vacinas para suínos

Vacinas para suínos: veja quais as principais

O sucesso de uma granja depende muito dos programas de vacinas para suínos implementados. É uma ação essencial para prevenir doenças que podem afetar o bem-estar dos animais e comprometer a produtividade do empreendimento.

Como ocorre com qualquer outra atividade que envolve a criação de animais, os procedimentos de vacinação precisam ser feitos com muito cuidado. Erros podem ocasionar outros problemas, como desconforto nos suínos, além de abscessos e lesões musculares.

Por isso, reunimos neste artigo uma lista com as principais vacinas da suinocultura. Entenda também os cuidados que devem ser adotados no armazenamento dos imunizantes.

O que é colibacilose?

A colibacilose é uma doença causada por uma bactéria chamada Escherichia Coli. Tanto animais quanto seres humanos estão suscetíveis a ela, sendo que esse microrganismo costuma viver no organismos do homem e dos porcos.

Na prática, a Escherichia Coli pode ser tanto uma potencial causadora de doenças quanto se aproveitar de certas situações. Por exemplo, a queda na imunidade é um fator capaz de fazer esse microrganismo se manifestar.

Falando de modo específico da suinocultura, a colibacilose é uma doença que requer muita atenção dos criadores do animal. Quando o leitão termina de desmamar e se infecta, por exemplo, ele pode até mesmo vir a óbito, causando prejuízo para quem o criou.

Um dos quadros que aparece com maior frequência nos porcos é a diarreia pós-desmame. Dito isso, é preciso destacar que existem basicamente quatro tipos de colibacilose, e vamos explicar cada um deles a seguir!

Colibacilose neonatal

Uma das principais características são as fezes de cor branca, amarela, marrom ou clara. Costuma ser identificada a colibacilose poucas horas após o animal ser infectado, podendo acometer alguns leitões ou quantidades maiores, com risco de desidratação e óbito superior a 50%.

Colibacilose pré-desmame no leitão

A diarreia pré-desmame é caracterizada pela cor branca ou cinzenta das fezes. Além disso, a diarreia fica emaciada e peluda, podendo ser causada por uma nutrição inadequada dos suínos, incluindo alimentos substitutos do leite.

Colibacilose pós-desmame

Após o desmame, os leitões são expostos a várias situações de estresse. Entre essas, podemos citar mudança de ambiente, separação da mãe e mudanças na dieta. Tais fatores podem comprometer a imunidade dos suínos, tornando-os mais suscetíveis a esse tipo de colibacilose.

Alguns indícios da doença incluem:

  • perda de peso;
  • diarreia aquosa;
  • apatia;
  • desidratação;
  • inchaço subcutâneo, principalmente no pescoço e nas pálpebras;
  • dificuldade respiratória.

Mastite por metrite agalactia

Esse é um tipo de colibacilose que acomete a porca, principalmente após ela dar à luz. Existem vários fatores causadores da mastite por metrite agalactia, como má alimentação, higiene inadequada e problemas de abastecimento de água. Vale também pontuar que a idade das porcas é relevante nesse sentido.

Qual é a importância de ter um bom planejamento do estoque de vacinas?

As vacinas são produtos muito sensíveis, sendo feitas em laboratório. Elas contêm microrganismos vivos e necessitam de cuidados especiais para manter sua conservação e evitar desperdícios e acúmulo de medicamentos, que poderiam elevar os custos de produção.

O Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) determina que é necessário usar equipamentos capazes de não só armazenar, mas também de conservar os produtos, normalmente em uma temperatura que varia entre 4ºC e 8ºC. Verifique essa temperatura duas vezes por dia.

Também é preciso ter um bom planejamento por causa da validade das vacinas. Certifique-se de deixar aquelas com vencimento próximo na parte da frente do estoque. Assim, elas serão usadas primeiro, e o risco de desperdício será menor.

Quais as principais vacinas para o cuidado de suínos?

É fundamental adotar um programa de aplicação de vacinas para suínos com o objetivo de prevenir o surgimento das principais doenças da suinocultura, conforme as instruções para patógenos específicos. Confira algumas vacinas importantes.

Parvovirose, leptospirose e erisipela

Temos aqui uma vacina polivalente — que combate múltiplas doenças em um único imunizante: parvovirose, leptospirose e erisipela.

