Confira quais são as principais características do solo arenoso
O conhecimento sobre cada tipo de solo que recebe uma nova cultura é fundamental para todo agricultor, especialmente se o assunto estiver atrelado às características do solo arenoso.
Ele é identificado, principalmente, na Região Nordeste e no cerrado brasileiro, mas também está em diversas outras partes do nosso país. Trata-se de um terreno que representa um grande desafio para a produção e a garantia da qualidade das lavouras, já que precisa de um preparo cuidadoso para proporcionar o desenvolvimento saudável das plantações.
Mas, antes de explorarmos esses detalhes, convém entender a natureza desse solo, as suas principais características e quais são as culturas que melhor se adaptam a ele. Continue com a gente e saiba mais!
O que é um solo arenoso?
Também conhecido como solo leve, o arenoso se distingue dos outros pela alta proporção de areia na sua composição (70%) e a pouca quantidade de argila (aproximadamente 15%) — o que pode torná-lo deficiente no aspecto nutricional.
É, ainda, um tipo de solo considerado mais vulnerável à perda da capacidade produtiva e à degradação quando comparado aos que apresentam uma textura mais fina. Em solos arenosos com pequena proporção de matéria orgânica e de argila, existe uma baixa retenção de nutrientes.
Conforme dissemos, grande parte do solo arenoso do nosso país está no Nordeste do país, o que é um dos grandes problemas da agricultura da região. Mas ele também pode ser encontrado em outros estados, como Mato Grosso do Sul, São Paulo, Mato Grosso, Pará, norte de Minas Gerais, Amazonas, Rondônia, Roraima, Goiás e Tocantins.
Quais são as características do solo arenoso?
Esse tipo de solo se diferencia pelas suas características, especialmente de textura, granulação e escoamento de água. Entenda!
Textura leve
Entre as características do solo arenoso, podemos considerar que, em geral, ele é seco, quente, de textura leve, pobre em nutrientes e tendendo à acidez. É conhecido como solo leve em razão da alta proporção de areia e da baixa quantidade de argila.
Granulação
O tamanho do grão de areia (> 0,064 mm) é maior do que o do grão de argila (< 0,004 mm) e isso faz com que o solo arenoso tenha uma alta granulometria, dando maior espaço para os microporos e macroporos.
Escoamento de água
Em razão da alta granulometria, a água que penetra na terra é facilmente escoada, e esse processo é um dos graves problemas para o manuseio desse tipo de solo.
Durante o rápido escoamento de água, alguns minerais acabam sofrendo lixiviação. Isso provoca, também, uma maior facilidade para ressecar o solo, ocasionando a deficiência de cálcio. Além disso, o seu pH é ácido, fator que é um dos responsáveis pela baixa quantidade de matéria orgânica em sua composição.
Por que é importante saber usar o solo arenoso?
Apesar das características do solo arenoso acima apontadas, isso não quer dizer que ele seja sinônimo de improdutivo. É apenas deficiente em nutrição e matéria orgânica, e essas condições estão ligadas à ação de diversos fatores, sejam eles climáticos ou vegetativos, de acordo com a região.
Embora pareça pouco favorável à atividade agrícola, esse tipo de solo pode ser muito bem aproveitado, desde que você faça o manejo correto e utilize os insumos adequados. Dessa forma, é possível transformá-lo em uma área perfeitamente agricultável, capaz de contribuir muito para a produção agrícola.
Qual é o manejo correto do solo arenoso?
O solo arenoso exige atenção redobrada, pois ele é altamente permeável, além de ter baixo índice nutricional. Por isso, entre as boas práticas se destacam o correto manejo nutricional da terra. Assim, é indicado aplicar resíduos vegetais e adubos orgânicos que tenham, em sua composição, minerais como o potássio e o fosfato.
Somado a isso, a acidez é outro aspecto que precisa ser considerado durante o manejo. A recomendação é adicionar calcário ao solo, tendo em vista que ele ajuda a aumentar o pH do solo, neutralizando o alumínio presente (que tem um alto grau de toxicidade para as plantas).
Além de aplicar os produtos adequados, é preciso estabelecer uma rotina de adubação que respeite a constância e o equilíbrio, considerando as necessidades de cada local. Nesse sentido, o produtor precisa analisar o solo continuamente, além de considerar outros fatores que podem influenciar no resultado do plantio, como é o caso das condições climáticas da região.
Utilizando as estratégias de manejo adequadas, é possível tornar o solo arenoso produtivo. A compactação é outro ponto de atenção, já que existe uma propensão maior à erosão, graças à estrutura desse tipo de terreno.
