Venda de soja, milho e sorgo safra 20/21: produtores revelam estágio e expectativas
A Grão Direto fez uma pesquisa para entender o que produtores, compradores e corretores esperam em relação à venda de soja, milho e sorgo da safra 2020/21. A seguir, compartilhamos os resultados do mais recente Termômetro Grão Direto. Confira!
Estimativas de venda de soja
Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), na segunda-feira passada (dia 08/11), os preços da soja sinalizaram queda, mesmo no período da entressafra. De acordo com os pesquisadores, os níveis atuais são os menores desde julho, o que é atípico para esta época do ano.
Nesse sentido, a Grão Direto perguntou aos produtores de sua base se já negociaram toda a produção da soja da safra 2020/21.
A pesquisa mostrou que 31% dos produtores entrevistados já negociaram toda a sua produção. Por outro lado, cerca de 69% ainda não negociaram todo o grão produzido, o que significa que ainda há possibilidades de negociações no mercado disponível. Podemos observar ainda que os produtores seguem cautelosos, apostando em uma possível melhoria nos preços.
Mesmo com baixa estimativa de ofertas de soja, a safra 2021/2022 deve ser mais uma de recordes para o grão brasileiro, segundo projeções do Rabobank, que espera mais área plantada, mais produção, mais esmagamento e mais exportações. A estimativa do banco é de 40 milhões de hectares plantados (alta de 3,3%), produção de 142 milhões de toneladas, processamento de 47,5 milhões e exportações de 88 milhões de toneladas.
Por outro lado, a comercialização de soja do Mato Grosso alcançou 44,41% da produção esperada para a safra 2021/22, que está na reta final do plantio, disse nesta segunda-feira o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Com isso, as vendas ficaram abaixo dos 64,38% vistos no mesmo período do ano passado para a nova safra da época, mas acima da média histórica de 42,58%.
“Vale ressaltar que, diferentemente do ritmo mais acelerado nas vendas no ano passado, neste momento os produtores vêm optando por aproveitar melhores oportunidades de negócio, a preços mais valorizados”, afirmou o instituto.
A projeção de importações pela China, maior comprador da soja brasileira, é de 101 milhões de toneladas, 3 milhões acima da safra 2020/2021, impulsionadas pela necessidade de mais grãos para a ração dos suínos, já que o rebanho segue sua rota de recomposição após os impactos da Peste Suína Africana (PSA). A estimativa do Rabobank é que a China eleve 5,3% o esmagamento de soja, para 98 milhões de toneladas na safra 2021/2022, com a ressalva de que o governo chinês passou a estimular um menor teor de proteína na ração.
Levando em conta esse cenário, a Grão Direto questionou se compradores e corretores que utilizam sua plataforma ainda pretendem comprar soja da safra 2020/21.
Dos compradores, 40% pretendem comprar. Contudo, 60% não têm mais intenção de negociar o grão da safra 2020/21 ainda neste ano. Entre os corretores, 37% pretendem comprar, ao passo que 63% já estão decididos a não comercializar mais o grão.
Estimativas de negociação do milho
No segundo relatório referente à safra 2021/2022, divulgado na última semana, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revisou a estimativa para a produção de milho, que foi reajustada de 116,313 milhões para 116,711 milhões de toneladas, considerando os três ciclos anuais da cultura monitorados pela companhia. A primeira safra deve totalizar 28,6 milhões de toneladas; a segunda, 86,255 milhões; e a terceira, 1,854 milhão.
Nesse contexto, a Grão Direto perguntou aos produtores de sua base se já negociaram toda a produção de milho da safra 2020/21.
Quanto à produção de milho negociada, 30% dos produtores já transacionaram toda a sua produção, porém 70% deles ainda não negociaram o que já produziram. As negociações de milho seguem na mesma proporção da soja, e podemos perceber a mesma cautela para negociação do grão.
Os preços do milho recuaram nas últimas semanas no mercado brasileiro, segundo levantamento da Scot Consultoria. Os principais fatores de baixa são:
- a maior disponibilidade interna, com a conclusão da colheita do milho de segunda safra no Brasil (safra 2020/21) e maior intenção de vendedores em negociar;
- o avanço da colheita do milho nos Estados Unidos (safra 2021/22) e maior disponibilidade no mercado internacional;
- e a suspensão da cobrança de PIS e Cofins na importação de milho até 31 de dezembro, segundo Medida Provisória Nº1.071, publicada em setembro.
Dessa forma, a Grão Direto questionou se compradores e corretores que utilizam sua plataforma ainda pretendem comprar milho da safra 2020/21.
A estimativa para compra do milho safra 2020/21 está completamente oposta à de soja, pois 79% dos compradores da plataforma pretendem comprar milho ainda em 2021. Somente 21% não pretendem investir na compra do grão. Dos corretores, 67% pretendem comprar milho da safra 2020/21 até o final do ano, e apenas 33% não têm mais a intenção de comercializar o grão dessa safra.
De acordo com o Robobank, após alcançar preços recordes neste ano (de até US$ 8 por bushel), o milho, pela escassez, deve ter aumento de oferta em 2022. Os preços devem variar entre US$ 5,35 e US$ 5,50 por bushel na análise da especialista. A área plantada no Brasil deve atingir 20,8 milhões de hectares, e a produção total é estimada em 116 milhões de toneladas, alta de 38 milhões em relação à safra 2020/21.
Estimativas de negociação do sorgo
Segundo a Conab, para o total da safra de sorgo 2021/22, a previsão é de estabilidade na área plantada e produção acima de 2 milhões de toneladas, sendo 18% maior que na safra passada.
Dado o cenário, a Grão Direto perguntou aos produtores de sua base se já negociaram toda a produção de sorgo da safra 2020/21.
Somente 35% dos produtores da plataforma já negociaram toda a produção de sorgo. Cerca de 75% deles ainda possuem disponibilidade de negociar o grão. O sorgo segue na mesma tendência de negociação dos outros grãos, não sendo muito transacionado pelos produtores na reta final de 2021.
Como o sorgo é um grão substituto ao milho na composição da ração de aves, suínos e bovinos, ele tem tendência de alta na demanda e alta nas cotações, acompanhando a tendência mercadológica do milho.
Considerando esse contexto, a Grão Direto questionou se compradores e corretores que utilizam sua plataforma ainda pretendem comprar sorgo da safra 2020/21.
Para o sorgo, os compradores não seguem muito otimistas, pois apenas 35% deles têm pretensão de negociar o grão, contra 77% que não intencionam a sua comercialização. Os corretores seguem na mesma tendência de compra: apenas 37% apostam na compra de sorgo, e 63% não têm pretensão de comprar o grão.
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