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Glifosato: veja o que é preciso saber sobre o assunto

Seja em lavouras de pequeno, médio ou grande porte, as ervas daninhas trazem problemas. Elas podem interferir negativamente na agricultura. Por isso, usar os herbicidas, principalmente o glifosato, torna-se um mecanismo para proteção de cultivo.

Além das doenças, das pragas e da qualidade do solo, o produtor deve se preocupar com essas plantas, que nascem espontaneamente em locais indesejados. Erva daninhas interferem no crescimento natural das culturas, reduzindo a quantidade de nutrientes e a água disponível.

Siga conosco neste artigo e entenda o que é glifosato e de que forma ele ajuda a combater esse tipo de problema tão comum no campo.

O que é glifosato?

O glifosato é uma substância química que contém carbono, hidrogênio, nitrogênio, fósforo e oxigênio. É um composto ativo em herbicidas usados em todo o mundo para o controle de ervas daninhas na agricultura.

Dessa maneira, os produtores usam o material nas pulverizações das lavouras para eliminar as plantas invasoras. Essa substância não apresenta ação sobre as sementes no solo, além de ter um amplo espectro.

Por ser muito versátil, esse herbicida costuma ser aplicado em diversas fases da lavoura. Isso vai depender da necessidade do produtor em controlar plantas indesejadas, como tiririca, caruru ou capim-rabo-de-burro. Ele é usado em pré e pós-emergência.

Antes de iniciar a lavoura, o glifosato ajuda a eliminar as plantas daninhas que vão competir com as sementes pelos nutrientes, a água e a luz. Em uma fase tão importante do cultivo, que é a germinação da semente, o ideal é que nada afete o seu desenvolvimento.

No entanto, as ervas invasoras também podem surgir depois da semeadura. Por isso, o herbicida também se torna fundamental para essa fase de crescimento da cultura. Assim, a planta não terá concorrentes pelos nutrientes para se desenvolver.

Como surge a erva daninha?

Um fator que leva ao surgimento de plantas daninhas está no transporte de sementes pelo vento, água e animais. Além disso, algumas plantas daninhas têm raízes subterrâneas profundas, que podem se espalhar rapidamente e dificultar seu controle.

O mais comum também é a propagação por meio de sacos de sementes de culturas contaminadas com sementes de daninhas. Isso acontece quando as sementes comercializadas são acidentalmente misturadas às de ervas daninhas, e elas acabam germinando também. Por isso, é fundamental contar com materiais de qualidade para a lavoura ter alta produtividade.

Por que o glifosato ficou tão famoso?

A fama do glifosato ganhou o mundo quando se buscava ampliar os lucros e a produtividade da lavoura. Ainda mais em cultivos como os de milho, algodão e soja, esse herbicida apareceu como uma grande solução para o problema da erva daninha.

Ele é um herbicida muito versátil e pode ser aplicado em diversas fases da lavoura, o que facilita o manejo das plantas invasoras ao longo do ciclo da cultura.

A pesquisadora Larissa Mies Bombardi, do Laboratório de Geografia Agrária da USP, em entrevista para o G1, deu uma explicação para o herbicida ser o mais usado no mundo. Segundo ela, a transgenia faz com que a semente seja preparada para receber o glifosato. Por isso, o herbicida mata apenas a erva daninha e não a planta a ser cultivada.

Como o glifosato age?

O glifosato age bloqueando uma enzima essencial no processo de crescimento das plantas invasoras, impedindo a síntese de aminoácidos necessária para sobreviverem. Assim, sem a atividade enzimática, a erva daninha não consegue produzir proteínas e acaba morrendo.

A absorção do glifosato ocorre tanto pelas folhas quanto pelas raízes. Além disso, como o herbicida não é seletivo, a própria lavoura tem de ser resistente à substância.

As plantas cultivadas são projetadas para serem resistentes ao glifosato, por meio de modificação genética. Assim, o cultivo se tornou resistente ao glifosato e permitiu o seu uso na lavoura sem prejudicar a cultura.

Apesar da resistência da cultura, ainda é necessário seguir as recomendações de dosagem e aplicação do fabricante para evitar quaisquer danos à cultura e criação de resistência nas plantas daninhas por utilização sucessiva do produto.

Como é feita a aplicação?

O herbicida de glifosato pode ser aplicado na lavoura de algumas formas. A técnica escolhida vai depender das características da cultura e da planta daninha presente. Confira!

Pulverização

Esse é o método de aplicação mais comum, que pode ser feito por meio de um pulverizador costal ou um equipamento motorizado. A pulverização permite a cobertura uniforme das folhas das plantas daninhas e é mais eficaz quando elas estão em fase de crescimento ativo.

Injeção no solo

As plantas daninhas também podem ser encontradas em pequenas áreas. Então, a aplicação, nesse caso, ocorre diretamente no solo, próximo às raízes da erva. Isso minimiza a exposição do herbicida às culturas e ao meio ambiente.

Aplicação aérea

Quando a lavoura se estende por grandes áreas, a aplicação do glifosato se dá por meio de aeronaves. Esse método é eficaz em áreas onde a pulverização por terra se torna menos eficiente.

Quais são os efeitos nas plantas?