Nesse cenário, é recomendado investir no cultivo de espécies de plantas que tenham um sistema radicular maior (melhor desenvolvimento das raízes) ou que consigam buscar por água e nutrientes em camadas mais profundas da terra.
Isso porque com um sistema radicular forte, algumas espécies produzem um alto volume de palhada, o que ajuda a preservar a umidade do solo e a reduzir a temperatura, evitando o estrangulamento e o tombamento das plantas.
Para garantir as melhores práticas de manejo do solo arenoso, é interessante que o agricultor busque o suporte e a orientação de um engenheiro agrônomo. Esse profissional poderá avaliar o solo em questão e indicar o uso de adubos e manejo adequados às particularidades daquele local.
Como aumentar a produtividade do solo arenoso?
Para promover um plantio bem-sucedido no solo arenoso, é fundamental que o produtor rural faça o correto manejo nutricional e da acidez da terra. Portanto, esse solo precisa de um monitoramento da fertilidade mais rigoroso por causa da sua predisposição à formação de erosão. Isso demanda mais atenção à sua estrutura, a fim de impedir a compactação.
Dessa forma, a principal ferramenta do agricultor são as técnicas agrícolas adequadas. A seguir, você poderá conferir algumas das mais recomendadas.
Sistema de plantio direto
Uma técnica que merece destaque é o plantio direto, processo pelo qual a semente e o adubo são colocados diretamente no solo, sem que tenha sido revolvido.
Essa técnica é indicada para a melhor preservação de todos os tipos de solo, incluindo o arenoso. Ela foi idealizada em 1970 como uma forma de deter o processo de desertificação.
Quando se mantém uma cobertura morta e o menor revolvimento da terra, o plantio direto proporciona muitos benefícios. Veja quais são eles:
- aprimoramento das propriedades físicas e biológicas do solo;
- redução do risco de erosões;
- impedimento de picos de temperatura;
- auxílio para a retenção de água no solo;
- elevação do teor de matéria orgânica.
Adubação por meio da agricultura de precisão
Hoje, existe bastante variabilidade na agricultura, e o mapa do solo aponta que o talhão inteiro não apresenta um solo totalmente arenoso. Há variáveis como condição de declividade, altitude e outras.
Essas condições também facilitam uma certa oscilação ou inconsistências nos níveis de produtividade — mas, felizmente, a tecnologia oferece soluções com mais precisão. Assim, em áreas que apresentam essa variabilidade, é possível fazer uma aplicação de forma mais eficiente, usando uma boa prescrição de fertilizantes e corretivos, de adubação e, até mesmo, de pulverização.
Desse modo, todas as aplicações podem ser otimizadas com o devido controle da liberação do produto, de acordo com a necessidade observada em cada área do talhão.
Recuperação da fertilidade
Para recuperar a fertilidade dos solos arenosos, recomenda-se o uso de fertilizantes em maior quantidade, a fim de nutrir a terra satisfatoriamente. Considerando a baixa retenção apresentada por esse tipo de solo, o procedimento pode ser feito em etapas. É possível, ainda, contar com fertilizantes orgânicos que nutrem e viabilizam a biodiversidade no local.
De forma geral, esses solos costumam ter altos níveis de acidez, o que acaba gerando indisponibilidade de nutrientes. Para que se tenha maior disponibilidade de nutrientes no solo, recomenda-se que a calagem seja feita e o pH seja mantido na faixa de 5,0-6,0.
Essas inovadoras tecnologias de aplicação são instrumentos disponíveis a você, agricultor, e muito úteis para ajudar a aperfeiçoar os resultados buscados, aumentando a produtividade nesse tipo de solo. Por meio do uso das técnicas adequadas de manejo, é perfeitamente possível preservar o solo e, ainda, elevar a sua produtividade.
Solo arenoso na rotação de culturas
A busca pelo cultivo de espécies que apresentam sistemas radiculares maiores ou que sejam capazes de absorver nutrientes e água em camadas mais profundas do terreno é recomendada, a fim de facilitar o manejo.
Além disso, os níveis de pH constituem um fator importante a ser considerado, uma vez que eles devem permanecer na faixa correta para cada cultura. Com isso, há um maior favorecimento da absorção dos nutrientes.
Em solo arenoso, o sistema de rotação de culturas é o mais indicado para o aproveitamento da produtividade. Assim, caso você escolha o cultivo da soja no verão, pode plantar braquiária e milho na entressafra, por exemplo. Dessa forma, a soja funciona como renda e serve de aporte de nitrogênio para as lavouras seguintes.
Percebeu como as características do solo arenoso não fazem dele um terreno improdutivo? Se bem preparado e cuidado, ele é agricultável e acolhe perfeitamente o cultivo de gramíneas e leguminosas, mantendo a produção sempre possível.
