estádio fenológico da soja

Quais são os estádios fenológicos da soja? Saiba como determinar!

Além do clima propício, da extensão territorial favorável e do empenho altamente eficaz dos produtores rurais, há muitos fatores que contribuíram para o Brasil assumir a liderança mundial na produção de soja. Um deles é exatamente o manejo nas fazendas nas várias fases da planta, como acontece com os estádios fenológicos da soja. Quer entender melhor esse assunto? Continue a leitura!

O que são os estádios fenológicos da soja?

Ano após ano, agricultores vêm acompanhando as mudanças necessárias no intuito de combater as perdas que afetam o cultivo de soja e outras culturas. Nesse sentido, em meio a inúmeras práticas, é preciso conhecer as fases de crescimento e de desenvolvimento da planta leguminosa de olho para tomadas de decisões certeiras.

Assim, torna-se possível conduzir as melhores ações de manejo, bem como manter a manipulação ideal do ambiente de produção. Com abordagens devidamente comprovadas, os estádios fenológicos da soja são justamente essas fases de crescimento da planta, envolvendo mudanças fisiológicas, químicas e físicas.

Diante disso, o Brasil conseguiu se tornar o maior produtor de soja do mundo. Como dito, esse cenário é devido — em grande parte — a esse conhecimento que influencia o rápido crescimento, havendo ainda múltiplas medidas e diversos fatores que devemos considerar ao longo do cultivo da cultura:

  • o preparo do solo;
  • a seleção de variedades;
  • o acompanhamento da taxa de germinação;
  • a profundidade de plantio;
  • a espaçamento entre linhas;
  • o manejo de pragas;
  • a nutrição das plantas;
  • a colheita.

Ou seja, em razão dessas combinações, o país vem sendo destaque no contexto mundial, demonstrando que a teoria e a prática funcionam.

Quais são os estádios fenológicos da soja?

Até chegar aos grãos que são comercializados em grande escala, a soja vivencia várias fases de desenvolvimento. Na prática, ela passa por 15 estádios que são divididos em vegetativos e reprodutivos.

Estágios vegetativos

Desde a germinação até a formação dos primeiros caules e das folhas, a soja passa por uma espécie de explosão de estágios:

  • emergência (VE);
  • estágio cotilédone (VC);
  • primeiro trifoliolado (V1);
  • segundo trifoliolado (V2);
  • terceiro trifoliolado (V3);
  • enésimo trifoliolado (V(n));
  • floração iniciada (V6).

Estágios reprodutivos

Os estágios reprodutivos são os responsáveis pela floração, pelo desenvolvimento das vagens e das sementes e pela maturação da planta. Cada parte é dividida em momentos distintos, explicados pela sequência abaixo:

  • Início da floração, com uma flor em qualquer nó do caule da haste principal (R1);
  • Floração plena, com a floração chegando aos dois nós superiores da planta (R2);
  • Início da formação da vagem (também conhecida como canivetinho), com flores totalmente desenvolvidas (R3);
  • Vagem completamente desenvolvida, com 3/4 de polegadas nos quatro principais nós (R4);
  • Início do enchimento de grão, com 1/8 de polegada nos quatro principais nós (R5);
  • Grão totalmente cheio (R6);
  • Início da maturidade fisiológica, com a vagem madura (R7);
  • Maturidade completa, com 95% das vagens prontas para a colheita (R8).

Para você entender melhor essa dinâmica que acontece em todas as plantas até a chegada ao grão definitivo, vamos explicar cada uma delas, a começar pelas vegetativas.

Quais são as etapas dos estádios fenológicos da soja?

A partir do entendimento de que os processos de desenvolvimento da soja são integrados e de que há a necessidade de vários cuidados, confira o que acontece em cada momento da evolução da planta:

Fases vegetativas

Emergência (VE)

As primeiras folhas de um embrião são conhecidas como cotilédones. Nessa fase, elas estão acima da superfície do solo.

Se estiverem verdes, o cultivo da soja será em flores brancas. Por outro lado, caso estejam roxas, apresentarão flores na mesma cor.

É válido destacar que a semente inicia a germinação quando a água absorvida equivale a quase 50% do seu peso. Nesse caso, a raiz é a primeira a emergir.

Cotilédone (VC)

Trata-se da fase da fenologia da planta em que os cotilédones estão desenvolvidos com dois pares de folhas opostas e abertas.

Primeiro trifoliolado (V1)

Apresenta-se quando a soja já está com o par de folhas opostas completamente desenvolvido. Além disso, é marcado pelo momento em que a primeira folha trifoliolada mostra as bordas de cada folíolo separadas.

Segundo trifoliolado (V2)

Nessa fase, os folíolos estão expandidos, com a segunda folha trifoliolada aberta. Além disso, as bordas continuam sem se tocar.

Terceiro trifoliolado (V3)

É a hora em que o número de ramos aumenta em espaçamentos maiores e com a densidade das plantas menor. Essa situação pode oscilar de acordo com a variedade cultivada.

