Saiba o que fazer em caso de deficiência de fósforo no milho
A deficiência de fósforo no milho é um problema que precisa ser resolvido, pois impacta diretamente a produtividade da plantação. Nesse sentido, é preciso considerar aspectos-chave, como a quantidade, a época e se a adubação ocorre na primeira ou na segunda safra.
Estar a par de todos esses pontos faz a diferença, visando cobrir deficiências desse mineral tanto na planta quanto no solo. Ao longo deste texto, você vai entender quais sinais podem significar a falta de fósforo e como fazer seu manejo correto no milho. Boa leitura!
Qual a importância do fósforo para o milho?
Uma dos tópicos mais importantes a se considerar para ter uma boa produção de milho é o aporte de nutrientes. Nesse sentido, o fósforo tem um papel essencial, pois é útil em processos como respiração, fotossíntese e transferência de genes e energia.
Além disso, está presente em várias moléculas do milho, tais como os açúcares fosfatados e as coenzimas. Também vale frisar que ele atua na maturação de frutos, no crescimento das raízes, na formação de frutos, fibras e grãos, bem como no vigor das plantas.
A seguir, explicamos melhor alguns dos pontos citados!
Crescimento das raízes
As raízes do milho absorvem o fósforo na forma de íons fosfato presentes no solo. Uma das maneiras de saber se há deficiência de algum nutriente é por meio de um procedimento chamado análise foliar. Convém destacar que a disponibilidade adequada do mineral promove crescimento e ramificação das raízes, permitindo que a planta absorva água e nutrientes com mais eficiência.
Desenvolvimento de sementes e frutos
Durante a formação dos grãos de milho, o fósforo tem um papel crucial na síntese de proteínas, carboidratos e lipídios. Esses necessitam do nutriente porque são componentes essenciais das sementes, de modo que a deficiência de fósforo pode levá-las a uma malformação.
Transferência de energia
O fósforo também tem participação na transferência e no armazenamento de energia nas plantas. Na prática, o nutriente faz a conversão de energia luminosa em energia química, o que corresponde ao processo da fotossíntese. Além disso, está envolvido na síntese de DNA, RNA e outras moléculas que atuam no transporte e no armazenamento de energia nas células vegetais.
Quais os sintomas de deficiência de fósforo no milho?
Quando você vê as folhas do milho roxas ou avermelhadas, é um forte indício de deficiência de fósforo. Outros sintomas que merecem atenção, principalmente em plantas jovens, são colmos improdutivos, frágeis e finos e espigas retorcidas e pequenas.
Um ponto que merece destaque é o seguinte: a coloração roxa ou avermelhada costuma aparecer primeiro nas folhas mais velhas do milho. Em seguida, esses sinais de deficiência do fósforo tendem a se manifestar nas folhas mais novas, tendo em vista que isso corresponde ao deslocamento do nutriente pela planta.
Nos tópicos a seguir, você confere mais sintomas da carência desse mineral no milho.
Folhas com manchas necróticas
Ainda falando das folhas do milho, quando elas são pequenas e malformadas, também pode significar deficiência de fósforo. Porém, além da coloração escura, é possível que apresentem manchas necróticas — áreas de tecido morto que se tornam marrom-escuras ou pretas. Essas manchas podem aparecer entre as veias das folhas, ao longo das bordas ou em qualquer outra parte.
Redução do tamanho das espigas
No milho, a falta de fósforo compromete a síntese de amido e outros compostos relacionados ao desenvolvimento dos grãos. A deficiência do nutriente pode causar não apenas um menor número de grãos, como também impactar o tamanho destes. Por consequência, as espigas tendem a ser mais curtas e a ter menor enchimento dos grãos.
Sistema radicular subdesenvolvido
A deficiência de fósforo pode levar a um sistema radicular subdesenvolvido e menos ramificado. Na prática, as raízes do milho são responsáveis pela absorção de água e nutrientes essenciais para as plantas. À medida que o suprimento do mineral é insuficiente, tanto o crescimento quanto a ramificação das raízes são afetados. Assim, reduz a capacidade da planta de absorver água e nutrientes do solo.
Além de problemas como o estresse hídrico, esse sistema radicular subdesenvolvido pode acarretar a deficiência de outros nutrientes, por mais que estes estejam disponíveis no solo. Nesse sentido, o desenvolvimento inadequado também torna a planta mais suscetível a danos causados por reações adversas — em especial, secas e ventos fortes.
Como fazer o manejo de fósforo no milho?
Um dos pontos que merece atenção no manejo do milho tem a ver com a safra. Na maioria das vezes, a planta é cultivada em segunda safra, e isso implica uma aplicação menor de nutrientes, inclusive o fósforo.
Na prática, o recomendado é o seguinte em termos de manejo de milho na segunda safra:
- 100 a 120 pontos de N;
- 50 a 60 pontos de P2O5;
- 80 a 90 pontos de K2O.
Sobre a época de aplicação, é aconselhado não antecipar a adubação fosfatada para antes da soja. Fazer o contrário disso pode prejudicar a plantação, no sentido de o milho não usufruir bem do fertilizante residual aplicado anteriormente para a soja.
Se a aplicação do fósforo ocorrer no sulco do plantio, a eficiência tende a ser maior, em comparação à aplicação feita de modo superficial.
Dose de adubação fosfatada
Por mais que a eficiência da aplicação de fósforo não seja integral, deve-se ter em mente a referência de 80 kg a 100 kg de P2O5 por hectare. Se o produtor também trabalha com soja, é um erro aplicar essa mesma quantidade para ela. O ideal é usar essa referência apenas para o milho.
Podemos finalizar o tópico especificando as estratégias para milho safra, safrinha e silagem. No primeiro caso, a abordagem recomendada é a adubação corretiva, que visa aumentar a oferta de nutrientes no solo. No segundo, usa-se a adubação de manutenção do fósforo. Por fim, no milho para silagem, a estratégia de manejo indicada é a adubação de reposição.
A deficiência de fósforo no milho, como vimos, é um problema sério e que exige cuidados no manejo. Observar a safra é um dos pontos a serem considerados, pois há relação direta com a quantidade do nutriente que deve ser aplicada no solo.
Aproveite a visita ao blog para saber mais sobre a cultura do milho, suas características, importância e problemas enfrentados!
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