Agora que você já conhece melhor as características do solo arenoso, que tal conferir outros conteúdos que vão ajudar a impulsionar ainda mais o seu trabalho no campo? Aproveite para ver alguns tipos de implementos agrícolas e saiba como escolher para a sua produção!
Sistema de plantio direto
Essa técnica é indicada para a melhor preservação de todos os tipos de solo, incluindo o arenoso. A técnica foi idealizada em 1970 como uma forma de deter o processo de desertificação. Quando se mantém uma cobertura morta e o menor revolvimento da terra, o plantio direto proporciona muitos benefícios. Veja quais são eles:
- aprimoramento das propriedades físicas e biológicas do solo;
- redução do risco de erosões;
- impedimento de picos de temperatura;
- auxílio para a retenção de água no solo;
- elevação do teor de matéria orgânica.
Sistema de Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF)
A associação entre atividades florestais, pecuárias e agrícolas tem a capacidade de potencializar os resultados da sinergia entre tais atividades. Assim, o sistema pode ser feito em rotação, sucessão ou consorciação. De qualquer maneira, o uso da terra, desse modo, é sempre otimizado e impede a abertura de novas áreas de cultivo.
Esse método é favorável principalmente em relação à integração entre espécies leguminosas, como a soja, gramíneas (como as pastagens) e espécies perenes (como o eucalipto). Com isso, torna-se possível conseguir vantagens com a ciclagem de nutrientes do solo, mantendo a biodiversidade. Portanto, é essencial garantir que o solo esteja sempre forrado por uma cobertura verde.
Adubação por meio da agricultura de precisão
Hoje, existe bastante variabilidade na agricultura, e o mapa do solo aponta que o talhão inteiro não apresenta solo totalmente arenoso. Há variáveis como condição de declividade, altitude e outras.
Essas condições também facilitam certa oscilação ou inconsistências nos níveis de produtividade. Portanto, hoje a tecnologia oferece soluções com mais precisão. Assim, em áreas que apresentam essa variabilidade, é possível fazer uma aplicação de forma mais eficiente e precisa, usando uma boa prescrição de fertilizantes, de adubação e até mesmo de pulverização.
Desse modo, todas as aplicações podem ser otimizadas com o devido controle da liberação do produto, de acordo com a necessidade observada em cada área do talhão.
Recuperação da fertilidade
Para recuperar a fertilidade de solos arenosos, recomenda-se o uso de fertilizantes em maior quantidade para nutrir a terra satisfatoriamente. Considerando a baixa retenção apresentada por esse tipo de solo, o procedimento pode ser feito em etapas. É possível, ainda, contar com fertilizantes orgânicos que nutrem e viabilizam a biodiversidade no solo.
Outra maneira de efetuar a fertilidade desse solo é por meio de calagem, que tem a finalidade de estruturar a acidez. Essas são formas de preparar a fertilidade do solo arenoso e melhorar sua produtividade.
Essas inovadoras tecnologias de aplicação são instrumentos disponíveis ao agricultor e são muito úteis para ajudá-lo a aperfeiçoar os resultados buscados para aumentar a produtividade em solo do tipo arenoso. Além disso, com o uso das técnicas adequadas de manejo, é perfeitamente possível preservar o solo e, ainda, elevar sua produtividade.
Quais são as melhores culturas para esse tipo de solo?
As condições áridas do solo arenoso, como baixa umidade e altas temperaturas, podem provocar atraso no plantio. No entanto, algumas regiões, como o Sul do país, sofrem menor interferência do calor e do sol. Assim, as culturas mais adaptáveis são milho, soja e feijão.
Outro dado importante para se levar em conta é a busca pelo cultivo de espécies que apresentam sistemas radiculares maiores ou sejam capazes de sorver nutrientes e água em camadas mais profundas do terreno.
Os níveis de pH constituem um fator importante para se considerar, uma vez que eles devem permanecer na faixa correta para cada cultura. Com isso, há um maior favorecimento da absorção dos nutrientes.
Em solo arenoso, o sistema de rotação de culturas é o mais indicado para o aproveitamento da produtividade. Assim, caso o agricultor escolha o cultivo da soja no verão, ele pode plantar brachiaria e milho na entressafra. Dessa forma, a soja funciona como renda e serve de aporte de nitrogênio para as lavouras seguintes.
Viu como as características do solo arenoso não fazem dele um terreno improdutivo? Se bem preparado e cuidado, esse solo é agricultável e acolhe perfeitamente o cultivo de gramíneas e leguminosas, mantendo a produção sempre possível.
Para impulsionar ainda mais o trabalho no campo, conheça alguns tipos de implementos agrícolas e saiba como escolher para a sua produção!
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