Confira o panorama da agricultura 4.0 no Brasil
O agronegócio nacional movimenta trilhões de reais, representando mais de 20% do PIB brasileiro. Contudo, ainda há maneiras de torná-lo ainda mais produtivo, como a adoção de tecnologias de ponta e o aumento da capacitação dos trabalhadores do campo.
Neste post, apresentamos o panorama da agricultura 4.0 no Brasil, isto é, a junção do trabalho no campo com a tecnologia moderna. Mostramos as características, os desafios e as principais práticas que fomentam os bons resultados no meio rural. Boa leitura!
O que é a agricultura 4.0?
O conceito pode ser definido como um conjunto de tecnologias digitais formado a partir de softwares, sistemas e equipamentos, com o objetivo de otimizar a cadeia produtiva da agricultura em todas as suas etapas, desde o plantio até a colheita.
Assim como a chamada indústria 4.0, a quarta revolução da agricultura se apoia na inovação, com o objetivo de garantir maior agilidade, autonomia, elevação da conectividade e a integração de todos esses fatores ao processo produtivo das fazendas.
Com os sistemas e tecnologias adequadas, o produtor consegue gerar e analisar um grande volume de dados, o que facilita as suas atividades do cotidiano e proporciona uma produtividade em larga escala. Com a integração das ferramentas digitais ao dia a dia, a produção se torna mais inteligente e precisa.
Qual é o panorama da agricultura 4.0 no Brasil?
O Brasil está bem posicionado nesse cenário, mas alguns desafios ainda precisam ser superados. Uma boa notícia é que o país já conta com diversas agritechs, empresas que levam inovação e soluções tecnológicas ao meio rural.
As tecnologias digitais já estão disponíveis para cerca de 84,1% dos produtores rurais. Além disso, de acordo com dados da Embrapa, as culturas anuais e a cana-de-açúcar já inovam ao adotar algum tipo de tecnologia baseado na agricultura de precisão.
Entre os recursos mais utilizados no meio rural, segundo o estudo da Embrapa, se destaca o georreferenciamento, dedicado ao mapeamento da fertilidade do solo. Com base nele, é possível aplicar corretivos e fertilizantes para otimizar a produção.
Além disso, máquinas equipadas com GPS e com sensores capazes de identificar a fertilidade do solo são cada vez mais comuns. É interessante notar que essas criações já existem há algum tempo, remontando à década de 1990. Contudo, com a melhoria das tecnologias e a capacitação de mais pessoas, essas informações estão sendo utilizadas de forma cada vez mais precisa.
Apesar de o nosso país estar cada vez mais adaptado à agricultura 4.0, ainda temos muito o que melhorar em relação às nações mais desenvolvidas, como os Estados Unidos. A seguir, retratamos dois desafios que ainda brecam a evolução do conceito no Brasil.
Falta de conectividade no meio rural
A quantidade de usuários que utilizam a internet no campo tem crescido, mas ainda é baixa em relação ao uso nos meios urbanos. De acordo com dados recentes, de 2020, cerca de 53% de pessoas que vivem no campo estiveram on-line nos últimos três meses antes da realização da pesquisa. Já no meio urbano, o número é próximo de 77%.
A boa notícia é que esse foi o primeiro estudo que mostrou que a conectividade no campo ultrapassou a metade dos residentes em áreas rurais. Já em relação às pessoas que já utilizaram um computador, o meio urbano obteve 62%, contra 32% do meio rural.
Esses dados são importantes para entender que ainda falta muito investimento em infraestrutura para proporcionar o recurso mais básico para a implementação e o funcionamento das tecnologias: a conectividade.
Escassez de mão de obra qualificada
O agronegócio brasileiro ainda sofre com a falta de mão de obra qualificada, principalmente para operar as tecnologias. Uma matéria do Estadão mostra como a atualização das técnicas não tem sido acompanhada pela capacitação dos trabalhadores do campo.
Segundo a reportagem, um exemplo claro disso é a escassez de trabalhadores para conduzir os veículos aéreos não tripulados (conhecidos como Vant), que têm se tornado cada vez mais importantes para a agricultura de precisão.
É parte do trabalho desses profissionais, por exemplo, a utilização de drones para captura de imagens e para o controle de pulverização. De acordo com dados do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Mato Grosso, o Senar-MT, estima-se que cerca de 25% do faturamento proporcionado pelos Vants são provenientes da agricultura.
