avicultura de corte

Avicultura de corte: entenda a importância da atividade no Brasil

O Brasil se destaca como um dos países que mais exportam carne de frango, representando um dos grandes pilares da economia brasileira — principalmente na geração de capital e de empregabilidade. Logo, é natural que as projeções para a avicultura de corte encorajem o desenvolvimento constante da área.

Tendo em vista esse crescimento e a importância do setor no agronegócio e na agricultura familiar brasileira, preparamos este artigo. Explicamos as principais etapas da avicultura de corte e quais os cuidados a serem tomados, além das tendências e desafios à produtividade nos próximos anos. Continue lendo!

O que é avicultura de corte?

Avicultura de corte é o setor da pecuária relacionado à criação de aves para produção de carne — a produção de ovos, por sua vez, é classificada como avicultura de postura. Entre as espécies utilizadas na avicultura de corte, destaca-se principalmente o frango, mas pode estender-se para perus, patos, codornas, gansos e avestruzes.

Um pouco de história da avicultura de corte

Você conhece sobre o desenvolvimento do setor ao longo dos anos? Ele passou por mudanças significativas desde a sua introdução no país, um bom tempo atrás: em 1503, pelos portugueses.

Nessa época, as aves viviam em um sistema extensivo, ou seja, soltas e levavam seis meses para atingir o peso de abate, por volta de 2,5 quilos.

Na década de 1950, o setor teve crescimento significativo na Região Sudeste, especialmente no estado de São Paulo. A partir dali, iniciou-se um extremo avanço nas pesquisas, principalmente no melhoramento genético e no desempenho de frangos de corte. Isso proporcionou uma engorda média de 55,5 gramas por dia em um período de 45 dias.

Qual é a importância da avicultura de corte para o país?

Segundo a a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), “a cadeia de produção [de carne de frango] envolve cerca de 4 milhões de empregos diretos e indiretos”. De acordo com a entidade, são cerca de 500 mil pessoas trabalhando nas agroindústrias e 100 mil famílias produzindo nas granjas.

Líder mundial em exportação de carne de frango desde 2004, só em 2021, para se ter ideia, o Brasil produziu 14,3 milhões de toneladas, das quais 32% foram exportadas para mais de 150 países. Esse protagonismo se deve ao fato de a avicultura de corte brasileira seguir um rígido padrão internacional e pré-requisitos técnicos muito específicos. O atendimento a essas exigências torna nosso país referência em alta qualidade e sanidade.

Tal crescimento é símbolo da modernização do agronegócio brasileiro por apresentar condições favoráveis de clima, mão de obra, área, condições de biossegurança e capacidade empreendedora de projetos avícolas.

Quais são as principais etapas da avicultura de corte?

Para que qualquer empreendimento de avicultura de corte seja um sucesso, é preciso adotar boas práticas e protocolos específicos. Dessa forma, existem normas e diretrizes fundamentais para o seu planejamento. Você conhece as principais? Veja a seguir:

  • rotinas de manejo;
  • práticas de sanidade;
  • isolamento de granjas eficiente;
  • processamento e comercialização do produto final;
  • entendimento sobre Cédula de Produto Rural (CPR) de frango vivo;
  • investimento em segurança rural;
  • protocolos de biosseguridade.

Além desses pontos, outra questão indispensável para a criação é avaliar as instalações do aviário. De forma geral, deve-se observar a localização geográfica, temperatura, umidade e bem-estar das aves. Afinal, o estresse é um dos fatores que mais trazem prejuízos para o produtor, por contribuir na proliferação de doenças.

Com relação às instalações, existem diferentes modelos de galpões para frango de corte:

  • sistema convencional — modelos extensos que abrigam uma grande quantidade de frangos por m²;
  • sistema convencional por pressão positiva — sistema com instalação de ventiladores para retirar o ar quente do aviário e dissipar a amônia (que é resultado da decomposição da urina das aves);
  • sistema semiclimatizado — sistema mais elaborado, com instalação de forros, cortinas e ventiladores;
  • sistema de pressão negativa — sistema que expulsa o ar interno do aviário para o meio externo para melhor circulação de ar.

Sobre o desenvolvimento dos frangos, do nascimento até a fase adulta, a ave passa por diferentes fases de crescimento — cada uma com sua exigência nutricional, sendo quatro etapas no total. Veja os detalhes que separamos sobre cada uma!

Fase pré-inicial

Compreende de um a sete dias e refere-se à fase em que os frangos são chamados de pintinhos.

Nessa etapa, eles não conseguem manter controle térmico e, para melhor adaptação, é crucial que o ambiente esteja confortável e aquecido. A ração deve ser fornecida em abundância com comedouros e bebedouros apropriados para o seu tamanho.

Fase inicial

Compreende de oito a 21 dias e refere-se ao crescimento dos pintinhos em fase de adaptação, pois a formação de penas ainda não está completa. Deve-se ter o manejo da luminosidade para estimular o consumo de ração de maneira eficiente até a última etapa.

Fase de crescimento

Compreende de 22 a 35 ou 42 dias e, nesse momento, a exigência térmica começa a decair. As rações são adaptadas para o crescimento, com alimento e água sempre disponíveis.

Fase final

Compreende a fase de engorda e de terminação, com duração de 36 a 42, 43 ou 49 dias, dependendo da raça da ave. É a etapa em que o animal sente mais calor e necessita maior controle da temperatura do ambiente.

No pré-abate, o jejum deve ser feito corretamente, com fornecimento de água, além do tempo adequado no carregamento, para que o abate não seja longo.

Quais cuidados devem ser tomados?

Um dos principais pontos para se observar é a cama do aviário. Ela deve ser de ótima qualidade para absorver as fezes e a urina das aves.

Além disso, o manejo deve ser feito semanalmente para manter o ambiente confortável e seco. É fundamental revolver a cama para circular o ar e evitar problemas com a formação de amônia, que pode afetar a saúde dos animais e trabalhadores locais.

Esse manejo adequado, bem como higienização e vacinas, são imprescindíveis para combater problemáticas do tipo:

  • salmonella;
  • gripe aviária;
  • bronquite infecciosa.

Essas doenças podem afetar significativamente os lucros da avicultura de corte.

Quais são as tendências e os desafios para o setor?

Para o futuro, as projeções são animadoras, com maior eficiência alimentar e mais esforços voltados ao desenvolvimento da nutrigenômica — ciência que avalia detalhadamente os impactos nutricionais na expressão gênica na saúde humana. Além disso, a seleção genética continuará em expansão, permitindo maiores produtividades para acompanhar o crescimento da população mundial.

Contudo, na questão do uso das inovações tecnológicas, será preciso maior capacitação aos profissionais na área. Inclusive, os recém-formados que trabalharão na avicultura enfrentarão maior exigência com especializações, sobretudo devido à pecuária 4.0.

Para o produtor, a necessidade de se adaptar ao mercado vai ser indispensável para manter-se competitivo, sobretudo no comércio exterior.

Você viu que a avicultura de corte representa um dos pilares que movem o agronegócio brasileiro. E o segredo para o sucesso nesse ramo é o constante planejamento com o manejo adequado em cada fase da criação das aves.

Nosso conteúdo conseguiu tirar suas principais dúvidas para uma melhor produção aviária? Então, ajude seus colegas de campo e compartilhe o artigo do Broto nas redes sociais!

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1 comentário

    Adoraria criar galinha

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