Cercosporiose no café: o que é e quais os sintomas

A cercosporiose no café é um problema causado por fungo. Sem o devido controle, a produção pode ficar comprometida e trazer prejuízos ao produtor rural. A doença existe há muito tempo nas plantações cafeeiras do Brasil, sendo bastante parecida com a mancha aureolada, um dos males que mais afeta esse cultivo.

Neste artigo, vamos tirar todas as suas dúvidas sobre a cercosporiose no café. A ideia aqui é mostrar, além dos sintomas da doença, as principais maneiras de prevenir e evitar o ataque do fungo que causa a cercosporiose. Continue a leitura até o final e aprenda a proteger sua plantação de café!

O que é cercosporiose no café?

O fungo Cercospora coffeicola é o responsável por essa doença. Na prática, os frutos e as folhas da planta costumam ser os mais atacados, além das mudas, afetando a qualidade dos grãos. Infelizmente, quase nenhum produtor está livre da cercosporiose, visto que ela pode estar presente em muitas regiões. Depois da ferrugem do cafeeiro, a cercosporiose é o problema que mais afeta as plantações de café.

Ciclo da cercosporiose e condições favoráveis

O fungo consegue se espalhar sem muita dificuldade, seja por insetos, seja pela água ou pelo vento. A penetração é feita na cutícula ou em aberturas naturais da planta do café, principalmente a uma temperatura de 24°C. O processo é cíclico, reiniciando-se mediante a produção de conídios (esporos que permitem a reprodução assexuada do fungo). Podemos resumir esse ciclo da cercosporiose da seguinte forma:

• disseminação por meio de água, vento e insetos;
• condições favoráveis para a instalação do fungo, como temperatura de 24ºC e boa umidade;
• germinação dos conídios;
• penetração do tubo germinativo (cutículas, ferimentos e aberturas naturais);
• infecção da planta;
• produção dos conídios pelo fungo.

Além de temperatura e umidade, outros fatores que podem facilitar que a planta tenha o fungo são o molhamento foliar e a exposição à radiação solar. O primeiro é um elemento que impacta diretamente o processo de surgimento de novos fungos a partir dos conídios. Sobre o sol, notou-se que as plantas voltadas para o norte são mais afetadas pela cercosporiose, visto que, neste caso, é maior a exposição. Existe uma substância tóxica chamada cercosporina, que ocorre mediante a incidência de luz na planta do café.

Problemas nutricionais também acarretam a cercosporiose

Já falamos de alguns fatores de ordem externa que causam a cercosporiose no café. Mas, se a planta estiver pobre em alguns nutrientes, isso também pode causar a doença. Por consequência, se o solo está ácido, por exemplo, é um indicativo de que algum nutriente não vem sendo absorvido pela planta da forma que deveria. A baixa quantidade de nitrogênio e cálcio também podem acarretar a cercosporiose.

Quais são os sintomas da doença?

Como falamos, a cercosporiose tem o potencial de atacar folhas, frutos e mudas no cultivo do café. Visualmente, a doença é fácil de identificar, visto que é caracterizada por manchas redondas e de cor marrom escura. Com o tempo, o crescimento dessas manchas se dá de modo acelerado, sendo que a parte central costuma ficar cinza-claro e com um anel amarelado à sua volta.

Se a plantação de café sofre de deficiência de fósforo, a doença passa a se chamar de cercospora negra. Além de manchas nas folhas que crescem rapidamente, estas também passam a cair com facilidade, inclusive até o ponto de secar os ramos. Por causa disso, o produtor tem dificuldade ao longo do ciclo, pois o cultivo e a comercialização ficam bastante prejudicados devido à cercosporiose.

Entre 80 e 100 dias da florada do café, é possível notar os sintomas da cercosporiose nos frutos, sendo que os sinais da doença se intensificam no início da granação. Geralmente, aparecem manchas pequenas de cor preta ou marrom, causando a maturação acelerada, queda precoce dos frutos e aumento do número de grãos defeituosos.

Como prevenir e evitar o ataque da cercosporiose do cafeeiro?

Podemos iniciar este tópico pontuando que evitar o excesso de água na plantação de café é essencial, por meio do controle diário da irrigação. Além disso, o potássio em grande quantidade nas adubações pode facilitar o surgimento do fungo nas plantas, devido a algum desequilíbrio nutricional.

Se o solo estiver pobre em cálcio, a calagem deve ser feita, bem como trabalhar com sementes sempre saudáveis, limpas e tratadas de modo adequado.

Vale ainda destacar outros procedimentos cruciais, como proteger as mudas dos ventos frios e, quando as mudas e folhas estiverem mortas, devem ser removidas do viveiro. Solos arenosos e compactados não são propícios a uma plantação de café livre do fungo, além de ter atenção com a fertilização do solo. O nitrogênio, por exemplo, por mais que seja um nutriente essencial em cafeeiros, precisa ter níveis bem dosados.

O que fazer para controlar a mancha de cercospora?

O uso de um fungicida para cercospora ajuda a fazer o controle químico da plantação de café. Por serem duas doenças que acometem muito o cafeeiro, esse controle é aplicável tanto à cercosporiose quanto à ferrugem. Em outras palavras, é recomendado usar produtos combinados que ajudem a combater ambas as doenças.

Existem regiões cujas plantas de café estão mais suscetíveis a doenças como a cercosporiose. Como tratar nesses casos? A recomendação é fazer a aplicação do controle químico em um período específico — que pode ser entre o fim de dezembro e março e abril. Todavia, tão importante quanto o produto químico é o uso da tecnologia mais adequada, pois isso faz a diferença na hora de conter a disseminação do fungo da cercosporiose.

Como explicado ao longo do texto, a cercosporiose no café é causada por fungo, afetando várias partes da planta, fazendo aparecer, por exemplo, manchas de cor marrom nas folhas. Para o produtor rural evitar prejuízos, é de suma importância colocar em prática as recomendações citadas aqui, principalmente em relação à nutrição do cafeeiro.

O que achou do nosso conteúdo? Para continuar aprendendo ainda mais e melhorar o desempenho do seu trabalho, acesse nosso artigo sobre análise foliar.

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