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Guia sobre gestão rural: estratégias de sucesso para produtores rurais

Se você é um produtor rural que busca aprimorar a gestão do seu negócio e quer conhecer as melhores estratégias para aumentar a produtividade, a rentabilidade e a sustentabilidade da sua propriedade, este guia completo sobre gestão rural é para você! 

A administração eficiente de propriedades rurais é fundamental para o sucesso de qualquer produtor, porque permite tomar boas decisões e se adaptar às mudanças do mercado. Além disso, a gestão de propriedade rural contribui para o desenvolvimento sustentável do setor agropecuário e do país. 

Mas como fazer uma boa gestão rural? Quais são as ferramentas e os métodos que você pode utilizar para otimizar seu desempenho e alcançar seus objetivos? Quais são os benefícios de uma gestão rural eficiente? Essas são algumas das perguntas que vamos responder neste guia. Acompanhe! 

O que é gestão rural? 

A gestão rural é o conjunto de atividades que envolvem o planejamento, organização, execução e controle das atividades agropecuárias, visando otimizar os resultados econômicos, sociais e ambientais. Ela abrange diversos aspectos, como: 

  • diversificação de culturas e riscos; 
  • planejamento estratégico; 
  • gestão de recursos naturais; 
  • gestão financeira. 

Na sequência, detalhamos esses tópicos. Continue a leitura. 

Diversificação de culturas e riscos 

A policultura é uma estratégia que visa reduzir a dependência de uma única cultura ou fonte de renda. Com isso, o produtor consegue aumentar sua resiliência e a sustentabilidade dos sistemas produtivos. Essa diversificação pode envolver: 

  • cultivo de espécies vegetais ou animais variadas; 
  • uso de diversos sistemas de produção (como integração lavoura-pecuária-floresta); 
  • adoção de diferentes canais de comercialização (como venda direta, cooperativas e mercados institucionais); 
  • geração de renda não agrícola (como turismo rural, artesanato e serviços ambientais). 

Esse tipo de prática gera uma série de benefícios para a propriedade. Entre eles, podemos citar: 

  • redução da vulnerabilidade a choques climáticos, pragas, doenças ou oscilações de preços; 
  • aumento da renda e da segurança alimentar; 

Planejamento estratégico na agropecuária 

O planejamento estratégico na agropecuária, por sua vez, é o processo de definir os objetivos, as metas, as estratégias e as ações para alcançar os resultados desejados em determinado tempo. 

Ele envolve iniciativas como a análise do ambiente interno e externo da propriedade rural, bem como a identificação das oportunidades e ameaças, dos pontos fortes e fracos, dos fatores críticos de sucesso e dos indicadores de desempenho. 

Esse tipo de planejamento demanda a participação de todos os envolvidos no processo produtivo, o que inclui proprietários, trabalhadores, fornecedores, clientes e parceiros. Se não for diretamente, é importante considerar esses atores de forma indireta, levando em conta, por exemplo, seus interesses na atividade rural. 

Cuidar da estratégia e da gestão rural auxilia a tomar decisões mais eficientes sobre todos os estágios do negócio. Isso aumenta a eficácia à medida que possibilita, entre outras ações: 

  • alocar adequadamente os recursos disponíveis; 
  • melhorar a competitividade e a rentabilidade; 
  • adaptar a propriedade às mudanças do mercado e do clima. 

Tecnologia na gestão agropecuária 

Outro aspecto que não pode ser deixado de lado é o uso de tecnologia na gestão da propriedade rural. A ideia é empregar ferramentas e métodos que facilitam a tomada de decisão e melhoram as atividades diárias relacionadas à produção agropecuária. 

A tecnologia pode abranger desde técnicas tradicionais até inovações incrementais e digitais, como softwares, aplicativos, sensores, drones, inteligência artificial e internet das coisas. Tudo depende de que tipo de infraestrutura tecnológica a propriedade pode comportar. 

A aplicação desses recursos pode promover uma melhoria significativa na produtividade e na qualidade dos produtos agropecuários. Além disso, permite reduzir os custos e as despesas operacionais, bem como os impactos ambientais da atividade, sempre otimizando o uso dos insumos e dos recursos naturais. 