O parvovírus suíno (PVS) é conhecido como uma das doenças infecciosas mais importantes que impactam a reprodução dos porcos. O vírus é amplamente disseminado no Brasil e exige um programa de vacinação rigoroso.

O vírus pode entrar na granja por meio de outros animais ou sêmen infectado. Daí, a transmissão se dá com o contato com secreções, fezes, fetos ou qualquer outro material infectado. A vacinação é a estratégia mais eficaz no combate à parvovirose, sendo indicada para todos os porcos e porcas reprodutores.

A leptospirose é uma doença que gera uma perda significativa em rebanhos de produção. Suínos de todo o mundo são afetados, e o Brasil está nessa lista. É facilmente disseminada pelo porco infectado, que consegue transmiti-la de 30 a 60 dias após o contágio.

Os suínos podem ser infectados com alimentos ou água contaminados com secreções de animais doentes, como urina, líquidos uterinos ou fetos abortados.

Já a erisipela é uma doença causada pela bactéria Erysipelothrix rhusiopathiae. O patógeno pode entrar no organismo do suíno tanto pela ingestão quanto pelo contato com lesões na pele. O combate à erisipela se dá com uma combinação entre vacinação e desinfecção, incluindo ações de retirada de animais infectados e vazio sanitário.

O programa de vacinação contra parvovirose, leptospirose e erisipela deve seguir as recomendações do fabricante da vacina e de um médico veterinário, para que seja possível definir um protocolo de vacinação.

Rinite atrófica

A rinite atrófica é um tipo de inflamação que acomete os tecidos nasais, que pode gerar um desvio do septo. É causada por diferentes tipos de vírus, bactérias e até substâncias adversas. Como o nome sugere, a doença causa uma deformidade no trato respiratório do porco.

A transmissão acontece através de animais portadores e até equipamentos e roupas. Dentro da granja, normalmente ocorre com o patógeno no ar em aerossol ou contato com os focinhos. A causa da inflamação também pode vir de gases tóxicos, poeira e amônia.

Circovirose

A circovirose é uma doença perigosa, pois apresenta uma taxa de mortalidade alta. É causada pelo circovírus suíno tipo 2 (PCV2). Uma das principais manifestações clínicas é a síndrome da dermatite e nefropatia suína, com lesões nos rins e na pele.

Micoplasma

A micoplasma é uma doença causada pela bactéria Mycoplasma hyopneumoniae, que provoca uma pneumonia nos porcos. É bastante contagiosa e grave. Apesar de ter baixa mortalidade, gera morbidades que podem reduzir a produtividade da granja.

As vacinas contra a micoplasma são muito efetivas no combate à doença, especialmente se aplicadas antes das cinco semanas de vida do animal.

Como a aplicação deve ser feita?

É importante que a área, os equipamentos e os frascos do produto sejam desinfectados. Isso reduz as chances de contaminação. As vacinas devem ser armazenadas em caixas de isopor com gelo ao serem levadas até os animais, a fim de não aquecerem e, assim, perderem a eficácia.

Durante a aplicação, o animal precisa estar confortável, mas imobilizado. Isso pode ser difícil, mas é importante para evitar que fique estressado. Ao mesmo tempo, vai garantir que a agulha será inserida adequadamente. Se não for possível imobilizar, use um prolongamento flexível, em que a agulha fica em uma das extremidades e a seringa na outra.

O local da aplicação também deve ser esterilizado, evitando abcessos. O ideal seria usar seringas e agulhas estéreis descartáveis. Porém, nem sempre isso é possível, devido a questões relacionadas a custo e praticidade. Quando não for possível utilizar uma agulha por animal (principalmente, reprodutores), deve-se vacinar o menor número possível de animais com a mesma agulha para evitar a contaminação da aplicação e a transferência de agentes infecciosos de um animal para outro.

Que cuidados devem ser adotados no armazenamento de vacinas para suínos?

Quando bem armazenadas, as vacinas para suínos não são comprometidas em sua composição, mantendo assim sua efetividade. Inicialmente, na hora de transportar o imunizante, a recomendação é que elas tenham uma temperatura entre 4ºC e 8ºC.

Após chegar ao local de aplicação, as vacinas devem ser guardadas em geladeiras próprias para o imunizante. Importante destacar que, quando uma vacina esfria ou esquenta, ela deixa de ter eficácia. Por isso, é tão importante manter a temperatura no intervalo mencionado.

