Produção de soja em setembro: cenário e expectativas
Com informações do BB Cast Agro, apresentamos o cenário e as perspectivas da produção de soja no Brasil e nos Estados, cujo cenário tem forte influência no mercado interna. Apesar do fenômeno climático La Niña, as projeções são boas tanto lá quanto cá. Leia a análise para mais detalhes.
Mercado de soja nos Estados Unidos
Com a proximidade da colheita da soja nos Estados Unidos – e a partir das informações do relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, de que 57% das lavouras estão em condições entre excelentes e boas e que 95% das áreas se encontram em fase de enchimento de grãos (com produção prevista de 119,04 milhões de toneladas para a safra em curso) –, houve pressão de baixa nas cotações da commodity na Bolsa de Chicago, que perdeu, na última semana, a linha dos 13 dólares por bushel. No entanto, a reação está sendo rápida, apesar da proximidade do início da colheita da safra americana.
Outro fator de influência nas cotações será o clima, pois há previsão do evento LaNiña nos próximos meses de novembro, dezembro e janeiro. Nesse sentido, o evento traz risco de estiagens e, historicamente, afeta negativamente os níveis de produtividade nas lavouras da América do Sul – especialmente, na região sul do Brasil.
Panorama da produção de soja nacional
No Brasil, o período do plantio da soja inicia no mês de setembro nas principais regiões produtoras. A Conab divulgou, em seu relatório de perspectiva da safra brasileira 2021/2022, uma produção recorde de 141,26 milhões de toneladas de soja – aumento de 3,9% ante à safra anterior. Dentre os principais fatores que podem contribuir para esse aumento estão:
- A expectativa de aumento de área de produção, passando de 38,53 milhões de hectares para 39,91 milhões de hectares e;
- O aumento da produtividade, com estimativa de 3.539 quilos por hectare, caso ocorram condições favoráveis ao desenvolvimento das lavouras nas principais regiões produtoras.
Muitos sojicultores reduziram o volume de comercialização antecipada em relação à safra anterior, que no mesmo período registrava 49,3% até o início do plantio. Isso porque os preços que estavam em níveis historicamente nunca atingidos em reais, no patamar de 100 reais por saca.
Ocorre que os preços foram apresentando sucessivas altas durante o desenvolvimento e depois da colheita, atingindo valores superiores a 170 reais por saca, em meados dos meses de maio e junho de 2021. Em face disso, mesmo com preços atualmente atrativos, a comercialização antecipada da safra 2021/22, que se inicia, está estimada em 25,6%, de acordo com a Consultoria Safras & Mercados.
Embora as cotações internas da soja tenham tido leves oscilações nos últimos dias, ainda seguem em patamares elevados, porém abaixo dos recordes registrados.
De acordo com o indicador Esalq/B3, referência em Paranaguá, os preços da oleaginosa oscilam entre 171 e 173 reais por saca. Ainda assim, esse patamar de preços assegura margem de remuneração satisfatória aos produtores brasileiros, apesar do crescente aumento dos custos de produção.
Recomendação dos especialistas
Face ao cenário favorável à cultura e considerando as expectativas de crescimento de produção, o BB ampliou a disponibilidade de recursos para o plano safra. Destaque para o crédito para construção, ampliação e modernização de unidades armazenadoras.
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