Suinocultura: conheça perspectivas para o setor
A suinocultura é bastante popular entre os produtores rurais, já que a carne desses animais deve continuar sendo uma das mais consumidas no mundo. Por exemplo, no Brasil, o consumo médio por pessoa aumentou de 16,9 quilos/ano para pouco mais de 18 quilos/ano. Além disso, a Associação Brasileira de Proteína Animal projeta um crescimento na produção de carne suína de até 3% em 2023.
Uma das principais explicações para essa popularidade do consumo é o baixo teor de gordura de alguns cortes e a versatilidade oferecida. Isto é, os consumidores podem aproveitar a carne de diversas formas, como bacon, calabresa, linguiça, além de preparações como grelhada, assada, entre outras.
Gostaria de saber mais sobre suinocultura e quais são as perspectivas para esse setor? Continue a leitura.
O que é a suinocultura?
A suinocultura se refere à atividade de criação de suínos. Nesse sentido, é preciso que os produtores mantenham os animais em espaços específicos e que proporcionem os cuidados adequados para garantir a sobrevivência e o bom desenvolvimento deles.
Atuar dessa maneira e pensar no bem-estar do suíno faz parte de uma das exigências do mercado consumidor atual, que demanda menos agressão ambiental e mais respeito à saúde dos animais.
Mantê-los próximos de outros suínos ou qualquer tipo de animal apresenta riscos de contaminação. Essa situação se torna ainda mais delicada se considerarmos que existe uma série de patologias que podem afetar esses animais, como febre, dermatite exsudativa, parvovirose etc. Por isso, a suinocultura também envolve o entendimento e comprometimento com as responsabilidades exigidas.
Quais são as principais tendências da suinocultura?
Como a suinocultura é uma atividade dinâmica, surgem diversas tecnologias e tendências para otimizá-la. Saiba mais a seguir.
Atenção na produção de alimentos seguros
Como vimos, garantir a segurança na criação dos suínos é essencial para a saúde dos animais, consumidores e dos próprios produtores rurais. Diante disso, uma das tendências do setor é a maior atenção na produção de alimentos seguros.
Esse objetivo pode ser alcançado ao substituir a aplicação de preventivos de enfermidades antimicrobianos por produtos naturais. É o caso de extratos herbais, probióticos, fitoterápicos etc. Desse modo, existem menos riscos de efeitos colaterais.
Outra maneira de trazer mais segurança à suinocultura é ampliar o uso de vacinas polivalentes, capazes de proteger o animal contra múltiplas doenças. Isso pode ocorrer via respiratória ou oral. O mais importante é focar na prevenção contra enfermidades dos suínos.
Sendo assim, também é uma tendência da suinocultura o desenvolvimento de kits de diagnóstico rápido para identificar doenças. Logo, fica mais fácil controlar a comercialização de suínos adoentados e limitar o contato dele com outros animais, para evitar a contaminação. Junto com isso, é importante seguir com rigidez programas de monitoria e de erradicação de doenças.
Desenvolvimento de alimentos com alta digestibilidade
Outra tendência da suinocultura envolve o cuidado com a nutrição dos animais, como ocorre no conceito de creep feeding, voltado a bezerros. Afinal, é importante valorizar o consumo de alimentos com alta digestibilidade, como ao conhecer e manipular o microbioma intestinal ao usar enzimas e moduladores de flora intestinal.
O uso desses mecanismos é útil para avaliar a saúde do intestino. Consequentemente, é possível reduzir doenças na região. Outra recomendação com esse objetivo é reduzir o uso de antibióticos nesses animais, que a longo prazo podem elevar a resistência das bactérias e dificultar o combate delas no intestino.
Além disso, para potencializar a ação das mencionadas enzimas, elas são incrementadas pelo avanço da biotecnologia, que aplica organismos vivos para melhorar a digestibilidade dos ingredientes. Entre eles, o farelo de soja e o milho.
Nesse sentido, ainda faz parte das tendências da suinocultura o uso de moduladores intestinais, como prebióticos e probióticos. Dessa maneira, o potencial nutricional dos alimentos é elevado e pode oferecer mais benefícios na saúde dos animais.
Padrões mínimos de bem-estar
Como uma das exigências do mercado consumidor atual, a tendência é que exista uma cobrança dos governos para demandar padrões mínimos de bem-estar na suinocultura.
Esses padrões podem envolver a adoção de métodos não invasivos para coletar amostras e diagnosticar problemas de saúde, contar com sistemas de eutanásia na granja, de atordoamento de suínos etc.
Além disso, existem outras práticas que contribuem para a melhoria do bem-estar durante o ciclo de vida dos animais. É o caso da automação dos sistemas em todas as fases de produção, para evitar dores desnecessárias e garantir um maior conforto ao animal, propiciando maiores conversões alimentares. Também é válido qualificar a mão de obra dos produtores responsáveis pelos cuidados com os suínos.
Criação de normativas ambientais mais rigorosas
Assim como é importante cuidar da saúde dos animais, o meio ambiente exige atenção na aplicação de práticas mais sustentáveis. Por esse motivo, a criação de normativas ambientais mais rigorosas é mais uma tendência relacionada à suinocultura.
Então, algumas das atividades que podem ser adotadas para atingir esse objetivo podem ser a reciclagem dos resíduos gerados, a gestão do uso da água, entre outras. Por exemplo, a suinocultura pode aproveitar resíduos oriundos da produção animal para produzir biomassas.
Quais são as perspectivas para o setor?
O aumento do consumo de carne de porco eleva a relevância que a suinocultura tem no mercado interno e também nas exportações. Logo, para manter seu negócio em linha com as expectativas e novas demandas do mercado, é importante se adequar ao cenário.
Estar alinhado com as tendências e boas práticas ajudará você a estar mais bem preparado, inclusive, diante de situações de alta nos custos de produção, como a registrada em 2022.
Para ficar por dentro do cenário da suinocultura, acompanhe o BBcast Agro, podcast produzido pelo time de especialistas em agronegócio do Banco do Brasil. Os boletins vão ar de segunda a sexta, a cada dia trazendo informações atuais e dicas para lidar com o cenário atual de determinada cultura agropecuária.
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