Sobre a acomodação das vacinas em geladeiras, elas não podem ficar próximas demais do congelador, porta e gaveta. A ideia é colocar os imunizantes no centro, dando também a devida atenção às vacinas que estão próximas do vencimento. Estas precisam ser colocadas na frente, enquanto as demais devem ser mantidas ao fundo.

Ainda sobre a temperatura, convém ressaltar que as vacinas para suínos, geralmente, contêm vírus inativos e bactérias mortas, por exemplo. Dito isso, se houver uma alteração brusca de temperatura — acima de 8ºC — o imunizante pode perder todo o seu poder de proteger os porcos.

Outro ponto de suma importância sobre armazenamento é que as vacinas precisam ser guardadas no escuro. Isso porque a vacina do tipo liofilizada (viva), por exemplo, é bastante sensível à luz.

Como a alimentação se relaciona com o processo de vacina para suínos?

Por si só, a vacina pode não ser suficiente para a proteção dos porcos. A razão disso é que eles precisam se alimentar de forma adequada, pois isso vai assegurar que o organismo deles responda bem à aplicação dos imunizantes.

Na prática, a vacina não deve ser aplicada se o animal estiver com algum problema de saúde, como febre ou infecção. Se assim for, dificilmente o sistema imune do porco vai responder da forma esperada.

Boa resposta imunológica

O consumo balanceado de proteínas, vitaminas e minerais é crucial para a manutenção da imunidade dos suínos. Além disso, existem nutrientes que auxiliam na produção de anticorpos e na ativação de células imunológicas. Podemos citar como exemplos os aminoácidos lisina e metionina.

Redução do estresse

Assim como humanos podem apresentar reações adversas a uma vacina, isso também pode acontecer com suínos. Em outras palavras, os animais tendem a se estressar mediante a aplicação de um imunizante, mas a alimentação balanceada pode ajudar a atenuar esse quadro.

Prevenção de deficiências nutricionais

Por mais que as vacinas sejam bem armazenadas, elas não serão tão efetivas se os porcos tiverem alguma deficiência nutricional. Algumas das principais deficiências você pode conferir a seguir.

Aminoácidos

Os suínos têm necessidades específicas de aminoácidos, visando ao crescimento e a boa saúde. A falta de lisina, metionina e treonina, por exemplo, pode acarretar em:

  • problemas de crescimento;
  • redução da taxa de ganho de peso;
  • enfraquecimento do sistema imunológico.

Vitaminas do complexo B

As vitaminas do complexo B são essenciais em funções metabólicas e no crescimento dos porcos. Dito isso, a deficiência de B1, B2, B3 e B5, por exemplo, podem resultar em problemas neurológicos, anorexia, distúrbios de pele e baixa imunidade.

Minerais

Os suínos requerem vários minerais, sendo que algumas das principais deficiências incluem:

  • ferro — comum em animais recém-nascidos, pode deixar os leitões pálidos, com baixa vitalidade e risco de sofrer infecções;
  • zinco — desempenha um papel de grande importância na imunidade, sendo que a sua deficiência causa problemas, como crescimento retardado e falta de apetite;
  • selênio — este mineral, se estiver em falta no animal, pode causar problemas como a doença do músculo branco, além de baixa imunidade e distúrbios cardíacos.

Vitaminas lipossolúveis

As vitaminas lipossolúveis são A, D, E e K:

  • Além de causar baixa imunidade, a deficiência da vitamina A pode provocar problemas oculares nos suínos.
  • A vitamina B é necessária na correta absorção de cálcio e fósforo, sendo que a sua falta também tende a acarretar queda na imunidade e distúrbios ósseos.
  • A vitamina E tem grande importância na imunidade e saúde muscular.
  • A vitamina K está relacionada à boa coagulação do sangue dos animais. Se estiver deficiente, o porco pode ter, por exemplo, dificuldade de estancar hemorragias.

As vacinas para suínos são um avanço tecnológico da medicina veterinária, sendo fundamentais para o bom desempenho do setor em todo o mundo. Elas podem conter a disseminação de doenças e garantir o bem-estar dos animais e a produtividade da granja.

Gostou de saber mais sobre as principais recomendações do programa de vacinação na suinocultura? Então, acesse nosso artigo sobre suinocultura e fique por dentro das perspectivas para o setor.

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