Cultura da canola e do triticale: veja as principais dicas e características
Tanto a cultura da canola quanto a do triticale são importantes para a agricultura mundial, especialmente no que diz respeito à alimentação animal e humana. No entanto, suas semelhanças acabam por aí, já que o produto final é completamente diferente.
Enquanto uma é responsável por gerar óleo, a outra está diretamente relacionada à fabricação de cereais e farinha. A seguir, vamos explorar um pouco mais sobre essas duas culturas e a importância delas para a agricultura. Confira!
Cultura da canola
A canola tem como produto final um óleo com o mesmo nome. Ele se destaca de outros, como o de milho ou de soja, por sua alta qualidade em termos de composição. Seus principais produtores são a União Europeia, China e Canadá. No Brasil, a canola, apesar de cultivada no inverno, é considerada uma plantação típica da primavera.
Embora seja mais conhecida pela produção de óleo, a canola gera também um farelo usado como proteína para alimentação animal. Em termos de volume, perde apenas para o farelo de soja, produzido quatro vezes mais. No Brasil, também é ótima alternativa para a rotação de culturas no inverno, especialmente na Região Sul.
Cultura do triticale
Essa lavoura tem uma característica única: é o primeiro cereal sintético produzido pelo cruzamento do trigo e do centeio. O seu nome é a fusão das palavras triticum (trigo) e secale (centeio).
É um tipo de cultura muito comum no inverno, com 80% da produção ocorrendo na Europa. Está no Brasil desde 1969, primeiro como pesquisa, depois como produto, a partir de 1985. No começo, era usada apenas para alimentação animal, porém, ao longo das décadas, foi incorporada à alimentação humana.
Principais dicas de cultivo
Como vimos, essas duas espécies têm papel importante para a alimentação humana e animal. Por conta de suas particularidades, necessitam de condições bastante específicas de cultivo. Aqui, reunimos as principais informações.
Canola
Solo
O solo não deve ser compactado e precisa ser preparado para fornecer uma boa produtividade em relação a canola por hectare. A terra deve ser bem drenada, com alta fertilidade, além de pH entre 5,5 e 6. Também é fundamental a atenção à adubação e à calagem.
Clima
Essa é uma planta de cultivo em regiões de alta altitude, locais acima de 600 metros. No Brasil, é comum que a colheita da canola aconteça na primavera, já que são necessárias condições amenas e chuvas bem distribuídas. A temperatura de plantio ideal é de 5 a 25°C.
Semente
O solo precisa ser úmido, e o espaçamento entre linhas, de 40 cm. O objetivo é que haja uma densidade de 40 plantas por metro quadrado. As sementes devem estar a um centímetro de profundidade.
Colheita
A colheita é feita de forma mecanizada nos períodos mais secos e quentes do dia, já que a umidade recomendada é de 18%. O ponto ideal é quando de 40% a 60% das sementes estão na cor marrom.
Triticale
Solo
Aqui, o solo também precisa ser preparado. No entanto, é importante ter alguns cuidados durante esse processo. Deve-se evitar, excessivamente, arações e gradagens superficiais para não desestruturar a camada arável. Isso diminui a capacidade de infiltração do solo, o que por sua vez aumenta o risco de erosão hídrica. Sendo assim, o conselho é para diminuir a intensidade de preparo.
Clima
A temperatura ideal dependerá da fase do plantio. Entre 10 a 12°C, é recomendado o período de afilhamento. Agora, a temperatura entre 13 e 25°C é indicada para a fecundação.
Semente
No caso das sementes, é importante a preocupação com a colocação e também o uso de fertilizantes. A densidade indicada é de 350 a 400 sementes por m² com espaçamento entre linhas de até 20 cm para melhor distribuição e também mais eficiência dos fertilizantes. A colocação não deve ficar entre 2 a 5 cm de profundidade.
Colheita
É essencial ter atenção à escolha da colhedora. A velocidade da máquina precisa ser menor e o nível de umidade dos grãos e das espigas deve ser baixo.
Utilizar batedores em formas de barras é a melhor alternativa e, no caso do cilindro, colocar preenchimento entre os dentes é uma boa forma para evitar que as espigas fiquem trilhadas.
Importância do cultivo
O triticale é uma cultura essencial para a alimentação animal, uma vez que é uma espécie versátil que pode substituir outros cereais e, em certos casos, até mesmo a farinha de soja. No entanto, não são em todos os países que esse produto é usado na fabricação de ração animal. No México, por exemplo, quase toda a produção é destinada para alimentação das pessoas.
Agora, no caso da canola, o cultivo se destaca por ser um óleo para alimentação e biocombustível. Ele também pode fazer parte da composição de solventes e vernizes industriais.
Problemas encontrados na plantação
Além dos cuidados na semeadura, essas duas culturas podem sofrer com a existência de plantas daninhas e correm o risco de ser atacadas por doenças e pragas. A seguir, vamos conhecer quais são as principais. Confira!
Canola
As doenças que podem aparecer são canela preta, mofo-branco, mancha de alternária e podridão negra das crucíferas. Em relação às principais pragas da canola, insetos como pulgões, traça das crucíferas e corós são as mais comuns.
Triticale
O triticale pode ser acometido das seguintes doenças: brusone, giberela e virose do nanismo amarelo da cevada (VNAC). Já as principais pragas são os pulgões, lagartas e corós.
Como vimos ao longo deste artigo, as culturas da canola e do triticale são importantes para a agricultura, trazendo mais versatilidade e servindo como substituições competentes para produtos derivados da soja, trigo e milho. Podem ser produzidas facilmente no Brasil, especialmente na Região Sul.
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