Safra 2021/2022: composição de três fotos, na vertical: de plantação de soja à esquerda, café ao centro e milho à direita

Safra 2021/2022: conheça em detalhes as estimativas para soja, milho e café

Nesta superanálise do BBcast Agro, boletim diário dos especialistas do Banco do Brasil, você conhecerá as principais estimativas dos mercados soja, milho e café na safra 2021/2022. Além disso, entenderá os reflexos nos preços dessas commodities. Boa leitura!

Estimativa para safra 2021/2022 de soja

Dados da Conab divulgados no dia 07/10 estimam a safra nacional 2021/22 de soja em 140,75 milhões de toneladas. Em setembro, a projeção fora de 141,26 milhões de toneladas.

Ao mesmo tempo, o clima segue beneficiando o avanço do cultivo de soja no Brasil, em ritmo mais acelerado se comparado à safra anterior. Além disso, espera-se que o cultivo seja concluído dentro da janela ideal, gerando a expectativa de uma safra nacional cheia.

Cenário mundial da soja

Pouco depois, no dia 12/10, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou dados baixistas. O mercado se posicionou aguardando um leve incremento na produção norte-americana, considerando a melhora nas condições das lavouras e estoques.

Os estoques da safra 2020/21 foram condizentes com o esperado (6,97 milhões de toneladas). Contudo, o relatório de outubro do USDA elevou a estimativa de safra dos Estados Unidos para 121,06 milhões de toneladas, 1,7% superior à projeção anterior. Ao mesmo tempo, apontou estoques finais da safra 2021/22 em 8,7 milhões de toneladas, superando em 73% a estimativa de setembro e em 11% o volume esperado pelo mercado.

A safra mundial de soja foi estimada em 385,14 milhões de toneladas, superando em 0,2% a projeção de setembro. Simultaneamente, a previsão de estoque do grão é de 104,57 milhões de toneladas, quantidade 5,7% superior à estimativa do mês anterior.

As projeções do USDA ocasionaram baixas consecutivas nas cotações da soja na CBOT, rompendo a barreira dos 12 dólares por bushel. Além disso, as cotações também foram pressionadas pelos dados de avanço da colheita divulgados no dia 12/10, apontando que 49% da área com a cultura nos Estados Unidos já foi colhida, avançando 15% frente à apuração de 03/10.

Apesar disso, é esperado que o retorno da China às compras de soja norte-americana, após o feriado nacional chinês na semana passada, possa reverter parte das perdas observadas nas cotações da oleaginosa na CBOT.

No mercado brasileiro, o cenário é de oferta restrita. Nesse sentido, as cotações seguem impactadas pelas cotações internacionais, porém atenuadas pela valorização do dólar frente ao real.

Estimativa para safra 2021/2022 de milho

Em relação ao milho, a Conab elevou a safra nacional 2021/22 para 116,31 milhões de toneladas, ante 115,04 milhões de toneladas na estimativa inicial. O estoque da safra 2020/21 (contabilizado até 31 de janeiro de 2022) foi estimado em 6,9 milhões de toneladas, o menor desde a safra 2015/16. Já o da safra 2021/22 foi estimado em 11,5 milhões de toneladas.

Os dados do USDA também foram baixistas para o milho. Enquanto o mercado aguardava redução média de 3% na safra norte-americana em relação aos dados de setembro, o órgão estimou a safra 2021/22 do país em 381,5 milhões de toneladas, quantidade 0,2% superior à apontada no relatório anterior. Para os estoques, era esperado incremento de até 0,9% – contudo, foram estimados em 38,1 milhões de toneladas, volume 6,5% superior.

Por sua vez, a safra mundial foi estimada em quase 1,2 bilhão de toneladas, praticamente em linha com a estimativa de setembro de 2021. Enquanto isso, os estoques globais foram projetados em 301,74 milhões de toneladas, quantidade 1,4% superior à estimativa do mês anterior.

As projeções do USDA vêm pressionando as cotações do milho na CBOT desde sua divulgação. O avanço da colheita nos Estados Unidos, que passou de 39% para 41% da área cultivada, também foi fator baixista para precificação do cereal.

