Como montar um projeto de irrigação eficiente?
Montar um projeto de irrigação pode ajudar a alcançar o melhor desempenho na sua produção. A agricultura irrigada, quando combinada com boas práticas agronômicas, ajuda a aumentar a produtividade, reduzindo perdas na produção, minimizando riscos climáticos e favorecendo a aplicação de insumos.
Neste artigo especial sobre projeto de irrigação, você vai aprofundar o seu conhecimento sobre o assunto. Entenda o que é, qual a função, a importância e seus benefícios. Vamos mostrar, também, como você pode montar um projeto eficiente.
Ficou curioso? Continue a leitura para saber mais sobre o assunto!
O que é um projeto de irrigação?
A irrigação é uma atividade comum na rotina agrícola. Ela consiste na utilização de equipamentos e técnicas que permitem oferecer água para as culturas.
A plantação pode sofrer com a falta de água proveniente das chuvas. Assim, por meio de um projeto de irrigação, é possível garantir o aporte de água necessário para o desenvolvimento das plantas.
Nesse sentido, o projeto de irrigação consiste no planejamento e na execução de um plano de fornecimento artificial de água para o solo de uma determinada área.
Política Nacional de Irrigação
Antes de tratar especificamente dos benefícios e das estratégias para colocar em prática um plano de irrigação, é imprescindível conhecer o que a legislação brasileira diz sobre o assunto.
A Política Nacional de Irrigação foi instituída pela Lei 12.787/2013. Em seu artigo 2º, ela traz uma definição para “projeto de irrigação”:
Art. 2º Para os fins desta Lei, entende-se por:
(…)
IV – projeto de irrigação: sistema planejado para o suprimento ou a drenagem de água em empreendimento de agricultura irrigada, de modo programado, em quantidade e qualidade, podendo ser composto por estruturas e equipamentos de uso individual ou coletivo de captação, adução, armazenamento, distribuição e aplicação de água.
Esta lei foi instituída com o propósito de criar o Sistema Nacional de Informações sobre Irrigação, incentivando a sustentabilidade, reduzindo riscos climáticos inerentes à atividade agropecuária, promovendo o desenvolvimento dos agricultores, favorecendo a competitividade do agronegócio brasileiro e incentivando projetos privados de irrigação.
Antes de pensar em executar algo desse tipo, é importante conhecer os principais pontos da lei com relação ao planejamento e à implantação de projetos de irrigação. Por isso, recomenda-se a leitura integral da Política Nacional de Irrigação.
Qual a importância do projeto de irrigação?
O projeto de irrigação é desenvolvido com o objetivo de garantir o fornecimento de água necessário para que as plantas se desenvolvam de maneira adequada.
Por isso, ao implementar um projeto desses, você está garantindo o desenvolvimento de suas culturas e assegurando que elas não serão perdidas por falta de chuva. Quando o agricultor não planeja a irrigação, a sua produção fica refém dos fatores climáticos, que são totalmente imprevisíveis.
Portanto, a falta de chuvas vai impactar o rendimento da sua produção agrícola e, consequentemente, causar prejuízos financeiros para toda a operação. Os agricultores podem desenvolver o projeto sozinhos ou contratar os serviços de empresas especializadas.
Quando planejado e executado de maneira adequada, o projeto de irrigação traz muitos benefícios para o produtor rural:
- favorece o melhor desempenho da produção agrícola;
- contribui para melhorar a qualidade e padronizar os produtos agrícolas;
- traz diversidade à exploração agrícola, já que possibilita o plantio e o desenvolvimento de culturas em regiões com diferentes condições climáticas;
- favorece a abertura de novos mercados, nacional e internacionalmente;
- pode reduzir os custos com insumos, pois as plantas estarão mais sadias;
- favorece a rentabilidade das operações;
- reduz as perdas;
- aumenta a oferta de postos de trabalho;
- possibilita o aumento da diversidade de culturas;
- contribui para a modernização dos sistemas de produção, estimulando a inclusão de novas tecnologias no negócio.
