Entenda sobre a utilização de produtos biológicos para controle de pragas e doenças
O controle de pragas e doenças por meio de produtos biológicos vem se desenvolvendo e ocupando espaço no mercado no rastro da Agricultura 4.0. Tecnologias agrícolas assim, mais avançadas, você pode conhecer com o apoio e parceria da melhor plataforma de negócios para o setor.
A importância desse conhecimento e de seu emprego na produção agrícola pode ser ilustrada pelas previsões de crescimento da utilização de biodefensivos. Assim, o mercado deve crescer 33% em 2021 e mais do que dobrar sua participação até 2030.
Continue a leitura e descubra mais sobre produtos biológicos para o controle de pragas e doenças na lavoura.
O que é o controle biológico de pragas e doenças?
As culturas agrícolas constituem um universo imenso de abrigo e alimento para uma grande variedade de seres. Nesse sentido, ganham importância aqueles que se enquadram como pragas da lavoura, uma vez que provocam danos físicos ou doenças nas plantas cultivadas.
Esses danos podem ser responsáveis por perdas significativas nos índices de produtividade agrícola. Em certas situações, costumam inviabilizar a produção, tamanho o estrago que podem causar. Dentre esses seres, podem ser destacados:
- insetos;
- ácaros;
- vermes;
- fungos;
- bactérias;
- vírus.
O controle biológico consiste no contra-ataque utilizando-se de outros seres que vão auxiliar a manter as populações de pragas em níveis aceitáveis para a produção agrícola. As ações envolvidas podem ter caráter preventivo (aplicadas antes da ocorrência das pragas) ou reativo (utilizadas após a identificação de sua presença na lavoura).
A base do controle biológico reside nas relações antagônicas existentes entre os agentes utilizados para controle e as pragas ocorrentes na lavoura. Por essa razão, são muitas vezes conhecidos como “inimigos naturais”, e a técnica do controle consiste em fomentar esse antagonismo.
Quais os produtos mais utilizados para esse tipo de controle?
A técnica por trás desse controle de pragas e doenças, como se viu, consiste em facilitar a ação de inimigos naturais das pragas. Isso se faz distribuindo ou aplicando na lavoura esses agentes que irão contra-atacar para reduzir ou evitar os danos às plantas.
Tais agentes biológicos podem ser principalmente insetos e ácaros predadores, insetos parasitoides e microrganismos patológicos. Esses inimigos naturais são criados ou cultivados em laboratório para sua posterior distribuição ou aplicação no campo, dependendo do tipo e biologia de cada um.
No caso de microrganismos, em geral, são esporos apresentados na forma de produtos granulados ou em pó. Também podem ser oferecidos no mercado como concentrados para diluição e aplicação por meio de pulverização.
Insetos predadores utilizados para o controle biológico são soltos na lavoura para se multiplicarem e agirem sobre os alvos vivos (as pragas) que lhes servem de alimento. Seu emprego representa cerca de um terço das ferramentas de controle biológico, ficando o restante na forma de produtos microbiológicos.
O bioinseticida mais famoso em todo mundo e utilizado há décadas é a bactéria Bacillus thuringiensis, em suas diversas cepas, capazes de parasitar diferentes espécies de insetos em fase larval. Para além do agronegócio, essa bactéria da cepa israelensis, conhecida como Bti, é muito empregada na saúde, para o controle de mosquitos vetores de doenças como a dengue e a febre amarela.
De maneira geral, os principais produtos disponíveis no mercado para a realização do controle biológico de interesse do agronegócio podem ser assim relacionados:
- fungos entomopatogênicos (bioinseticidas que parasitam insetos-praga): Beauveria bassiana, que parasita o besouro broca-do-café é um bom exemplo;
- fungos micopatogênicos (biofungicidas que parasitam fungos-praga): Trichoderma sp., parasitam fungos como Fusarium sp., Rhizoctonia solani e Sclerotium rolfsii.
