Passo a passo do preparo do solo na agricultura
O preparo de solo é uma das etapas mais importantes na produção agrícola. Isso porque preparar a terra é um meio de trabalhá-la para que tenha as melhores condições para o plantio, dispondo de características físicas e químicas propícias ao desenvolvimento da cultura.
Para isso, diversos procedimentos podem se fazer necessários, tal como revolver o solo ou realizar algum tipo de adubação, por exemplo. O objetivo é ajustar o ecossistema para que a atividade alcance os melhores resultados na safra e ao longo do tempo.
No entanto, é importante ter atenção aos detalhes do preparo do solo. Dessa forma, vamos ajudar você a entender o passo a passo desse processo, dando dicas importantes de como obter um bom desempenho. Quer mais detalhes? Então, vamos lá!
Qual a importância do preparo do solo na produção agrícola?
O preparo de solo é um processo importantíssimo para a sustentabilidade da propriedade. É ele que vai garantir uma boa produtividade da safra. Por isso, um manejo mal realizado pode provocar prejuízos graves no desenvolvimento da cultura.
Além disso, os riscos não se atêm à propriedade. Um preparo equivocado pode alterar profundamente as características químicas do terreno, contribuindo com agravantes para o desenvolvimento da presente safra e da seguinte.
É por isso que o preparo de solo tem que ser feito com responsabilidade e estratégia. Dessa forma, é possível evitar perdas e fugir dos prejuízos na hora da colheita.
Quais são os tipos de preparo de solo?
Dentre os sistemas de preparo do solo para plantio, alguns se destacam. São eles: o Sistema Plantio Direto (SPD), o Sistema de Preparo Convencional (SPC) e o Sistema Cultivo Mínimo (SCM). Há ainda o sistema de plantio semidireto. Cada um desses sistemas utiliza métodos, técnicas e processos variados para o preparo e o manejo do solo de forma adequada.
Para escolher um sistema, bem como as operações que serão feitas nele, é preciso avaliar fatores geográficos, condições climáticas, tipo de colheita etc. Portanto, faz-se necessário um estudo prévio para se optar pelo tipo mais adequado para as suas especificidades e demandas. De qualquer modo, veja como cada sistema de preparo funciona:
Sistema Plantio Direto
Como o termo aponta, aqui há o preparo do solo para plantio direto. Esse processo é feito colocando tanto a semente quanto o adubo diretamente no solo, sem que tenha sido revolvido. Para tanto, pode-se utilizar uma semeadura adubadora capaz de executar esse procedimento.
Essa técnica de cultivo pode ser considerada como conservacionista, sendo menos agressiva ao meio ambiente. Um de seus princípios é a rotatividade de culturas.
Ela envolve manter a terra coberta continuamente por plantas e resíduos vegetais. Dessa forma, o solo é protegido de fatores como erosão hídrica, erosão eólica, impacto direto e escorrimento das gotas de chuva. Basicamente, no SPD não ocorrem as fases convencionais de preparo que envolvem gradagem e aração.
Entre suas vantagens, temos a maior retenção de umidade no solo e o aumento na possibilidade de semeadura no período correto, inclusive, com potencial de maior rendimento em médio e longo prazos. Todavia, requer cuidados maiores com herbicidas e pragas, bem como uma correção inicial do solo antes da implantação do sistema.
Sistema de plantio semidireto
Quando ocorre uma semeadura direta sobre a superfície do solo, com máquina específica, mas com a remoção dos resíduos vegetais, temos um sistema de plantio semidireto. Portanto, é similar ao anterior.
Sistema Cultivo Mínimo
No SCM, temos a passagem de grade leve ou arado escarificador, entre outros implementos agrícolas, sobre a superfície para romper sua camada adensada. A grade ainda é usada para manter sob controle pequenas plantas daninhas.
Basicamente, esse sistema envolve menos mobilização do solo e certa antecedência de preparo da terra para se obter formação de camada vegetal. Inclusive, pode-se ter o plantio sobre cultivos anteriores, isto é, a semeadura é realizada diretamente sobre a camada vegetal predecessora.
