Agricultura irrigada: o que é preciso saber sobre o assunto

Agricultura irrigada: o que é preciso saber sobre o assunto

Com o objetivo de propiciar o cultivo agrícola em épocas mais difíceis para o plantio, a agricultura irrigada tem um importante papel no cenário nacional.

O rendimento adequado das culturas agrícolas depende de uma série de fatores, e um deles está relacionado à agricultura irrigada. Sabemos que a água é indispensável, uma vez que sem ela não há vida, e o equilíbrio do planeta está condicionado à sua preservação. Portanto, uma agricultura eficiente depende da correta irrigação das plantações, o que significa mais segurança e rentabilidade para o agricultor.

Neste artigo, falaremos sobre o conceito de agricultura irrigada, os benefícios dela e os principais sistemas de irrigação usados em diferentes lavouras, de acordo com as suas necessidades. Fique com a gente e saiba mais!

O que é agricultura irrigada?

A agricultura irrigada consiste no ato de fornecer água às plantações de forma não natural, ou melhor, por intermédio da ação humana. Inclui uma série de técnicas com maquinário e estruturas que viabilizam a irrigação de lavouras em média ou larga escala.

Essa ação pode ser feita diretamente nas raízes das plantas pela utilização do gotejamento, ou pode ser realizada pelo processo de aspersão, a fim de elevar a umidade do ambiente em que elas se encontram. Portanto, existem vários processos de irrigação que podem ser aplicados, de tal modo que a escolha de um deles dependerá dos objetivos da plantação, de fatores climáticos, de elementos geográficos etc.

O objetivo da agricultura irrigada é propiciar o fornecimento de água para as plantas em diferentes épocas do ano, suprindo deficiências hídricas em períodos de maior seca. A irrigação também ajuda na absorção de nutrientes de adubos, fertilizantes e do próprio solo, uma vez que a água é essencial para o transporte dos nutrientes por dentro das plantas. Isso tudo com um consumo energético reduzido.

Por que aplicar a agricultura irrigada?

A irrigação permite que algumas áreas que em determinada época do ano seriam impróprias para o cultivo sejam capazes de produzir com eficiência durante todas as safras. Isso porque a escassez de água e a irregularidade de chuvas inviabilizariam a implementação de culturas sem as técnicas de irrigação.

Além disso, a tecnologia usada na irrigação ajuda a melhorar o potencial de insumos adotados na agricultura, como sementes alteradas geneticamente, fertilizantes, defensivos e outros. Também é possível dosar melhor a quantidade de água que as plantas receberão, a fim de potencializar o desenvolvimento delas e atingir objetivos previamente definidos pela propriedade agrícola.

No próximo tópico, confira mais alguns bons motivos para o emprego desse modelo!

Qual é a importância da irrigação para a agricultura?

A agricultura, no papel de um dos pilares da sociedade, usa a irrigação como um recurso essencial para sustentar boa parte do sistema. Contudo, a produção precisa alcançar escala e qualidade. Assim sendo, o sistema implementado deve ser eficiente.

Com gestão, manejo e práticas adequadas, muitas vantagens da agricultura irrigada podem ser obtidas. Por exemplo:

  • aproveitamento racional da água;
  • aumento significativo da produtividade;
  • uso do solo durante todo o ano, com até três safras numa mesma área;
  • aumento da oferta e mais regularidade de alimentos;
  • atualização do sistema de produção;
  • ganhos reais por meio de uma propriedade mais lucrativa;
  • investimento seguro, considerando o risco de falência em razão da falta de chuva.

Salientamos, portanto, que apenas manter um sistema de irrigação não basta. É necessário saber como administrá-lo, já que um manejo incorreto pode levar a grandes prejuízos, como:

  • a degradação do solo, causada por erosões;
  • a contaminação dos corpos d’água, devido à lixiviação dos nutrientes do solo, fertilizantes minerais e defensivos químicos;
  • aumento de custos pela necessidade de aplicações mais frequentes de fertilizantes de defensivos químicos e biológicos.

É importante atentar também ao horário de irrigação para evitar perdas por evaporação em períodos muito quentes e para economizar no custo da energia elétrica, necessária para bombear a água.

Em termos gerais, a agricultura irrigada possibilita um melhor aproveitamento do espaço disponível para plantio, aumentando a eficiência produtiva por hectare. Mas não é só isso, pois ela também permite que regiões de condições geográficas e climáticas mais severas possam ter agricultura.

Desse modo, dá para beneficiar os moradores locais tanto com a disponibilização de alimentos, o que contribui para a segurança alimentar, quanto pela geração de postos de trabalho na agricultura. Em suma, as vantagens da agricultura irrigada vão além da produção de alimentos.

Qual é o papel da agricultura irrigada no Brasil?

O Brasil é um dos grandes produtores mundiais de alimentos, tendo potencial de ampliar a produção por meio de maior eficiência nas práticas agrícolas. Ou seja, sem que seja necessário aumentar demasiadamente o uso de novas terras, o que permite maior proteção ambiental e sustentabilidade. Esse resultado pode ser obtido com o uso de recursos tecnológicos e com a implementação de boas práticas agrícolas.