- bactérias patogênicas (parasitam principalmente insetos na fase larval): Bacillus thuringiensis, já comentado, utilizado no controle de inúmeras lagartas;
- insetos predadores (predam insetos-praga): besouros joaninhas de diversas espécies, cujas larvas são vorazes contra afídeos (pulgões);
- insetos parasitoides (parasitam insetos-praga): por exemplo, Trichogramma pretiosum, microvespa que parasita ovos de lepidópteros cujas larvas (lagartas) são pragas do milho e da soja, principalmente;
- ácaros predadores (predam ácaros-praga e pulgões): principalmente os fitoseídeos (espécies da família Phytoseiidae).
Os produtos desenvolvidos a partir de microrganismos para uso no controle de insetos-praga são conhecidos genericamente como bioinseticidas. A ciência e a indústria vêm desenvolvendo novos produtos e colocando à disposição do produtor rural uma variedade cada vez maior de alternativas biológicas.
Atualmente estão disponíveis produtos na forma de soluções concentradas, granulados, pastilhas e espécimes vivos para soltura no campo com vistas à sua adaptação ao ambiente da lavoura.
No infográfico a seguir, como exemplo, apresentamos quais são as principais pragas do café. Também mostramos como identificá-las e combatê-las, algumas delas por meio de controle biológico.
Quais as vantagens e desvantagens de sua utilização?
A adoção do controle biológico no gerenciamento agrícola apresenta vantagens e desvantagens, se comparada às formas tradicionais de controle químico. Nesse sentido, em boa parte das situações, a utilização de defensivos agrícolas para esse fim pode ser mais eficaz no curto prazo, embora com custos maiores em insumos para o produtor e para o meio ambiente.
Assim, pode-se considerar as respostas mais lentas para que ocorra uma instalação dos inimigos naturais das pragas no ambiente da lavoura como sua principal desvantagem. Além disso, as operações de controle biológico são mais complexas quando comparadas como o controle químico tradicional. Por sua vez, as vantagens são maiores. Acompanhe.
A proteção da biodiversidade é um dos mais importantes benefícios do uso do controle de pragas e doenças. Defensivos agrícolas para o controle de pragas quase sempre não são seletivos e atingem muitas espécies como, por exemplo, abelhas polinizadoras.
Ao mesmo tempo, sua composição química, em vários casos, representa intoxicação para o ambiente, mas sobretudo do solo, além do efeito residual sobre as próprias plantas. Mais uma vez, o controle biológico leva vantagens aqui.
Como diz a sabedoria universal: o melhor caminho é o do equilíbrio. Assim, o manejo integrado de pragas (MIP) surge para equilibrar as vantagens das diversas formas de controle e fazer uso concomitante de medidas físicas, químicas e biológicas.
Qual a importância de se fazer o controle biológico na lavoura?
O primeiro aspecto a ser considerado diz respeito a não permanecer na mesma forma de controle sempre, principalmente no caso de pulverização de defensivos agrícolas. Dessa forma, o controle biológico reduz a demanda por esses produtos.
Por sua vez, a importância da adoção do controle de pragas e doenças da lavoura reside no elenco dos benefícios que proporciona, como se pode ver na relação a seguir:
- redução da exposição do produtor/operador aos defensivos agrícolas;
- redução do risco de intoxicação ambiental;
- eliminação da contaminação do solo;
- redução do desenvolvimento de resistência nas pragas e microrganismos fitopatogênicos;
- eliminação da contaminação de alimentos;
- fortalecimento da cultura de equilíbrio ambiental na produção agrícola.
Como você pode ver, o controle biológico permite que se alcance uma produção limpa, com menos resíduos tóxicos para o solo, para as plantas e para as pessoas que trabalham na lavoura, além de outras vantagens. Nós, do Broto, acreditamos no protagonismo do agronegócio na preservação da natureza e apoiamos o uso de técnicas naturais e eficientes para uma gestão eficiente e sustentável.
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