Ainda, é possível usar essas ferramentas para monitorar as condições climáticas e sanitárias, por exemplo, antevendo situações e se precavendo em relação a elas. Todos esses fatores ajudam a qualificar não só os resultados do seu negócio, mas toda a cadeia produtiva. 

Gestão de recursos naturais 

Como é trabalhada a gestão de recursos naturais na sua propriedade? Esse é o conjunto de práticas que visam conservar recursos naturais utilizados pela atividade agropecuária, garantindo a continuidade do ecossistema de forma saudável ao longo do tempo. 

Os recursos naturais incluem o solo, a água, a flora, a fauna e os serviços ecossistêmicos. Para gerenciar tudo isso, é importante usar medidas como o manejo integrado de: 

  • solo — como rotação de culturas, adubação verde e plantio direto; 
  • biodiversidade — como corredores ecológicos, sistemas agroflorestais, rotação de culturas e áreas de preservação permanente; 
  • resíduos — como compostagem, biodigestão e reciclagem; 
  • emissões — como sequestro de carbono, redução de metano e uso de energias renováveis. 

A gestão de recursos naturais gera benefícios como a preservação da qualidade e da disponibilidade dessas riquezas, a adaptação às mudanças climáticas e a redução dos riscos ambientais. Isso ajuda a propriedade a administrar melhor seus recursos e, em alguns casos, a gerar créditos ambientais. 

Gestão financeira 

Outro fator de extrema relevância para os resultados de qualquer negócio rural é a gestão financeira. Estamos falando daquelas atividades que envolvem o planejamento, a organização, a execução e o controle das finanças da propriedade rural. 

A gestão financeira abrange aspectos como o fluxo de caixa, o custo de produção, o preço de venda, os investimentos em máquinas e outros recursos, o crédito e até mesmo a tributação. Basicamente, trata-se do registro e da análise das informações financeiras, da elaboração e do acompanhamento do orçamento e de tudo o que torna a propriedade financeiramente viável. 

Essa gestão ajuda a melhorar a eficiência econômica, a otimizar os resultados financeiros, a ampliar a capacidade produtiva e muito mais. Então, se você quer transformar seu agronegócio em um empreendimento cada vez equilibrado financeiramente e mais sustentável, precisa cuidar das contas! 

Qual a importância e os benefícios da gestão rural? 

Você viu até aqui que a gestão rural visa planejar, organizar, controlar e avaliar os recursos e os processos envolvidos na produção agropecuária. É ela quem garante a sustentabilidade, a rentabilidade e a competitividade do negócio. 

Alguns dos principais benefícios de uma boa administração de propriedade rural são: 

  • melhor aproveitamento dos recursos naturais, humanos, financeiros e tecnológicos disponíveis; 
  • ganho de eficiência e produtividade nas atividades rurais rotineiras; 
  • maior capacidade de adaptação às mudanças do mercado, do clima e da legislação; 
  • aumento de segurança jurídica, sanitária e ambiental; 
  • maior satisfação dos clientes, dos fornecedores, dos funcionários e da sociedade em geral. 

Para uma boa gestão rural, é preciso contar com ferramentas adequadas. Também é crucial ter conhecimento técnico, administrativo e gerencial, além de uma visão estratégica e inovadora. Trata-se de um desafio, mas também de uma oportunidade para o desenvolvimento do seu negócio. 

Quais são as principais obrigações na gestão rural? 

No quesito obrigações na gestão rural, vale destacar o Cadastro Ambiental Rural (CAR), exigido a todos os imóveis rurais do Brasil. Trata-se de um registro eletrônico que serve para integrar as informações ambientais das propriedades e posses rurais, compondo uma base de dados que ajudam a controlar, monitorar e combater o desmatamento no país. 

Estamos falando de um instrumento fundamental para a implementação do Código Florestal Brasileiro, que estabelece normas gerais sobre a proteção da vegetação nativa, das áreas de preservação permanente, das reservas legais e das áreas de uso restrito. 

O CAR é composto de dados pessoais do proprietário ou possuidor rural, dados do imóvel rural, mapa georreferenciado do perímetro do imóvel e das áreas de interesse ambiental, além de documentos comprobatórios dessas informações.  

Ele deve ser feito por meio do Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural (Sicar), uma plataforma on-line gerenciada pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. 