Vale destacar que se estima haver 8,2 milhões de hectares irrigados no país, com potencial de se irrigar cerca de 55 milhões de hectares. Isso em terras já de uso para agricultura. Tal fato põe o Brasil como campeão de potencial de expansão de área irrigada no mundo.

Quais são os tipos de sistemas de irrigação disponíveis?

É importante conhecer os benefícios da agricultura irrigada e as suas características, bem como as diferentes técnicas e processos que podem ser usados por meio dela. Isso porque cada sistema de produção conta com suas peculiaridades em relação à irrigação.

Esse é o passo fundamental para usar esse instrumento da melhor forma. Sendo assim, confira a seguir quais são esses sistemas.

Irrigação por aspersão

O sistema de irrigação por aspersão é considerado o principal. Com ele, a água é aspergida no ar, em um processo que imita uma chuva fina. O objetivo é de elevar a umidade de toda a área ocupada pela planta. Para tanto, é preciso dispor um ou mais jatos que liberam grande quantidade de pequenas gotas de água, o que proporciona o efeito de chuva.

Existem diversos modelos de aspersores e diâmetros de bocais disponíveis, além de ser possível alterar a disposição do bocal no aspersor, ou seja, alterar o ângulo entre o bocal e o plano horizontal. Desse modo, fazendo com que se torne um aspersor de subcopa ou de sobrecopa.

A principal vantagem da irrigação por aspersão é a facilidade de adaptação a topografias e culturas distintas, já que o terreno não precisa ser sistematizado. Isso favorece plantios em diferentes regiões.

Irrigação por microaspersão

Trata-se de um sistema de irrigação localizada que usa microaspersores autocompensados com filtros de disco ou de tela. Aqui, a precipitação das gotas de chuva é mais uniforme e suave que a aspersão e proporciona mais economia com mão de obra, além de facilitar a aplicação de fertilizantes.

O objetivo é alcançar somente a porção de solo utilizada pela planta. Dessa forma, reduzindo desperdícios de água e de insumos.

Irrigação por autopropelidos

Esse sistema é composto por um aspersor de grande ou de médio alcance, também chamado de canhão hidráulico, que é fixado a uma plataforma móvel, a qual faz a movimentação linear do canhão. Já o canhão pode girar no próprio eixo e aumentar a distribuição de água. Essa estrutura deve se deslocar longitudinalmente pela área irrigada.

O movimento é feito por meio de energia hidráulica gerada pela água bombeada. É um sistema indicado para culturas de topografia inclinada ou plana e se adapta a pastagens, cultura frutífera e plantio de cana-de-açúcar.

Irrigação por gotejamento

Nesse sistema, a irrigação acontece por meio do gotejamento de água e nutrientes diretamente nas raízes das plantas e na quantidade recomendada para a fase de cultivo. Assim, a água e os nutrientes são fornecidos de maneira gradual, permitindo a manutenção da umidade, de acordo com as necessidades da planta.

Como resultado, há uma melhora do desenvolvimento das raízes. Também ocorre distribuição uniforme de fertilizantes e água para todas as plantas.

O volume de solo umedecido pelo gotejamento é chamado de bulbo molhado. A vazão do emissor, o volume de água, o perfil e a textura do solo vão determinar a dimensão do bulbo molhado.

Como a superfície das folhas não é molhada, reduz-se as perdas por evaporação, e o fornecimento da água e de adubos é feito de maneira regular, mesmo quando não há abundância do recurso hídrico.

O que qualifica um bom sistema de irrigação?

Para qualificar um bom sistema de irrigação, é fundamental ter em mente que essa escolha vai além do conhecimento exigido a respeito dos sistemas mais usados na agricultura moderna. É preciso entender todos os detalhes de cada caso específico, sabendo identificar:

  • as vantagens;
  • o tipo de lavoura e de solo;
  • o clima do local;
  • a disponibilidade de água e de recursos financeiros;
  • o fator humano, entre outros elementos.

É importante, ainda, não se esquecer da necessidade de obter uma concessão pública, que deve ser emitida pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA).

Notou como a prática da agricultura irrigada facilita o manejo das culturas e proporciona otimização de recursos financeiros, hídricos e de mão de obra? Em tempos de escassez de chuvas em diversas regiões do país, esses sistemas só têm a contribuir com uma agricultura mais eficiente e sustentável.

Para se aprofundar um pouco mais no assunto, veja nosso artigo especial sobre o que é fertirrigação!

Quer receber nossas novidades e conteúdos?

Cadastre-se e receba por e-mail em primeira mão.

E-mail cadastrado com sucesso
Ops! E-mail inválido, verifique se o e-mail está correto.
Ops! Captcha inválido, verifique se o captcha está correto.

Diga o que está em sua mente

Seu endereço de e-mail não será publicado.