de umidade para crescerem e se desenvolverem.
Por atuarem em camadas mais profundas e moverem grandes massas de solo, esses implementos demandam uma grande potência do trator. Isso exige um alto consumo de combustível em comparação à gradagem ou à aração, por exemplo.
Quais são os tipos de subsoladores?
Há dois tipos básicos de subsoladores: os montados e os de arrasto. As diferenças se encontram no comprimento, no número, no tipo e na distância entre as hastes.
Os subsoladores montados contam com rodas de ferro que ajudam na movimentação e controlam a profundidade de subsolagem. Já os de arrasto apresentam rodas pneumáticas, porém desempenham as mesmas funções.
Em relação às hastes, elas podem apresentar as seguintes formas: retas verticais, retas inclinadas, curvas e parabólicas. A profundidade que o subsolador consegue atingir e a capacidade de exploração do perfil do solo dependem da regulagem das rodas limitadoras e do tamanho das hastes.
Como utilizar subsoladores agrícolas da melhor forma?
Lembra que o subsolador atinge as camadas mais profundas do solo e exige maior de potência do trator? Então, se não for bem manuseado, pode provocar a compactação em subsuperfície. Nesse sentido, o uso dele é indicado quando os demais equipamentos não conseguem atingir a camada compactada.
Para operá-lo de maneira adequada, algumas regulagens são fundamentais. A seguir, entenda o que observar para utilizar esse implemento e fazer a gestão de máquinas agrícolas da melhor maneira.
Profundidade de subsolagem
A profundidade de subsolagem deve ser estabelecida em função da localização da camada adensada ou compactada no perfil do solo. Em geral, adota-se a média de 5 a 10 centímetros abaixo da camada compactada. A indicação é não ultrapassar 5 a 7 vezes a largura da ponteira, conhecida como profundidade crítica.
Número de hastes
A quantidade de hastes depende da disponibilidade de potência do trator para fazer a tração. No entanto, a eficiência energética e operacional sobe proporcionalmente ao aumento do número de hastes.
Espaçamento entre hastes
Esse é um importante parâmetro operacional, pois impacta diretamente na largura de corte total do equipamento (quantidade de hastes multiplicada pelo espaçamento entre elas). Ela é diretamente proporcional à capacidade de campo.
Segurança das hastes
Há dois sistemas: o de desarme automático e o pino fusível. Quando o implemento transita em terrenos com pedra ou em solos muito secos, o pino fusível pode quebrar. Assim, deixa a haste solta e tira a pressão sobre ela.
Dessa forma, ao notar que a haste se encontra levantada e não está funcionando, o operador precisa trocar o pino fusível. Jamais devem ser colocadas outras peças em substituição ao pino.
Já o sistema de desarme automático, mais moderno, não exige trocas. Ele eleva a haste, retirando-a do contato com a parte resistente. Ao perceber isso, o operador deve levantar o equipamento para a haste voltar para o local correto e continuar a operação.
Velocidade de trabalho dos subsoladores
Os valores adotados para operar a subsolagem devem estar na faixa de 2 km/h a 6 km/h. Porém, dependendo da unidade motora a ser utilizada, a capacidade de campo pode ser influenciada tanto pelo aumento quanto pela redução da velocidade.
Em geral, as operações de subsolagem exigem bastante esforço da barra de tração. Por isso, muitas vezes é necessário adicionar peso (lastros) ao trator. Então, para garantir uma lastragem adequada, é preciso observar as características do trator e os limites de carga indicados pelo fabricante para cada medida de pneu.
Nivelamento do equipamento
Após todas as regulagens, é preciso nivelar o equipamento. Nos tipos montados, esse procedimento é realizado no terceiro ponto. Já os modelos de arrasto contam com um sistema próprio.
É necessário baixar ao máximo o equipamento e operá-lo em poucos metros até notar a entrada completa das hastes. Depois disso, deve-se descer do trator e nivelar o equipamento para deixá-lo reto ao nível do solo.
Observação da umidade do solo
O ponto ideal deve ser o limite inferior da friabilidade. Isto é, perto da tenacidade, em que a força de coesão é um pouco maior do que a de adesão.
Dessa forma, o trator necessita de menos energia para preparar a área, o que permite maior propagação da tensão de compressão. Isso significa que a atividade será desenvolvida com mais eficiência, aumento de área trabalhada e melhores resultados.
Quando existe umidade em excesso, a água age como lubrificante. Essa condição impede a ponteira de atingir as zonas de fratura do solo, trabalhando uma área menor.
Já o trabalho em condições de baixa umidade pode deixar muitos e grandes torrões, exigindo maior potência do trator (e mais energia). Além disso, há riscos de danificação do subsolador por causa da maior demanda de potência. Sem falar das inúmeras vezes em que as hastes poderão desarmar.
Cuidados na operação
Elevar e baixar demais o equipamento, por exemplo, são erros que tornam a atividade ineficiente. Afinal, em alguns pontos a haste pode ir abaixo da profundidade a ser trabalhada. Em outros, vai acima, deixando pontos falhos de compactação.
Para verificar a correta operação, a recomendação é utilizar uma vareta graduada de bom tamanho. É simples: basta seguir o trator e afundar a vareta até onde o solo ofereça resistência. Se ela afundar sempre na mesma profundidade, é sinal de que a atividade está sendo bem executada. Porém, se existirem profundidades diferentes, será necessário repassar o equipamento na área com o devido ajuste da profundidade.
Manutenção do subsolador
Após cada jornada de trabalho, o operador deve apertar todos os parafusos e as porcas que estejam afrouxando, a fim de evitar o desgaste prematuro. Feito isso, deve-se lavar o subsolador agrícola e armazená-lo em um local protegido.
Outro aspecto importante na manutenção é fazer uma análise frequente do desgaste da ponteira. Por ter duas pontas para uso, é fundamental monitorar para inverter quando um dos lados estiver gasto.
Quando ambas estiverem gastas, é preciso trocar a peça para prevenir o desgaste da haste do equipamento. Afinal, vale lembrar, é o componente mais caro e de difícil troca.
A utilização de subsoladores traz diversos benefícios que contribuem para otimizar a produtividade na lavoura. No entanto, você precisa observar os cuidados apontados aqui para um melhor aproveitamento desses implementos.
Gostou das informações e quer saber mais? Conheça o passo a passo do preparo do solo na produção agrícola.