Cultivo de tomate: saiba mais sobre essa atividade promissora
O cultivo de tomate é versátil, lucrativo e promissor no mercado. Sem contar que esse fruto é um sucesso na mesa dos brasileiros: vai bem em saladas, molhos e pratos de carne, por exemplo. É, também, uma excelente opção de agricultura urbana.
Neste artigo, trazemos um breve resumo da trajetória da produção de tomate no Brasil. Abordamos também o panorama atual, as tendências e as tecnologias relevantes para o setor. Confira!
Qual o cenário do cultivo de tomate no Brasil?
A trajetória do cultivo de tomate no Brasil começou no século 19. Foi quando os imigrantes italianos introduziram os plantios do fruto, já popular na cultura europeia. A plantação foi inicialmente concentrada no Sudeste, principalmente em São Paulo. Em seguida, expandiu-se para o Nordeste e o Centro-Oeste.
O processamento em larga escala teve início no começo do século 20 na indústria. Atualmente, o Brasil é um dos maiores produtores e consumidores globais de tomate.
O estado de Goiás se destaca como o principal produtor para processamento industrial no Brasil. Em 2022, representava 29,9% da produção nacional. Esse protagonismo se deve a investimentos em técnicas e tecnologias de cultivo. São Paulo e Minas Gerais lideram a produção e o consumo de mesa do tomate.
A qualidade do fruto está vinculada à quantidade de radiação solar. Esse fator faz com que a produção brasileira seja, em grande parte, sazonal e manual. Entretanto, o cultivo de tomate está passando por transformações impulsionadas por tecnologias inovadoras. Entre elas, o uso de estufas controladas e a irrigação com nutrientes.
Outra inovação que vale citar é o insumo agroindustrial desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para aumentar a vida útil do tomate. O chamado revestimento filmogênico é feito à base de gelatina, amido de milho e glicerol.
Além disso, a tecnologia de pulverização tratorizada é um recurso usado para combater pragas. reduzindo-as ou eliminando-as em grandes espaços de plantio com muita rapidez.
A cultura nacional do tomate tem bastante potencial para desenvolvimentos futuros. Porém, é preciso que os produtores se mantenham atualizados para garantir a produtividade e a rentabilidade de seus negócios.
Como cultivar tomate?
Antes de tudo, você precisa conhecer melhor as características da planta. O tomateiro tem ramos e caule flexíveis e prospera em temperaturas amenas, entre 15 °C e 19 °C à noite e entre 19 °C e 24 °C durante o dia. Ele se adapta a áreas tropicais acima de 800 metros, subtropicais e temperadas.
A época recomendada para o plantio é entre agosto e janeiro em regiões frias. Já em locais onde a temperatura é mais elevada, o período de fevereiro a maio traz maiores chances de sucesso.
Pequenos espaços e outras características
Essa cultura é adaptativa e propícia para pequenos espaços agrícolas, além de bastante rentável devido à alta demanda e ao valor comercial. No entanto, vale ressaltar suas demandas nutricionais e sua vulnerabilidade a diversas pragas e doenças — como broca-pequena, traça, ácaros, mosca-branca, pulgões, geminivírus etc.
Outra característica importante dessa cultura é que ela é viável em canteiros e vasos. Além disso, a colheita varia entre 90 e 100 dias após o transplante de mudas e não é necessário que o fruto esteja totalmente maduro.
O cultivo de tomate envolve a produção de mudas a partir de sementes em bandejas de isopor com substrato comercial. As irrigações diárias, sem excessos, são fundamentais para não prejudicar o desenvolvimento das mudas.
Já o transplante ocorre quando a planta atinge quatro ou cinco folhas. Além disso, requer um local definitivo com incidência solar adequada. A adaptação do tomateiro é eficaz em solos permeáveis, areno-argilosos e com boa drenagem, considerando a profundidade do solo e a acidez (pH entre 5,5 e 6,5).
Para garantir um bom desenvolvimento, o tutoramento é essencial. Trata-se de instalar uma estrutura para guiar o crescimento da planta. Você pode usar varas de bambu ou madeira de 2 metros. O espaçamento ideal entre as plantas é de 50 a 60 centímetros, com 1,20 metro entre os sulcos.
Quer uma última informação para começar bem a sua plantação de tomates? Lá vai: se você combiná-lo com ervas aromáticas, o crescimento será mais vigoroso.
A cultura de tomate-cereja
O cultivo de tomate-cereja merece um destaque, já que é um curinga na culinária, com seus pequenos frutos de 2 a 3 centímetros de diâmetro e polpa fina. Ele é uma opção bastante viável para plantio doméstico, o que favorece a agricultura familiar.
Nessa variedade, a profundidade da raiz é em torno de 50 centímetros. A colheita começa após 80 a 90 dias do plantio. Aqui, é importante prestar atenção a aspectos como:
- compra de sementes híbridas em locais autorizados;
- análise do terreno antes do plantio.