A inscrição no CAR traz uma série de benefícios para o produtor rural, como: 

  • regularização ambiental do imóvel rural; 
  • acesso a crédito agrícola e programas de incentivo à produção sustentável; 
  • suspensão de sanções administrativas por infrações ambientais cometidas antes de 22 de julho de 2008; 
  • segurança jurídica e valorização do imóvel rural. 

Por outro lado, a não inscrição no CAR pode resultar em penalidades para o produtor rural, como: 

  • impedimento de obter licenças ambientais; 
  • restrição ao acesso a crédito agrícola e programas de incentivo à produção sustentável; 
  • imposição de multas e embargos por infrações ambientais; 
  • perda do direito de adesão ao PRA e aos benefícios previstos no Código Florestal. 

Portanto, o CAR é uma obrigação essencial na gestão rural, que concilia a produção agropecuária com a conservação ambiental e, assim, contribui para o desenvolvimento sustentável do país. 

Como fazer a gestão rural? 

Se você chegou até aqui, é provável que esteja com o maior gás para iniciar uma gestão rural eficiente. Porém, pode estar com dúvidas sobre como transformar essa intenção em ações práticas, certo? Que tal começar conferindo algumas dicas que preparamos? 

Primeiramente, saiba que a gestão rural pode ser dividida em quatro etapas principais: 

  • diagnóstico; 
  • planejamento; 
  • Execução; 
  • avaliação. 

Cada etapa tem suas características e ferramentas específicas, que devem ser adaptadas à realidade de cada propriedade. Vejamos a seguir como realizar cada uma delas. 

Diagnóstico 

O diagnóstico é a fase inicial da gestão rural, na qual o produtor ou seus assistentes fazem um levantamento das informações sobre a propriedade, como localização, infraestrutura, recursos humanos e recursos naturais. Também é necessário avaliar: 

  • atividades produtivas; 
  • custos envolvidos; 
  • receitas atuais; 
  • indicadores de desempenho já utilizados; 
  • pontos fortes e fracos do negócio. 

A partir disso, é possível identificar as potencialidades e as limitações da propriedade, bem como as oportunidades e as ameaças oferecidas pelo mercado. O diagnóstico pode ser feito por meio de entrevistas, questionários, observação direta, análise documental e diversas outras técnicas. 

Planejamento 

Essa é a fase de definição dos objetivos, metas, estratégias e ações para alcançar os resultados esperados na propriedade. O planejamento deve ser baseado no diagnóstico e levar em conta os recursos disponíveis e as condições externas. 

É muito importante que esse plano seja participativo, ou seja, que envolva todos os interessados na gestão rural, como o proprietário, os familiares, os funcionários e os parceiros. Para manter uma organização melhor, é indicado que todas essas definições sejam documentadas e comunicadas a quem de direito. 

Execução 

A execução é a fase na qual se coloca em prática o que foi planejado. Ela requer o acompanhamento e o controle criterioso das atividades realizadas na propriedade, verificando se estão de acordo com o que foi estabelecido no plano inicial. 

Ela também demanda o monitoramento dos resultados obtidos, sempre em comparação com as metas definidas. Mas nada disso é rígido ou imutável. A execução exige flexibilidade e capacidade de adaptação do gestor rural, porque podem ocorrer imprevistos ou mudanças no cenário que exijam ajustes no planejamento. 

Avaliação 

Por fim, temos a fase final da gestão rural: a avaliação, em que se faz uma análise crítica dos resultados alcançados na propriedade. Ela permite verificar: 

  • se os objetivos foram atingidos ou não; 
  • quais fatores contribuíram ou dificultaram o sucesso do trabalho; 
  • quais lições foram aprendidas; 
  • quais os caminhos para melhorar o desempenho no futuro. 

É interessante que a avaliação seja feita periodicamente e com base em dados confiáveis. Se ela gerar um feedback produtivo para o gestor rural e para os demais envolvidos na gestão, pode até mesmo servir como fonte de dados para o planejamento do período seguinte. 

Você deve ter percebido que a gestão rural é um processo contínuo e dinâmico, não é mesmo? Ela requer comprometimento, dedicação e aprendizado constante do gestor rural e dos envolvidos. Mas é essencial para garantir a competitividade, a qualidade e a sustentabilidade da propriedade rural no longo prazo. 

Se você quiser mais dicas sobre como otimizar seu empreendimento rural, entenda como fazer o controle de estoque da produção. 

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