Também é o meio do período que se inicia na V2 e termina na V4 (momento em que se inicia a fixação biológica de nitrogênio), quando os cotilédones ficam amarelados e começam a cair. Trata-se de uma indicação de que a planta já tem o mínimo de folhas e de raízes necessário para assegurar o crescimento.

Enésimo trifoliolado (V(n))

Nesse estádio, é estabelecido o número total de nós que a planta poderá produzir. Na prática, ocorre quando o caule atinge o ápice, ditando o ponto de crescimento.

Fases reprodutivas

Início da floração (R1)

Nesse estádio, pelo menos uma flor já se apresenta em qualquer nó da haste principal, começando do terceiro ao sexto. Isso varia por conta do estágio vegetativo em que se encontra a floração. Em função do melhoramento genético das cultivares e da busca por maiores produtividades, é comum que o R1 se inicie com mais de uma flor na haste principal. Caso apenas uma flor se abra na haste principal, esse momento será conhecido como R1 típico.

Floração plena (R2)

Ocorre quando houver uma flor aberta nos últimos nós do caule. Na prática, acontece quando se atinge a porcentagem de 50% no processo de desfolhagem da planta até o fim da próxima fase.

Início da formação da vagem (R3)

Nesse estádio, começam o desenvolvimento das primeiras vagens e ocorrem as perdas das flores que exerceram um papel fundamental no desenvolvimento. Quanto menos estresse as flores sofrerem, maiores serão os índices produtivos por planta.

Vagem completamente desenvolvida (R4)

Nesse estádio, as vagens estão em um acelerado crescimento, desenvolvendo as sementes que chegarão ao estágio final de formação. É válido ressaltar que as tensões nessa fase podem influenciar negativamente o rendimento.

Início do enchimento dos grãos (R5)

Acontece quando os primeiros grãos começam a encher por meio da influência da água e de outros nutrientes. Nesse estádio, chega-se ao tamanho de 1/8 de polegada no comprimento.

Grão totalmente cheio (R6)

Também é conhecida como a fase do “feijão verde”. Nesse estádio, a semente se apresenta em seu tamanho completo, e o peso chega ao pico.

Início da maturidade fisiológica (R7)

A vagem ganha uma coloração que demonstra o princípio da maturidade, podendo ser marrom ou bege. Ocorre quando a matéria seca atinge o pico nas sementes.

Maturidade completa (R8)

Acontece quando 95% das plantas estão com as vagens em uma coloração totalmente madura, necessitando de até dez dias para secarem, ficando, então, prontas para a colheita. Todos os processos são preponderantes para a interação do potencial genético com o ambiente, havendo impacto direto no índice de produtividade.

Cotação da soja

Como determinar os estádios fenológicos da soja?

De modo geral, a determinação dos estádios fenológicos da soja ocorre por meio do conhecimento de todas as fases do crescimento. Para isso, são necessárias observações em campo e pesquisas — métodos que foram conduzidos ao longo dos anos, sempre com a parceria da tecnologia.

Inclusive, em razão dessa evolução, as lavouras se tornaram mais eficientes, explorando as melhores práticas de manejo. Assim, as necessidades das plantas são atingidas ao máximo em cada período.

Por essa razão, como dito, o desenvolvimento da produção dessa cultura se deve muito à condução exemplar dos estádios fenológicos da soja, tornando-a a mais plantada no Brasil. Não é à toa que os índices de produtividade estão continuamente em ascensão.

Como o país tem em seus solos 30% da área plantada de soja do mundo, o manejo está em constante progresso, unindo tecnologia, pesquisas e técnicas que influenciam a melhora de todas as fases de desenvolvimento da planta. Dessa maneira, os produtores conseguem obter sementes com um alto padrão de qualidade, o que gera reflexos no índice de produtividade e, consequentemente, nos lucros.

A importância do conhecimento no plantio da soja

Ao conhecer esses estádios, com as respectivas ações positivas, torna-se possível evitar perdas ocasionadas por estresses hídricos. Ainda nesse contexto, as pragas que causam danos diretos ou doenças que são geradas pelos vetores transmitidos pelos insetos representam outro problema.

Considerando que a água corresponde a quase 90% da massa das plantas, com atuação na maioria dos processos fisiológicos e bioquímicos, quanto mais entendimento houver, melhores serão as respostas na regulação térmica e osmótica e na absorção dos nutrientes. Ou seja, com a adoção de boas práticas, a soja crescerá com mais qualidade e menos perdas, gerando um cultivo bem-sucedido.

Na prática, evitando as condições de estresse, a absorção de nutrientes aumenta. O resultado é fruto da influência do manejo correto, que reduz o número de folhas menores, de entrenós mais curtos, de um inferior desenvolvimento radicular e da clorose, vistos também como inimigos da produção.

Ao compreenderem cada fase da planta, os produtores conseguem agir para enfrentar eventuais deficiências nutricionais, além de elevarem a força de crescimento.

Portanto, a boa condução dessa cultura vai muito além dos altos investimentos em maquinários e do preparo do solo. Há, na verdade, uma explicação científica comprovada em todas as etapas dos estádios fenológicos da soja, demonstrando que os produtores brasileiros são uma referência no cenário mundial.

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