O tomate-cereja é sensível ao clima. Então, a irrigação deve ser cuidadosa, com uma boa avaliação da umidade do solo. Além disso, o controle de pragas exige monitoramento periódico e intervenção adequada sempre que necessário.
A poda constante é uma prática vital para plantas como o tomate-cereja, cujo crescimento é indeterminado. Sendo assim, é preciso fazer o desbaste e usar técnicas como o fitilho. Para a colheita, vale seguir estas recomendações:
- verifique se os frutos estão uniformemente vermelhos;
- retire um por vez;
- classifique-os por tamanho.
No cultivo em vaso, o ideal é usar recipientes com pelo menos 50 centímetros de altura e 40 centímetros de largura. Além disso, é importante garantir luminosidade adequada para o crescimento da planta.
Como escolher o tipo de tomate?
O cultivo de tomates envolve considerar vários fatores que impactam diretamente a qualidade, a demanda de mercado e a rentabilidade para os produtores. Um dos principais é o tipo de tomate a ser cultivado, já que existem muitas variedades da planta.
As espécies selvagens de tomate tiveram origens na era pré-colombiana. Eram cultivadas nos tabuleiros andinos pelos maias na América Central e, depois, disseminadas entre os povos astecas.
Hoje, a utilização de híbridos na produção já é uma prática consolidada, que atende aos mercados de tomates para a indústria e de mesa. Na escolha de uma cultivar específica, devem ser considerados fatores como:
- ciclo de crescimento;
- características específicas de qualidade (como sólidos solúveis, acidez e viscosidade);
- características agronômicas (como resistência a pragas e doenças).
Entre as cultivares de tomate destinadas ao consumo in natura, quatro grandes grupos se destacam. Em seguida, apresentamos cada um deles.
Tomate-cereja
É composto de variedades de frutos pequenos, em cachos de 12 a 18, com formato periforme e elevados teores de sólidos solúveis. São comumente utilizados na ornamentação de pratos e apresentam alta demanda e preços compensadores no mercado.
Italiano
Contempla frutos compridos (de 7 a 10 centímetros), em alguns casos pontiagudos, com polpa espessa, coloração intensa, firmeza e sabor acentuado. A demanda pelos tomates desse grupo tem aumentado, mas eles ainda são desconhecidos para muitos consumidores.
Salada
O tomate do tipo salada, também conhecido como tomatão, tem hábito de crescimento determinado e indeterminado. Seus frutos pluriloculares podem chegar a 500 gramas, com formato globular achatado e coloração vermelha ou rosada.
Santa Cruz
Esse grupo é composto de plantas altas de crescimento indeterminado, com frutos oblongos bi ou triloculares e peso médio entre 80 a 220 gramas. São os mais conhecidos no mercado, com preços mais acessíveis e sabor ligeiramente ácido.
Como é feita a colheita de tomate?
O período de maturação do tomate varia conforme a cultivar, o clima, o estado nutricional e a disponibilidade de água. Além disso, o estresse pode reduzir o ciclo de maturação. A maioria das cultivares no Brasil é colhida entre 110 e 120 dias após a germinação ou de 90 a 100 dias do transplante.
A colheita manual costuma acontecer em duas fases: aproveita-se 70% a 80% dos frutos maduros na primeira e o restante na segunda, cerca de 10 a 15 dias depois.
Em certas situações, essa colheita subsequente pode ser evitada, mas a decisão depende do preço do tomate e da quantidade de frutos a serem colhidos. Sendo assim, leve em conta que os custos da segunda colheita são mais altos e que a qualidade do produto é um pouco inferior.
Para evitar perdas por apodrecimento de frutos, em algumas circunstâncias, as colheitas são antecipadas. Contudo, vale dizer que essa prática expõe os remanescentes à radiação solar direta, o que resulta em escaldadura e prejudica a qualidade.
Colheita mecanizada
Alternativa da agricultura moderna, a colheita mecanizada vem ganhando destaque. Nesse contexto, colheitadeiras automotrizes cortam as plantas rente ao solo e recolhem a parte aérea, destacando os frutos por meio de vibração intensa.
Mesmo eficiente, essa mecanização pode ter impactos na qualidade da produção por eventuais danos aos frutos e acúmulo de impurezas. Por isso, a destruição imediata dos restos culturais depois da colheita é muito importante para reduzir a proliferação de pragas e doenças.
Para o tomate destinado ao processamento, a qualidade precisa atender a critérios específicos: é tolerada, por exemplo, a presença de frutos com defeitos dentro dos limites estabelecidos.
O transporte do tomate nas regiões produtoras é frequentemente a granel, para facilitar a descarga nas fábricas. No entanto, isso resulta em perdas para o produtor e para as indústrias, por causa da drenagem do suco e de danos mecânicos aos frutos.
Portanto, os desafios da colheita e do transporte do tomate exigem um equilíbrio cuidadoso entre eficiência operacional e preservação da qualidade do produto.
É de extrema importância conhecer melhor qualquer negócio que você deseje desenvolver ou aprimorar. Por isso, trouxemos informações importantes sobre o cultivo do tomate, desde suas origens até as tendências atuais.
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