
Entenda por que a comercialização de laranja segue lenta no país
A comercialização de laranja segue lenta no Brasil, já que compradores têm sido cada vez mais exigentes em relação à qualidade dos frutos.
Isso porque as chuvas mais frequentes, que trouxeram alívio a muitos pomares, agora estão dificultando a manutenção de melhor padrão de qualidade de frutos em algumas regiões.
Segundo o entro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a moagem da fruta nas indústrias já começa a dar sinais de intensificação, o que tende a controlar a disponibilidade. Porém, a qualidade das frutas ainda está aquém do esperado.
Expectativas para produção e comercialização de laranja
A perspectiva é de alta demanda industrial, com vistas à recomposição dos estoques, dados os baixos volumes iniciais da safra 22/23.
Essa expectativa já começa a ser refletida nos preços firmes das últimas semanas, quando a caixa de 40,8 kg de laranja indústria se manteve em torno de R$ 29,26. Já a fruta para consumo in natura está sendo comercializada por R$ 38,03 a caixa de 40,8 kg.
Tanto na Flórida (Estados Unidos) quanto na Europa, a produção de laranjas na safra 21/22 deve fechar com queda também devida ao clima adverso.
Já México e Turquia, importantes países no cenário mundial citrícola, terão, respectivamente, safras 15% e 40% maiores nesta temporada, o que deve aumentar a participação destes países no mercado mundial de suco de laranja.
No Brasil, a expectativa é por uma safra volumosa para recompor as perdas significativas de produção ocorridas nas duas safras anteriores.
As chuvas ocorridas na região do cinturão citrícola têm favorecido as floradas e o enchimento dos frutos, mas ainda é cedo para afirmar se conseguirão reverter os impactos da estiagem prolongada de 2020 e 2021.
A colheita está atrasada em São Paulo, e poderá haver escassez de fruta no mercado neste primeiro trimestre.
Recomendação dos especialistas em agro do BB
Apesar dos preços satisfatórios, a baixa produtividade da última safra afetou a rentabilidade do produtor. Com isso, o citricultor deverá optar por investir nos pomares, em vez ampliar ou formar novas áreas.
Investimentos na implantação de sistemas de irrigação e de energia fotovoltaica devem ser analisados, em especial neste momento, a fim de mitigar riscos climáticos tão iminentes, constantes e que vêm afetando bastante a produção nas principais regiões produtoras de citros.