Brusone no trigo: saiba como realizar o manejo eficiente
Os cuidados com a plantação de trigo não se restringem apenas ao planejamento, plantio e colheita. O manejo da cultura entre esses processos é de extrema importância para assegurar a qualidade da planta e minimizar os prejuízos provocados por agentes externos, como a brusone no trigo.
Quer saber mais sobre esse assunto e entender melhor quais são as estratégias recomendadas para garantir uma boa colheita, livre dos males causados pelo fungo responsável por essa doença? Então, continue a leitura!
O que é brusone no trigo?
O cultivo de trigo pode envolver diversos desafios ao agricultor, como a doença provocada pelo fungo de nome Pyricularia grisea — a brusone. Quando a planta é infectada por esse elemento, vários sintomas começam a surgir ao longo de toda a sua estrutura.
Além do trigo, esse fungo também afeta outras culturas bastante populares, como o arroz, o milheto e a cevada. Isso faz com que a propagação se torne mais fácil e o controle das infestações, mais difícil.
A brusone pode se disseminar em várias fases diferentes da cultura, como:
- nas sementes;
- nos restos de outras culturas;
- em hospedeiros secundários;
- em plantas que nascem no período entre as safras.
Em alguns casos, a predominância do fungo é facilitada pelas condições climáticas que acometem a lavoura. Onde há período de molhamento maior do que 10 horas e presença frequente de orvalho, a brusone se apresenta com maior intensidade. Temperaturas que variam entre 25ºC e 28ºC também são bastante favoráveis.
Justamente em função desse conjunto de características, alguns estados brasileiros são mais propícios do que outros ao desenvolvimento e à propagação do fungo. Entre eles, estão Rio Grande do Sul, Santa Catarina e algumas regiões do Paraná — em especial, a centro-sul.
Quais são os sintomas?
Os sintomas são a característica mais marcante da brusone, motivo pelo qual ela chama a atenção dos agricultores. Em geral, podem ser percebidos como uma perda da coloração da espiga, fazendo com que fique uma marca esbranquiçada ou com alguma mancha amarela no trigo.
O motivo pelo qual isso ocorre é bem simples: o fungo impede que os nutrientes cheguem até o final da planta. Sem eles, as partes superiores da sua estrutura ficam deficitárias, perdendo suas características naturais — como a cor vívida.
Em algumas plantas, a região afetada é bem limitada e pode, até mesmo, dificultar a identificação. Em outras, no entanto, os sintomas podem tomar a maior parte de sua extensão, afetando intensamente a espiga, provocando uma coloração escura e dando aquele aspecto machucado na estrutura.
A espiga é a região que mais concentra sinais de danos provocados pela brusone. Além dela, eventualmente, as folhas também podem ser prejudicadas, apresentando marcas desbotadas ou avermelhadas.
Em casos extremos, os fungos podem se desenvolver a partir das partes mais lesionadas do trigo. Para que isso ocorra, é preciso que haja a condição ambiental ideal, que é aquela descrita anteriormente (umidade e calor). Esse tipo de prejuízo fica bastante evidente ao observar uma imagem geral da lavoura.
Quais são os danos causados?
Como você já deve imaginar, todas essas interferências no trigo causam prejuízos enormes, uma vez que afetam o desenvolvimento da cultura, desde a brota da semente até o crescimento das folhas e espigas — podendo gerar perdas parciais ou totais na planta.
Obviamente, tudo isso também causa um empobrecimento nutritivo no alimento. Nesses casos, é como se o agricultor cultivasse uma lavoura estéril, ou seja, sem capacidade de entregar potencial nutritivo ao cliente ou ao consumidor final.
Em um espectro geral, isso afeta negativamente a produtividade de toda a lavoura. O produtor perde volume de safra e, claro, arca com um prejuízo impossível de ignorar. Mesmo com todo o investimento na plantação, a entrega final fica bem debilitada.
Felizmente, algumas variedades de trigo são mais resistentes do que outras quando se trata da infestação e danificação por brusone. Ainda assim, não é possível afirmar que existam espécies de cultivares ou tipos de sementes completamente resistentes à doença.
Como controlar a brusone no trigo?
O controle da brusone no trigo nem sempre é fácil — mas nem por isso é impossível. Em um primeiro momento, é preciso ter em mente que esse é um fungo altamente resistente. Desse modo, ele pode facilmente sobreviver no solo e em restos de plantações entre uma cultura e outra — o que provoca a contaminação de sementes e a reincidência do problema.
Portanto, se você não quiser ficar refém da brusone entre culturas, sua estratégia de combate e controle deve ser efetiva. Nossa primeira dica para isso é escolher sempre sementes sadias para plantar no solo. Isso é possível desde que você busque fornecedores confiáveis e certificados, que sejam reconhecidos pela procedência das suas sementes.
Além disso, é fundamental garantir que todos os restos da última cultura sejam devidamente destruídos. O simples resto de vegetal no solo pode ser o suficiente para reiniciar a infestação por brusone no trigo — então, vale a pena ter esse cuidado!
Você ainda pode recorrer ao controle químico. Essa técnica consiste em contar com fungicidas potentes e devidamente registrados, que combatam os patógenos em questão. Não se esqueça de seguir todas as recomendações de aplicação, evitando o desperdício do produto e a contaminação desnecessária do solo.
Cada fabricante sugere um conjunto de boas práticas para a preparação e a aplicação dos componentes. Não ignore essas recomendações: é o que vai garantir a eficiência do produto e evitar efeitos colaterais indesejados.
Prevenir a infestação também é uma boa ideia. Portanto, sempre busque o alinhamento do período de semeadura às épocas do ano que oferecem menores riscos à planta. Se o desenvolvimento da cultura coincidir com as fases climáticas mais críticas para a disseminação de brusone, a probabilidade de que o problema ocorra aumenta.
Por fim, importante destacar que não é possível assegurar que a infestação de brusone no trigo não aconteça. Porém, há vários cuidados que podem ser adotados no sentido de não proporcionar as condições que favoreçam a infestação. Neste artigo, você aprendeu quais são eles e como utilizá-los a favor da sua produtividade.
Gostou das dicas? Então, aproveite para ler também sobre os benefícios do monitoramento da lavoura e como fazê-lo. Acreditamos que você vai gostar desse artigo!
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