O SCM é indicado para locais em que não há pragas de solo ou com menos compactação da terra. Também é recomendado para regiões com menos dificuldades com barreiras químicas, que poderiam demandar gessagem ou calagem.
Sistema de Preparo Convencional
Aqui, temos a quebra de torrões para reduzir a compactação dos grãos e elevar a porosidade e infiltração da água na terra. Com ele, busca-se também aumentar o armazenamento de ar e água, bem como incorporar corretivos e fertilizantes ao solo. O processo contribui para que as raízes das plantas cresçam.
Quais são as técnicas de preparação do solo?
Existem diferentes técnicas de preparação do solo para diferentes momentos do cultivo. A seguir, veja algumas das principais conforme a etapa de preparo e manejo.
Preparo primário
O preparo primário é realizado nas camadas mais grosseiras e normalmente provoca a irregularidade da terra. Seu objetivo é tornar o solo menos compacto, revertendo os danos que, inevitavelmente, são causados pelo trânsito das máquinas e pelas chuvas. Dentre as técnicas de preparação primária, algumas das mais empregadas são:
Aração
O primeiro passo do preparo de solo é a técnica de aração, que nada mais é do que o processo de revirar as camadas da terra. O objetivo é misturar, trazer o conteúdo que estava embaixo para cima e vice-versa. A etapa de aração é chamada assim justamente por aumentar o nível de oxigenação da matéria orgânica, ou seja, ela capta partículas de oxigênio para o solo.
É uma prática muito utilizada em regiões de clima temperado, mas pode ser prejudicial em solos tropicais, como os do Brasil. Como o clima brasileiro provoca uma redução significativamente maior dos níveis de cálcio do que outros climas, essa pode não ser uma boa estratégia no longo prazo. Portanto, é indicado procurar alternativas menos agressivas.
Ainda assim, ela apresenta benefícios considerados importantes, como:
- a descompactação da terra;
- o aumento do volume de poros;
- a mistura de componentes minerais e orgânicos;
- o controle de plantas daninhas;
- a incorporação dos restos de outras culturas, adubos verdes, corretivos e fertilizantes;
- a obtenção de um leito de semeadura.
Escarificação
A escarificação é uma medida um pouco menos agressiva e igualmente eficiente para fazer o preparo do solo. Com um instrumento próprio, o escarificador mecânico, é possível romper as diferentes camadas do solo, porém, sem revirá-las ou provocar tanta movimentação.
Essa prática é bastante utilizada para realizar o preparo mínimo da terra e se apresenta como uma alternativa à aração. Seus principais benefícios são:
- maior cobertura do solo com restos de outras culturas;
- contribuição para um preparo conservacionista;
- menor demanda de tempo para o preparo do solo;
- menor consumo de combustível.
No entanto, ela também reduz de forma brusca os níveis de cálcio no solo, o que é bastante desvantajoso. Além disso, não é um método eficiente contra ervas-daninhas.
Subsolagem
Para aqueles solos que têm a camada superior impedindo o fluxo de água ou mesmo o desenvolvimento das raízes da planta, é recomendada a subsolagem. Ela ajuda a descompactar a terra em uma profundidade que ultrapassa 30 cm.
Justamente por isso, os subsoladores têm hastes maiores e mais longas do que os escarificadores mecânicos. O espaçamento entre elas também é maior, deixando que a terra tenha vazão durante a operação da subsolagem.
Esse é um método que consome mais energia e só é viável para algumas condições específicas, como aqueles casos em que ocorre o impedimento do fluxo d’água ou do desenvolvimento das plantas.
Além desse procedimento, também é necessária a execução de algumas ações complementares. A subsolagem deixa a terra bastante irregular. Por isso, será preciso finalizar o processo com outra técnica antes de iniciar a próxima cultura.
Preparo secundário
Diferentemente do preparo primário, o secundário conta com aquelas ações cujo objetivo é nivelar a terra e preparar o leito de semeadura, aumentando a facilidade e a eficiência no início de qualquer cultivo.
