Conheça as principais doenças do trigo e como evitá-las em sua propriedade
As doenças do trigo são fenômenos causados por agentes biológicos — fungos, bactérias ou vírus —, que podem colocar toda a produção em risco. Embora os avanços científicos e tecnológicos nessa área sejam bem favoráveis, a diversidade de ambientes propícios para tal cultura de inverno é ampla, e isso dificulta a padronização das estratégias de controle.
O segredo para garantir uma boa colheita, suprindo as necessidades do grão, é preciso saber identificar cada uma das ameaças e fazer o manejo adequado.
Para ajudar você na compreensão do assunto, apresentamos neste post os principais tipos doenças do trigo, e como podem ser evitadas. Confira!
Quais são as principais doenças do trigo?
Assim como em qualquer atividade, agir de forma preventiva é uma importante estratégia para otimização de resultados na produção agrícola. E, na lavoura do trigo, esse desafio está diretamente ligado ao controle de doenças. Acompanhe a seguir as principais delas.
Giberela
A Giberela é um tipo de doença do trigo muito comum nas regiões de clima quente. Causada pelo fungo Fusarium graminearum, seu principal efeito é a destruição dos grãos ou sequer permitir que eles sejam formados.
Um dos sintomas característicos da Giberela é a presença de aristas arrepiadas em espiguetas esbranquiçadas ou mortas. Mas, nos casos em que a infecção é lenta, é possível observar o desenvolvimento de grãos enrugados, chochos e de coloração rósea.
Como relação ao manejo, o controle químico no início da floração e a semeadura antecipada são as medidas mais indicadas para manter a sua plantação livre desse fungo.
Estria bacteriana
Como o nome já sugere, a estria bacteriana é uma doença do trigo provocada por bactérias: a Xanthomonas. Trata-se de um microorganismo que sobrevive no resto de culturas e sementes, podendo reduzir em até 40% a cultura do trigo.
Dentre os sintomas manifestados, o agricultor deve observar a presença de lesões aquosas e longas nas folhas, tornando-as pardas. Nos períodos mais longos de chuvas, a estria bacteriana faz com que grande parte das folhas fiquem grudadas.
Quando o assunto é medidas preventivas, as melhores alternativas para evitar esse tipo de infecção são: o manejo de sementes sadias e a rotação de culturas.
Ferrugem das folhas
A ferrugem das folhas do trigo é provocada pelo fungo Puccinia triticina. É uma patologia que se desenvolve rapidamente em temperaturas entre 10 ºC e 30 ºC, englobando desde a formação das primeiras folhas, até a planta já tendo atingido seu estágio de maturação.
Para identificar a ferrugem das folhas, observe se existem pequenos pontos arredondados de coloração laranja na parte superior delas, bem como a queda precoce das folhas, tendo em vista que o fungo reduz a área de fotossíntese.
No que diz respeito ao manejo, as melhores estratégias são: o uso de cultivares resistentes ou de cultivares mais comuns associados com fungicidas. Não havendo um controle bem-sucedido, os danos na produção podem ultrapassar a marca de 60%.
Mancha amarela
Podemos chamar de mancha amarela a doença do trigo causada pelo fungo Drechslera tritici-repentis, e que resulta em perdas de até 50% da lavoura. É uma moléstia bastante comum na Região Sul do Brasil, favorecida pelo plantio direto.
Seus sintomas iniciais são pequenas manchas cloróticas nas folhas e, à medida em que a ação do funça avança, ocorre a necrose na parte central da mancha, que fica circundada por um halo amarelo.
Alguns dos pontos que que favorecem o desenvolvimento da mancha amarela são as temperaturas amenas e o molhamento foliar; o que explica sua maior incidência no sul do país.
Quando o assunto é manejo, a doença pode ser evitada com o tratamento de sementes, a rotação de cultura e uso de fungicidas.
Mancha marrom
É uma infecção em que o fungo Bipolaris sorokinian ataca folhas e raízes da planta, provocando uma perda de até 80% da cultura. Os sinais característicos da mancha marrom são pequenas manchas ovais (marrom-escuras), que podem se expandir com o avanço da doença.
Trata-se de uma patologia necrotrófica, isto é, capaz de sobreviver nos restos da cultura do trigo. Por isso, a rotação de culturas e o tratamento de sementes estão entre os tratamentos de manejo mais recomendados.
A doença é mais frequente na Região Sul do país e é mais favorável a temperaturas entre 20 e 28°C.
Como elas podem ser evitadas?
A presença de fungos e outras doenças da cultura do trigo podem ter inúmeras origens, e naturalmente diferentes métodos de erradicação — desde o tratamento do solo e sementes até a aplicação de defensivos nos estágios mais avançados da lavoura.
Enfim, há um vasto leque de medidas a serem adotadas para evitar ou diminuir a incidência dessas mazelas na propriedade, inclusive o monitoramento do clima. Mas vale lembrar que para cada problema existe um tratamento específico.
Quando detectada a presença de manchas, por exemplo, recomenda-se a rotação de culturas. Já em outras hipóteses a solução é evitar o florescimento em períodos úmidos e chuvosos, e assim por diante.
Nesse contexto, uma ação que sempre será muito bem-vinda, independentemente da localização da sua lavoura, é o uso de tecnologias atuais de monitoramento. Isso vai auxiliar na identificação dos primeiros sinais do patógeno e no tratamento precoce. Ademais, esteja por dentro das finalidades dos seguintes procedimentos:
- uso de cultivares resistentes;
- uso de sementes sadias ou tratadas;
- controle químico ou biológico do vetor;
- controle genético etc.
Lembrando que, além do clima, o tipo de solo, a latitude da lavoura, o histórico de rotação de culturas são fatores que tanto favorecem a disseminação de pragas como ajudam a frear o seu avanço.
O trigo é uma das culturas de inverno mais utilizadas como alternativa de diversificação da lavoura e, consequentemente, aumento das possibilidades de lucro da propriedade. Porém, maximizar esses resultados não é uma tarefa tão simples.
É de fundamental importância que o produtor conheça, com profundidade, quais são as doenças do trigo que podem prejudicar o seu trabalho, e acima de tudo as medidas de controle mais efetivas para alcançar uma boa produtividade na sua safra.
Agora que conferiu algumas das principais doenças do trigo, que tal contar para a gente suas experiências? Deixe um comentário!
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