Mercado de arroz: expectativa positiva, apesar de incertezas logísticas e climáticas
A soma de alguns fatores na reta final de 2021 trouxe expectativas positivas para o mercado de arroz em 2022. Por outro lado, o cenário ainda é incerto e, portanto, de cautela. Continue a leitura para entender melhor.
Cenário da exportação de arroz
A recuperação da condição competitiva dos preços ante aos concorrentes, a disponibilidade de matéria-prima e a perspectiva de câmbio favorável trazem boas perspectivas para a exportação de arroz em 2022.
Com embarques abaixo de 27 mil toneladas em novembro, a estimativa é que o Rio Grande do Sul tenha alcançado mais de 160 mil toneladas exportadas em dezembro. Esse cenário, associado a preços mais altos no Uruguai e nos Estados Unidos, por exemplo, colaborou para estabilizar as cotações.
Por outro lado, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o problema logístico mundial, que aumentou consideravelmente os custos com transporte, pode impactar negativamente a comercialização e aumentar os estoques de arroz em território nacional.
Mercado de arroz no Brasil
No mercado interno, de acordo com o Indicador ESALQ/SENAR-RS do arroz de 58% grãos inteiros e pagamento à vista, as cotações se mantiveram, ao longo da semana anterior, em R$ 62,50 por saca de 50 kg.
Vale ressaltar que a safra 2021/2022 está sendo novamente marcada pela presença do fenômeno La Niña, acarretando períodos de estiagem no Rio Grande do Sul, principal produtor brasileiro.
Para as lavouras de arroz, a maior preocupação é com o nível dos reservatórios, que está baixando rapidamente. Isso se deve ao aumento da demanda por irrigação, resultado de altas temperaturas, baixa umidade relativa do ar e ventos que intensificam a evaporação e a evapotranspiração.
As projeções meteorológicas apontam para chuvas esparsas e abaixo da média no primeiro trimestre de 2022.
Até o presente momento, conforme divulgado pela Conab, as lavouras no Rio Grande do Sul estão sob condições de ótima radiação solar, favorecendo o desenvolvimento. Já em Santa Catarina, as lavouras estão majoritariamente em desenvolvimento vegetativo e também apresentam boa evolução.
Em Tocantins, por sua vez, houve pouco avanço na semeadura, que já atingiu 80% da área total projetada. Ela foi suspensa, em determinado momento, devido ao excesso de chuvas nas principais regiões produtoras. As lavouras já implantadas têm apresentado bom desenvolvimento, de modo geral.
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