Para tanto, é preciso constituir uma camada de agregados finos e úmidos, que favoreça a germinação das plantas. Normalmente, quem faz isso é o processo de gradagem.
Gradagem
A gradagem é um processo indicado para fazer a finalização da aração e da subsolagem. O objetivo é quebrar aqueles torrões que ficam das técnicas aplicadas e tornar a terra mais plana e uniforme para receber a cultura.
Você pode fazê-la com grades de discos ou de dentes. Ainda há a opção de utilizar enxadas rotativas ou mesmo os cultivadores de campo. A regulagem conta com diferentes distribuições dos torrões, permitindo a adaptação do leito a cada uma das culturas previstas.
Hoje, a utilização da gradagem já não é mais tão comum, porque sistemas como o plantio direto, por exemplo, não exigem um solo tão uniforme e solto. Além disso, é muito comum que essa etapa acabe desfazendo tudo o que foi feito durante o preparo primário, principalmente em função do trânsito das máquinas.
Quais fatores afetam o preparo do solo para plantio?
O tipo do solo também interfere no desempenho da produção agrícola. Para garantir uma boa colheita faça o preparo de solo antes mesmo do plantio, alinhando o local de cultivo com o tipo de planta escolhida.
Não se esqueça que a atividade agrícola, principalmente quando atrelada a práticas de uso intensivo e de aplicação de uma grande quantidade de defensivos, pode acabar afetando o equilíbrio ecológico do solo. Isso diminui a capacidade de retenção de umidade, reduz a fertilidade da terra, muda a sua textura e favorece condições como a erosão.
Considere as condições climáticas da região de plantio, especialmente o nível de umidade, na hora de decidir como fazer o preparo e o manejo do solo. Também é importante verificar o nível de incidência de ervas daninhas, identificando as principais variedades.
O nível do solo e os obstáculos físicos presentes nele também demandam atenção, especialmente para eventuais operações mecanizadas de preparo do solo. A indicação do equipamento depende das características topográficas.
Em suma, um bom preparo do solo precisa ter alguns objetivos em vista, como contribuir para uma boa produtividade ao disponibilizar nutrientes e água em níveis adequados para as plantas. Além disso, deve prevenir a erosão, facilitar a penetração de água no solo e evitar a lixiviação de nutrientes.
Agora que já viu alguns dos principais fatores para considerar ao fazer o preparo do solo para plantio, visite nossa loja on-line e confira as soluções disponíveis para ajudar você a elevar a produtividade dessa etapa.
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fevereiro 15, 2022 às 10:28 am
Excelente explicação, ótimo conteúdo, já compartilhei com meus amigos e professores, um conteúdo muito bom eu achei nesse site http://www.agrodare.com.br/preparo-do-solo tbm recomendo, através dele pude me aprofundar sobre esse tema também.
fevereiro 16, 2022 às 9:23 am
Oi, Danilo. Que bom que gostou! Muito obrigado pelo comentário e também por compartilhar com seus contatos! Sempre bom receber esse tipo de retorno para entendermos onde estamos acertando e no que podemos melhorar. Grande abraço!
setembro 7, 2022 às 8:33 am
Ficarei sempre atento quando me mandar conteúdos sobre agricultura. Sou novo nessa área
setembro 28, 2022 às 3:15 pm
Olá,poderia usar suas fotos,para um documentário?Irei deixar créditos!!
setembro 29, 2022 às 10:50 am
Olá, Giani. As fotos que usamos aqui são de banco de imagens. Portanto, não são de nossa propriedade. Abraços!
fevereiro 20, 2024 às 6:50 pm
amei e quero mais conteúdos
julho 17, 2024 às 10:55 am
Opa, que bom que gostou, Dionisio! Seguimos atualizando o blog semanalmente. Visite sempre que quiser para acompanhar os novos conteúdos. Se tiver sugestões de temas também, pode encaminhar por aqui, ok? Abração