cancro cítrico

Cancro cítrico: o que é e como controlar?

Você já percebeu algumas manchinhas de aspecto marrom-amarelado nos frutos ou folhas da sua produção de citros? Existe uma possibilidade de elas serem sintomas provocados pelo cancro cítrico: a doença bacteriana mais agressiva e de rápida disseminação que afeta esse tipo de cultura, conforme dados da Embrapa.

O problema é tão significativo entre as culturas brasileiras que, constantemente, os governos desenvolvem ações em conjunto para inspecionar e prevenir o surgimento da doença nas propriedades. Em muitos casos, o controle é feito, inclusive, pela interdição da cultura contaminada, eliminando as plantas doentes. Existe até uma Instrução Normativa que orienta sobre os critérios e procedimentos mais indicados.

Quer saber como manejar esse tipo de problema em sua produção? Então, está na hora de entender melhor o que é o cancro cítrico, quais são as suas particularidades e, principalmente, como lidar com ele. Siga a leitura com atenção e aproveite as dicas!

O que é cancro cítrico?

O cancro cítrico é uma doença causada por uma bactéria que, ao atingir a planta, faz com que ela comece a apresentar alguns sintomas característicos, como:

  • pontos escuros, com bordas amareladas, na extensão das folhas;
  • pústulas de cor marrom, geralmente na parte de baixo das folhas;
  • lesões com aspecto “enferrujado” nos frutos;
  • manchas que podem evoluir para rachaduras nos frutos;
  • eventuais lesões nos ramos da planta, que podem enfraquecê-la ao longo dos anos.

Apesar de ser bastante prejudicial para a citricultura, o cancro cítrico não mata as árvores. Mas, ainda assim, precisa ser manejado para minimizar os impactos que podem interferir na colheita, na produtividade e na lucratividade do negócio.

Qual é o agente causador do cancro cítrico?

O cancro cítrico é provocado por uma bactéria de nome Xanthomonas citri subsp. citri, que atinge absolutamente todos os tipos de citros com algum valor comercial — podendo causar danos intensos à produtividade de um pomar inteiro.

Considerada uma endemia em todos os países que contam com a citricultura, a bactéria se originou na Ásia, sendo um problema ainda mais intenso na região. No Brasil, ela já se manifesta desde meados dos anos 1950, quando começou a aparecer em pomares do Paraná e de São Paulo.

Com a ação provocada por esse agente, as árvores vão perdendo as folhas, enquanto a planta tem sua qualidade nutricional prejudicada e desenvolve lesões nos seus frutos. O resultado é uma perda dos frutos por quedas que ocorrem antes da maturação, gerando um dano significativo nos volumes de produção viável para a comercialização.

As bactérias possuem grande disseminação pela água, ar, máquinas contaminadas, insetos e animais. A abertura de ferimento facilita a infestação.

Como identificar o cancro cítrico?

O diagnóstico do cancro cítrico pode ser feito por meio de diversas abordagens. Em geral, é possível obter resultados confiáveis pela análise mais detalhada de uma amostra de partes das plantas — como as suas folhas, os seus ramos ou, até mesmo, os seus frutos. Nessa análise, são avaliados os sintomas desenvolvidos e os danos que foram ocorrendo no decorrer do tempo.

Se, por ventura, essa observação não for o suficiente para constatar a presença do cancro cítrico na cultura, ainda é possível fazer o chamado teste sorológico. Nele, são usados uma bolsa plástica com uma solução especial, além da fita desenvolvida especificamente para a identificação da bactéria. Ao macerar ou esfarelar partes da lesão na bolsa, é possível obter o resultado em questão de minutos.

Como um teste convencional, duas linhas vermelhas surgem na fita, indicando que a bactéria está presente ali. Se não houver incidência, surgirá uma linha — a de controle.

Como combater o cancro cítrico?

O controle do cancro cítrico depende de uma série de cuidados permanentes. A seguir, elencamos as principais medidas que podem garantir um pomar mais saudável e seguro para a comercialização dos frutos. Confira!

Mudas sadias

A escolha das mudas é muito importante para evitar a infecção por outras já adoecidas. Pomares jovens costumam ser muito mais propensos ao ataque de bactérias. Por isso, é indispensável optar por plantas certificadas, provenientes de viveiros seguros e devidamente registrados.

Variedade/espécie

Assim como a escolha das mudas, a seleção das espécies e variedades que o produtor coloca no pomar também ajuda a evitar o cancro cítrico. Isso porque existem algumas plantas que são mais resistentes do que outras. Assim, ainda que elas sejam afetadas pela bactéria, são menos suscetíveis a desenvolver frutos doentes.

Essa é uma medida viável e barata, mas que tem um efeito surpreendente na qualidade do pomar.

Quebra-vento

Os quebra-ventos são barreiras naturais colocadas em torno da propriedade para conter infestações que possam se disseminar pelo ar. O ideal é que eles acompanhem todo o desenvolvimento do pomar, protegendo-o do cancro cítrico.

Com menos ventos atingindo a plantação, menores são as chances da bactéria adentrar e infectar as plantas.

Cobre

A aplicação de cobre nos pomares não é uma estratégia de prevenção, mas de contenção dos danos e sintomas provocados pela bactéria. É uma maneira de amenizar os problemas depois que as plantas já foram afetadas pelo cancro cítrico. A ideia é tentar evitar a queda dos frutos e, dessa maneira, mitigar as perdas totais na safra.

Controle do minador dos citros

O minador dos citros é um inseto que causa pequenos ferimentos na estrutura da planta, facilitando a infecção pela bactéria do cancro cítrico. Controlá-lo é primordial para diminuir a incidência da doença, e isso é feito por meio da aplicação de inseticidas de abamectina, desde a brotação.

As doenças que afetam os citros, como o cancro cítrico e até mesmo o greening, podem prejudicar pomares inteiros. Por isso, é extremamente importante conhecer medidas de controle que evitem danos severos e que garantam boas safras aos citricultores.

Os testes para identificar a incidência de cancro cítrico em uma cultura são bem simples de serem realizados. Esses métodos costumam ser muito úteis para que o produtor mantenha o controle sobre as plantas. Dessa forma, se você desconfia da incidência da doença nos pomares, teste-os o quanto antes!

Procurar alternativas — sejam elas medidas naturais, seja o uso de estratégias pontuais, como o Zarc para citros — é fundamental para prosperar nesse segmento produtivo. Portanto, se você quer ter uma boa colheita e desfrutar de uma boa lucratividade, é melhor pensar em meios para proteger os pomares.

Quer saber mais sobre o assunto? Descubra como é a produção e o mercado de frutas cítricas no Brasil!

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