Por meio da adoção de boas práticas de irrigação, é possível aumentar a oferta de alimentos, além de trazer maior segurança alimentar e nutricional para a população.
De acordo com dados da FAO, no “Brasil existem 42.000 m³ de água doce renovável per capita (por pessoa) por ano, mas suas diferentes regiões possuem e usam quantidades muito diferentes de água”. Nosso país está entre os líderes no ranking mundial com maior área equipada para irrigação do mundo.
Saber usar os recursos de forma inteligente e sustentável, além de trazer benefícios produtivos, deve ser visto como um ato de responsabilidade social e ambiental. Os produtores rurais podem, e devem, adotar posturas e práticas que contribuam para o aproveitamento adequado dos recursos e a redução de danos ao meio ambiente.
Como montar um projeto de irrigação eficiente e de sucesso?
Mas, afinal, como colocar no papel um projeto de irrigação que seja eficiente e atinja os objetivos que você traçou? A seguir, apresentamos três etapas essenciais que devem ser seguidas no planejamento do seu projeto de irrigação.
Escolher um sistema de irrigação
A primeira etapa é a escolha do tipo de irrigação que será utilizado na sua cultura. Para escolher o sistema, você deve levar em consideração: tipo de cultivo, clima, solo e o tamanho da área plantada.
Muito embora não exista uma regra que se aplique a cada caso, os sistemas são indicados de acordo com as características da área, do solo, da região e do clima.
De acordo com o documento Seleção do Sistema de Irrigação, da Embrapa, há quatro tipos de métodos de irrigação que podem ser utilizados na lavoura:
- aspersão;
- superfície;
- localizada; e
- subirrigação.
Para cada um desses métodos, há vários sistemas de irrigação que podem ser utilizados. Não existe um sistema ideal, o que indica que o produtor deve avaliar as vantagens e as desvantagens de cada tipo de sistema para definir qual das opções atende melhor às suas necessidades.
Irrigação por superfície
Na irrigação por superfície, a água é lançada diretamente no solo. A distribuição da água ocorre pela gravidade na superfície do solo. É uma técnica que pode ser utilizada em alguns tipos de terreno.
A irrigação por superfície não é recomendada em solos com excesso de permeabilidade e é um método que precisa ser bem planejado para ter eficiência na distribuição da água. Se bem projetado, costuma ser simples, porém eficiente.
As vantagens da irrigação por superfície são muitas. Destacamos aqui: os custos de implementação e operacional são menores, os equipamentos utilizados são simples, pode se adaptar a diferentes tipos de solos e de culturas e contribui para a redução do consumo de energia.
Na irrigação por superfície, você pode utilizar dois sistemas: em nível ou em declive:
- sistema em nível — nele, a área a ser irrigada deve estar em um terreno plano, com no máximo 0,1% de declive. O sistema em nível é subdividido em outros três tipos: os sulcos em contorno, faixa em contorno e o tabuleiro em nível (esse último, também conhecido como bacia em nível);
- sistema em declive — no qual pode haver inclinação na superfície do terreno, com variação de declive entre 0,1% e 15% (no máximo). O sistema em declive é subdividido em cinco tipos: faixas em declive, canais em contorno, corrugação, sulcos em declive e sulcos em contorno.
Irrigação por aspersão
A irrigação por aspersão é um método que reproduz o efeito da chuva. Assim, jatos de água são direcionados ao ar e caem sobre as culturas como se fossem chuva.
Esse processo é realizado por um aspersor, que expele a água para o ar. Por meio da aerodinâmica, ela se transforma em pequenas gotas que caem sobre o solo e sobre as plantas.
É uma irrigação muito interessante para locais que têm pouca disponibilidade de água e que contam com solos com alta permeabilidade. Ela é amplamente utilizada em plantações de soja e milho, por exemplo.
Entre as vantagens, vale destacar a facilidade de adaptação a diferentes tipos de solo e de culturas, a possibilidade de automação e a eficiência (é mais eficiente que a irrigação por superfície).