Dados que podem amenizar as baixas remetem à expectativa de compras chinesas de milho norte-americano e à elevação da demanda por biocombustíveis, por conta do aumento progressivo nos preços do petróleo.

No mercado interno brasileiro, o cenário para o milho é de oferta restrita, fator que vem adicionando suporte aos preços do cereal.

Estimativa para safra 2021/2022 de café

Para o café, a Conab divulgou no final de setembro seu 3º Levantamento da Safra 2021, no qual reduziu sua estimativa anterior em 1,93 milhão de sacas, totalizando quase 46,9 milhões de sacas dos cafés arábica e conilon, volume 25,7% inferior ao registrado na safra anterior.

Cabe ressaltar que a variedade arábica apresenta o efeito da bienalidade, que intercala anos de maior produção com anos de menor produção. A safra atual, cuja colheita acaba de ocorrer, é de bienalidade negativa. Somado à essa condição fisiológica da planta, tivemos um desenvolvimento de safra em condições climáticas desfavoráveis, com chuvas abaixo da média em importantes regiões produtoras. Isso fez com que a produtividade média das lavouras recuasse para 26 sacas por hectare, 22,2% menor que a obtida na safra passada. Além disso, houve redução de 4,4% na área cultivada. A produção do arábica deve totalizar 30,73 milhões de sacas, com redução de 36,9% em relação à safra passada.

Por outro lado, para o conilon, que não sofre os efeitos da bienalidade como o arábica, a produção deve ter incremento de 12,8% e totalizar 16,15 milhões de sacas. A produção deve se concentrar nos estados do Espírito Santo, Rondônia e Bahia.

Os dados do USDA divulgados em junho deste ano para a safra brasileira 2021 também apontam redução em volume: de 69,9 milhões para 56,3 milhões de toneladas, redução de 19,5%. Assim, o departamento acredita que os embarques brasileiros do grão recuarão 21,8%, e os estoques finais chegarão ao menor patamar dos últimos quatro anos, com recuo de 62,3%.

Cenário mundial do café

Em termos globais, o USDA estima redução de 6,2% na produção, recuos de 4,2% nas exportações e 19,8% nos estoques finais. Nesse sentido, pesa bastante a quebra de safra brasileira.

Assim, considerando a importância do Brasil na produção global de café, quase 35% nesta safra, o movimento de preços externo e interno tem refletido a menor disponibilidade atual e as preocupações em relação à próxima safra brasileira. Vale lembrar que, além da estiagem a que estiveram expostas nos últimos meses, a lavouras sofreram com geadas, que comprometeram o potencial produtivo da próxima safra.

Nos últimos 12 meses, os preços nas principais praças de comercialização no Brasil tiveram valorização média superior a 120%. Nesse sentido, o movimento de alta mais intensa ocorreu a partir de abril, quando também houve redução das exportações mensais brasileiras de café.

Por outro lado, outros importantes países produtores, mesmo com safras regulares e sem problemas que afetem o volume de produção neste ciclo, dificilmente produzirão o suficiente para preencher a lacuna da quebra da safra brasileira e as perspectivas de menor volume na safra 2022.

Dessa forma, o cenário de déficit previsto para a safra global atual (produção-consumo) pode levar mais uma safra para se tornar superavitário, propiciando firmeza aos preços do café — pelo menos até as primeiras estimativas da safra 2022, nos próximos meses, após as floradas e desenvolvimento dos frutos. Cabe destacar que chuvas recentes, em maior volume, têm beneficiado as floradas, que seguem mais uniformes que as verificadas no ano passado.

Recomendação dos especialistas

Por fim, para dar tranquilidade ao produtor nesse mercado com oscilações constantes de preços, o Banco do Brasil possui as Opções Agropecuárias. São soluções para travar os preços de comercialização da produção futura e termos de moedas, para a proteção contra as oscilações do câmbio.

Você pode simular Opções diretamente no aplicativo do Banco do Brasil, acessando no menu principal a aba “Agro” e depois “Simulador de opções Agro”. Após decidir pelo melhor vencimento/prêmio, basta procurar a agência de relacionamento para finalizar a operação e ter uma safra 2021/2022 com maior previsibilidade.

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