Como mencionado, nas plantas daninhas, o glifosato bloqueia a ação enzimática, e isso faz com que a erva morra. A morte ocorre de forma lenta, demorando entre sete e 14 dias após a aplicação do produto.

Nesse quesito, o glifosato é altamente eficaz no controle de uma ampla gama de ervas invasoras, incluindo aquelas resistentes a outros herbicidas. Mas, no Brasil, as plantas daninhas com resistência comprovada ao herbicida são:

  • capim-arroz;
  • capim-amargoso;
  • caruru;
  • capim-pé-de-galinha;
  • azevém;
  • buva;
  • capim-branco;
  • amendoim-bravo.

Agora, os efeitos na planta cultivada praticamente não existem, caso ela seja resistente ao herbicida. O herbicida não afeta a qualidade das colheitas ou a produção de sementes, pois não é sistêmico e não se move para outras partes da planta além da parte tratada.

Como usar e quais os cuidados necessários?

O glifosato não apresenta atividade no solo. Portanto, ele costuma ter sua aplicação somente em pós-emergência. Isso quer dizer que ele não é preventivo, não sendo recomendável o uso sem a presença de planta daninha.

O uso do herbicida requer cuidados especiais para garantir sua eficácia. Se for aplicado por pulverização aérea, é fundamental verificar as condições climáticas para evitar a deriva do produto para outras áreas. Como ele não é seletivo, pode matar plantas em áreas ambientais, por exemplo.

Além disso, é recomendável evitar sua aplicação em dias chuvosos ou com previsão de chuva, pois a água reduz a eficácia do herbicida. Ele é altamente hidrossolúvel, e a sua atividade é consideravelmente menor em água com muito cálcio e magnésio.

Portanto, é necessário usar o produto com cuidado e aplicá-lo somente nas áreas onde as plantas daninhas estão presentes. É recomendável também evitar a aplicação em áreas próximas a rios, lagos e nascentes de água, para reduzir o risco de contaminação.

O uso do glifosato deve ser rigoroso até mesmo depois da aplicação do produto, como ao descartar as embalagens. É importante descartar corretamente os recipientes do herbicida, seguindo as recomendações do fabricante e as leis ambientais.

Quais as vantagens e desvantagens?

Antes de começar a usar defensivos agrícolas, sejam de glifosato, sejam de qualquer outra base química, é preciso conhecer suas vantagens e desvantagens. Por isso, vamos trazer aqui alguns benefícios de usar esse herbicida na sua lavoura.

Controle efetivo

O glifosato é capaz de controlar uma grande variedade de plantas daninhas, sendo indicado para praticamente todas as invasões. Além disso, por se mover em todas as partes da planta, ele se torna eficaz na eliminação, trazendo ótimos resultados.

Redução de custos

Trata-se de uma opção mais econômica de combater as plantas daninhas, tanto por ser mais barato quanto pela sua eficácia. Isso faz o produtor aumentar a produtividade e também o lucro com a lavoura.

Facilidade no uso

É um produto de fácil aplicação, que pode ser utilizado em uma ampla variedade de culturas. Além disso, o herbicida pode ser aplicado em qualquer etapa da lavoura, assim como de várias maneiras, como mostrado anteriormente. Isso traz uma grande flexibilidade no manejo da cultura.

Efeitos nocivos

Como vimos, o efeito nocivo do glifosato à saúde humana ainda é tema de debate. Alguns países já proibiram seu uso ou restringiram sua aplicação, como é o caso do Brasil. Embora as pesquisas ainda não tenham concluído seus verdadeiros riscos.

Risco de deriva

Ao depender da sua aplicação na lavoura, o herbicida poderá derivar com o vento. Isso aumenta o risco de morte de plantas não destinadas ao seu uso, trazendo problemas econômicos e ambientais — como ao atingir áreas protegidas. Isso vai de encontro a ter uma agricultura sustentável e ecologicamente correta.

Criação de resistência

O uso correto desse defensor agrícola é essencial por outro motivos além dos apresentados até então. A aplicação excessiva do produto fará a erva daninha desenvolver uma resistência à substância, tornando-a menos eficaz. Isso aumentará a necessidade da criação de outros herbicidas mais fortes.

Para quais lavouras ele é indicado?

O herbicida glifosato costuma ter sua aplicação em vários tipos de lavouras, principalmente nas desenvolvidas para serem resistentes a ele. Essa proteção se deve graças ao uso de tecnologia na agricultura. Dentre os principais cultivos, podemos destacar:

  • algodão;
  • café;
  • cana-de-açúcar;
  • soja;
  • milho;
  • arroz;
  • feijão.

Vale lembrar que, além desse controle químico, é possível adotar outras práticas para eliminar ou evitar as ervas daninhas na lavoura, como limpeza dos equipamentos, rotação de culturas, uso de sementes de qualidade e dessecação da área.

Mostramos neste texto o que é glifosato, como aplicá-lo e os efeitos do produto. Por fim, trouxemos as desvantagens de usá-lo e os benefícios em seu plantio, como o aumento na produtividade.

Por falar em produtividade, aproveite sua visita aqui no blog e confira estas três dicas de como aprimorar a produção no campo.

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