Por outro lado, alguns aspectos precisam ser avaliados antes de escolher esse método, em razão de ele ter custos mais altos para instalação e manutenção. Além disso, pode ser influenciado pela umidade do ar e pela ação dos ventos.
Na irrigação por aspersão, você pode utilizar três sistemas: o de aspersão convencional, o autopropelido e o pivô central. Saiba mais sobre cada um:
- aspersão convencional — é o sistema mais comum e que tem três formas de instalação: fixa, semifixa ou portátil;
- autopropelido — nesse sistema, é montado um pequeno canhão sobre um carrinho que se desloca pela área que será irrigada. A ligação do carrinho aos hidrantes é feita por meio de uma mangueira;
- pivô central — sistema para grandes lavouras, indicado para áreas entre 60 e 100 hectares. Dispensa o preparo do terreno, tem alta eficiência, pode ser automatizado e apresenta custo com mão de obra baixo.
Irrigação localizada
Na irrigação localizada, a água é aplicada com emissores formando uma faixa úmida. Para isso, os emissores são posicionados em partes estratégicas, perto das raízes das plantas.
Dessa forma, a distribuição da água acontece pelo solo, sendo um tipo de irrigação indicado para solos com baixa capacidade de infiltração (solos densos). O custo de implementação do sistema de irrigação localizada é alto, por isso se trata de uma modalidade indicada para culturas que tenham alto valor.
Na irrigação localizada, você pode utilizar dois sistemas: o de gotejamento e o de microaspersão:
- sistema de gotejamento — a água é aplicada na superfície do solo. Por isso, o tronco e a folhagem não ficam molhados;
- sistema de microaspersão — indicado para culturas com espaçamentos mais largos e plantadas em solos arenosos. A água é aplicada por meio de emissores rotativos ou fixos.
Subirrigação
Por fim, no método de subirrigação, a água é aplicada abaixo da superfície do solo, ou seja, diretamente na raiz da planta. Ele pode ser associado a um sistema de drenagem, tendo como característica permitir o fluxo adequado de água para a raiz da cultura.
Perceba que a escolha de um sistema de irrigação passa pela análise de diversas questões. Você precisa conhecer a área, avaliar os custos, entender as necessidades da sua cultura e as características meteorológicas do local em que você produz.
A partir da análise desses aspectos, fica mais fácil definir qual será o melhor sistema de irrigação e a modalidade a ser implementada. Feito isso, vamos para a próxima etapa: o manejo da irrigação.
Entender o manejo da irrigação
É essencial que o produtor entenda e conheça as melhores práticas de manejo da irrigação. Escolher e instalar o sistema de irrigação é apenas o primeiro passo. Para ter bons resultados, você precisa adotar o manejo adequado.
Via de regra, o manejo é feito pelo monitoramento, ou seja, acompanhamento das reais necessidades de irrigação por meio de sensores de temperatura e umidade do solo. Assim, você analisa o andamento do processo e avalia se o sistema está recebendo a quantidade de água necessária para o desenvolvimento das plantas.
Caso identifique problemas, precisará rever o seu plano, implementando uma solução de irrigação que se adapte às necessidades das suas plantas.
Realizar um planejamento financeiro
Outro aspecto que não pode passar em branco é aquele que envolve as finanças. Ao implementar um projeto de irrigação, você precisa estruturar o seu planejamento financeiro.
Avalie o custo-benefício do sistema escolhido e analise se ele está dentro do seu orçamento. Uma boa dica é analisar o custo de instalação e manutenção e compará-lo com o retorno financeiro que trará.
Com essas informações em mãos, você consegue avaliar qual é o melhor sistema e os benefícios que trará para o seu cultivo.
Quando tiver dúvidas, busque orientação de empresas e profissionais especializados no assunto. A expertise na área de irrigação vai ajudá-lo a fazer as escolhas mais adequadas para a sua produção.
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Como você viu, um projeto de irrigação demanda um bom planejamento, conhecimento técnico, análise das particularidades de cada produção e estudo de custos. Com bons fornecedores e o suporte de profissionais especializados, fica mais fácil escolher um sistema que traga resultados positivos e ajude na melhor produtividade rural.
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