Confira as principais tendências na agricultura mundial para os próximos anos
Quem é da área ou está acostumado a ler sobre agricultura, certamente já se deparou com o bordão “O agro não para”. Essa frase tem tudo a ver com o setor, que está sempre em constante expansão, com produtores e cientistas buscando inovações relevantes.
Por isso, preparamos um artigo sobre as principais tendências na agricultura mundial e no Brasil. Falaremos dos aspectos que influenciarão o agro mundial, tanto em aspectos econômicos como na produtividade e tecnologia. Boa leitura!
Agronegócio continua como carro-chefe da economia brasileira
O nosso artigo é sobre as tendências na agricultura mundial. Como o Brasil segue como um dos principais fornecedores de produtos agrícolas para o mundo, nada melhor do que falarmos das tendências por aqui — uma vez que o que ocorre em nosso país influencia diretamente o resto do planeta.
Nesse sentido, seguimos como protagonistas: de acordo com uma matéria do UOL, o PIB do nosso agronegócio cresceu cerca de 9,81% no primeiro semestre de 2021. Isso mantém o ritmo do setor forte, mesmo com os altos custos de produção nas fazendas e lavouras, e a queda na produtividade gerada por problemas climáticos.
Esses bons números foram extraídos de estudos realizados pelo Cepea, o Centro de Estudos Avançados em Economia Agrícola, da Esalq/USP, em trabalho conjunto com a CNA, Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil.
Como se não bastasse, a participação do agronegócio no PIB do nosso país ainda subirá em cerca de 3,4%, passando dos 26,6% em 2020 para 30% nesse ano. Isso gera receitas de mais de 2 trilhões de reais, um recorde da nossa produção. Mesmo após a pandemia, o Brasil segue como um dos principais atores no mercado agrícola mundial.
China continua agressiva nas importações
Assim como a produção do agronegócio brasileiro influencia diretamente na agricultura mundial, as importações realizadas pela China também têm impacto direto na balança comercial do planeta. Com a sua população estimada em quase 1,5 bilhão de pessoas, o gigante asiático segue como um dos principais destinos de exportação.
Os chineses continuarão, inclusive, como principal destino dos produtos gerados pelo agronegócio brasileiro, com cerca de 40% do total de exportações do setor, rumando para a nação asiática.
Mesmo com os problemas financeiros enfrentados pela empresa Evergrande, que sacudiram a economia da China, eles seguirão com a sua alta demanda por commodities e carnes produzidas no mundo todo.
O que mudará um pouco é que a produção interna chinesa passa a se tornar um concorrente do Brasil e do mundo, principalmente no que tange à pecuária. Já em relação à produção agrícola, a importação de soja, por exemplo, continua altíssima. Isso tem a ver com a recuperação do rebanho suíno no país, que sofreu com uma peste oriunda da África.
Agricultura inteligente com a Internet das Coisas e coleta de dados
Fatores como mudanças ambientais extremas, deterioração dos solos e falta de umidade nos terrenos têm ocasionado uma demanda crescente pela chamada agricultura inteligente. Ela atua, por exemplo, por meio de sensores que monitoram todos os aspectos do trabalho diário na propriedade de forma automática.
Além disso, a chamada Internet das Coisas (Internet of Things, IoT) tem múltiplas aplicações. Ela permite que produtores automatizem a coleta de dados em tempo real para elevar a produtividade, reduzir os custos e gerenciar despesas.
Não à toa, a coleta de dados foi uma das tecnologias que possibilitou que agricultores brasileiros intensificassem a produção de soja no Centro-Oeste brasileiro, mesmo com todos os percalços financeiros gerados pela pandemia.
Com dispositivos agrícolas inteligentes, produtores conseguem monitorar o ciclo de vida de uma colheita e acompanhar as condições ambientais de cultivo em tempo real. Como se não bastasse, a IoT também é útil no rastreamento de água e no ajuste de fertilizantes e pesticidas.
Chegada do 5G
Podemos descrever o 5G como uma espécie de matriz que revolucionará todo o uso de tecnologia no campo, principalmente com a chegada prevista, em 2022, para um importante mercado como o Brasil e outros países.
Essa tecnologia proporcionará tanto um aumento da eficiência das soluções tecnológicas já utilizadas, como também será importante para reduzir o consumo de energia no setor agrícola.
Isso porque o agronegócio é uma complexa cadeia, que vai do campo até a mesa dos consumidores. Dessa forma, o 5G tornará países como o Brasil e os Estados Unidos bem mais produtivos do que já são.
É importante notar que a demanda geral de alimentos deve dobrar até 2050. O Brasil é um dos países com área suficiente e condições favoráveis para aumentar em escala a oferta de comida, além do enorme espaço que já temos para elevar a produtividade em diversas etapas da cadeia.
Assim, a chegada por aqui do 5G, que já gera bons resultados nos Estados Unidos e na China, reforçará a posição do Brasil como talvez a maior nação exportadora de produtos agrícolas nas próximas décadas. A tecnologia terá um papel crucial nesse ciclo de inovação.
Agricultura vertical
Como o próprio nome indica, esta técnica de cultivo é realizada de maneira vertical, ao contrário do modelo horizontal comumente conhecido nos campos. Ela é feita por meio de controle ambiental (seja da umidade, da temperatura ou dos gases), pelo monitoramento da luz artificial pela fertirrigação.
Ela é uma alternativa relevante para os grandes centros urbanos, por isso é tão importante em um contexto no qual a população voltará a crescer após a pandemia. As grandes cidades não contam com áreas suficientes para a plantação e se beneficiam desse modelo.
Exemplos de aplicação da chamada agricultura vertical são as startups Pink Farms (brasileira) e AeroFarms (norte-americana), que proporcionam o cultivo sem necessidade de luz solar. Ele ocorre por meio do fornecimento, à raiz das plantas, de todos os nutrientes necessários para a sobrevivência em um ambiente controlado, sem impacto ambiental.
Melhoramento genético vegetal
O melhoramento genético vegetal tem como principal propósito o fornecimento, aos agricultores, de materiais com uma resistência superior a pragas, doenças e aos efeitos climáticos adversos.
Podemos explicar melhor com um exemplo brasileiro. Nos últimos anos, o estado de São Paulo, assim como a maior parte do Sudeste, passou por secas prolongadas que ocasionaram perdas significativas para produtores — o que leva ao aumento de preços para a população em geral.
Assim, enfrentar esse impasse é um dos propósitos do melhoramento genético vegetal. Um exemplo é o desenvolvimento de alimentos biofortificados, que agregam nutrientes valiosos a produtos básicos da alimentação de populações de baixa renda.
Assim, as práticas de biofortificação resultam em cereais, leguminosas e verduras com teores elevados de minerais e micronutrientes essenciais para a saúde — e que não estão presentes nas versões originais desses alimentos.
Recentemente, um desses alimentos ganhou grande destaque na imprensa por conta da decisão do governo da Filipinas se autorizar o plantio comercial de um produto conhecido como arroz dourado (golden rice). Esse cereal foi especialmente desenvolvido com o propósito de combater a deficiência de vitamina A na população.
Como pudemos ver no artigo, diversos fatores tendem a modificar o panorama da agricultura mundial. Isso envolve tanto a economia de países complexos, como a China e o Brasil, quanto a adoção de tecnologias cada vez mais modernas e acessíveis para todos.
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