estimativas para safra 21/22 de soja e milho

Estimativas para safra 21/22 de soja e milho e como lidar com o cenário

Quais são as estimativas para safra 21/22 de soja e milho? Como compradores e produtores dessas commodities podem se planejar, considerando essas expectativas? Continue a leitura para entender.

As informações têm como base projeções divulgadas nesta semana pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

Cenário da soja no Brasil, segundo a Conab

Dados da Conab divulgados no dia 11/01, referentes à safra nacional de soja 21/22, projetam uma produção 140,5 milhões de toneladas, recuo de 1,6% em relação à estimativa de dezembro, que foi de 142,79 milhões de toneladas.

Apesar do menor volume divulgado, decorrente de condições climáticas desfavoráveis em algumas regiões do país, a safra atual é 2,3% superior à passada, por conta do aumento da área cultivada, que deve totalizar 40,4 milhões de hectares — alta de 3,8% ante a safra anterior.

De maneira geral, o clima beneficiou o cultivo no Brasil, e algumas áreas já estão sendo colhidas. Por outro lado, os estados da região Sul vêm tendo problemas gerados pelo déficit hídrico, em especial nos últimos 45 dias.

O que diz o USDA sobre a safra de soja 21/22

Na quarta-feira, 12/01, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos divulgou dados com potencial altista para a precificação da commodity em Chicago, que já vem acumulando altas desde meados de dezembro.

No atual balanço de Oferta e Demanda, o USDA prevê redução da produção global da safra 21/22, cuja projeção passou de 381,78 milhões de toneladas para 372,56 milhões.

Segundo o órgão, os estoques globais da oleaginosa, por sua vez, caíram 6,7%, de 102 milhões para 95,2 milhões de toneladas. Nesse sentido, destaque para a redução da produção do Brasil, em 5 milhões de toneladas; da Argentina, em 3 milhões; e do Paraguai, em 1,5 milhão.

Pelos efeitos severos da estiagem no Brasil, a expectativa era que os dados apontassem maior redução na produção. Contudo, o USDA costuma relatar perdas de forma mais compassada. Mesmo assim, o reflexo foi positivo na Bolsa de Chicago: o contrato de janeiro de 2022 encerrou o dia com valorização de 1,05%, cotado a US$ 13,91 por bushel.

Expectativas da Conab para a safra de milho 21/22

A Conab reduziu a estimativa da safra nacional 21/22 de milho para 112,9 milhões de toneladas, indicando redução no volume de 117,2 milhões, projetado em dezembro de 2021.

O estoque final da safra 20/21, por sua vez, foi estimado em 8,8 milhões de toneladas, o menor desde a safra 15/16. Por outro lado, o estoque da safra 21/22 é estimado em 9,6 milhões de toneladas.

Visão do USDA para a safra de milho

Os dados USDA para a safra 21/22 de milho, quando comparados aos divulgados em dezembro de 2021, também não trouxeram grandes mudanças nas principais variáveis do balanço de oferta e demanda global.

A produção permanece estável, na casa de 1,2 bilhão de toneladas (passando de 1,208 para 1,206 bilhão), mas indica uma redução da produção brasileira, que passou de 118 para 115 milhões de toneladas.

Essa redução não impactou o volume global previsto do cereal, já que o USDA trouxe dados de maior produção na Ucrânia e nos Estados Unidos. Já para estoques finais globais, a projeção é de redução: de 305,54 para 303,06 milhões de toneladas, refletindo o recuo dos estoques no Brasil e Argentina. Nos EUA, os estoques previstos passaram de 37,93 para 39,11 milhões de toneladas.

A elevação da produção norte-americana e ucraniana, assim como os estoques norte-americanos, acabaram por pressionar os contratos com vencimentos mais curtos na CBOT: março de 2022 encerrou o dia 12/01 cotado a US$ 5,99 por bushel, redução de 0,33% em relação à cotação da abertura.

Alô, compradores dessas commodities!

Apesar dos dados divulgados não refletirem a integralidade das perdas observadas em campo até esse momento, cabe atenção aos produtores que necessitam adquirir estas commodities para a composição das rações para pecuária.

O cenário que se desenha pode gerar escassez, principalmente de milho no primeiro semestre. Assim, considere, por exemplo, a possibilidade de contratar Opções de compra (call) do produto.

Recomendação dos especialistas em agro do BB

Considerando que a expectativa de produção para a segunda safra ainda é elevada, também cabe aos produtores de milho atenção para aproveitar as altas nos contratos mais longos, como setembro de 2022, a fim de efetuar trava de preço e garantir rentabilidade elevada.

O Banco do Brasil disponibiliza um mecanismo de proteção financeira chamado Opções Agropecuárias, para travar os preços de comercialização da produção futura, bem como os Termos de Moedas, para que o produtor se proteja contra as oscilações do câmbio.

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