Na agricultura 4.0, o perfil do trabalhador rural muda significativamente. Isso porque ele deixa de ser um mero operador de máquinas e se transforma no responsável pela condução de tecnologias. Por isso, há uma necessidade de atualizar as qualificações.
Quais são as práticas e tecnologias empregadas?
Agora, trazemos algumas das principais manifestações da agricultura 4.0 no Brasil. É importante notar que o 5G é outra tecnologia que deve chegar ao Brasil em 2022 e enriquecer ainda mais o repertório dos produtores que buscam tecnologias inovadoras.
Drones
Os drones já são frequentemente utilizados no meio rural brasileiro, principalmente por conta da sua versatilidade. Isso porque eles ajudam o produtor a localizar indícios de pragas, assim como monitorar a irrigação e avaliar a saúde de cada cultura presente na área. Precisa detectar ervas daninhas e aplicar pesticidas? Eles também conseguem fazer isso.
Análise do clima
Os bons resultados na plantação e no cultivo só podem ser colhidos com um clima favorável para que tudo floresça. Na agricultura 4.0, os produtores passam a contar com dados meteorológicos para ajudá-los na melhor preparação do solo, na adubação, na irrigação e na colheita.
Os drones, que mencionamos anteriormente, são capazes de realizar a análise do ar para que o produtor consiga orientar as suas práticas. A Embrapa também desenvolveu seu próprio sistema de informações do clima, conhecido como Agritempo.
É possível utilizá-lo tanto na sua versão web, abrindo diretamente no navegador do computador, como baixá-lo em forma de aplicativo. Ele está disponível para dispositivos móveis que contam com o sistema Android.
Sensores
Os sensores, aplicados ao contexto do agronegócio, são capazes de analisar o ambiente no qual são instalados para coletar dados relacionados à temperatura, à umidade relativa do ar e às condições de irrigação, entre outras características.
É possível contar com dispositivos que já tenham suas próprias câmeras. Elas são capazes de emitir raios ultravermelhos que ajudam na análise de saúde das plantas e ainda fornecem dados sobre o estágio de desenvolvimento.
Também é possível contar com sensores de altura. Eles ajudam na avaliação da topografia da propriedade e no ajuste de pulverização dentro da área. Esses sistemas podem ser programados para funcionar de maneira autônoma, liberando os trabalhadores para outras atividades.
SIGs ou GIS (Geographic Information System)
Os SIGs, ou Sistemas de Informação Geográfica, também têm dado o que falar. Eles coletam informações geográficas para enriquecer dados levantados pelos produtores. A principal vantagem desses softwares é contar com interfaces intuitivas, que exibem os registros por meio de mapas e gráficos.
Com um software SIG, você consegue visualizar, no meio da lavoura, as pragas e ervas daninhas. O contrário também ocorre: com o programa, saberá quais são as partes que têm gerado melhores resultados.
Telemetria
A telemetria funciona por meio dos dados de GPS, que ajudam os produtores a delimitar espaços da propriedade. Assim, podem analisar e combater infestações de pragas e insetos, por exemplo, e ainda avaliar as condições do solo.
O melhor de tudo é que cada registro pode ser armazenado para fomentar análises posteriores, permitindo comparações embasadas. A telemetria também é importante no acompanhamento do maquinário, uma vez que ela facilita a avaliação das performances, da velocidade e até mesmo ajuda a checar se as marchas estão corretas.
Como pudemos ver, a agricultura 4.0 no Brasil está avançando a passos largos. Ainda há o que melhorar, mas a conectividade tem crescido e as tecnologias estão cada vez mais modernas. O nosso agronegócio, que já produz muito, vai crescer ainda mais.
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fevereiro 13, 2022 às 6:07 pm
Dia após dia o Banco do Brasil está acompanhando financiamento o agronegócio e com a área Broto irá dar mais resultados a nossa agricultura e confiança na certeza de cometer erros e com tanta informações e aprendizado só nos resta agradecer e ter o BANCO DO BRASIL NOSSO MELHOR PARCEIRO PARA O NOSSO FUTURO EM NOME DE TODAS AS MULHERES QUE ACOMPANHAM SEUS MARIDOS NA AREA RURAL AGRADECO TODO TRABABALHO DA AREA BROYO DO BB
fevereiro 14, 2022 às 9:00 am
Oi, Maria. Tudo bem? Que coisa boa receber o seu comentário. Ficamos muito felizes por conseguir apoiar produtoras e produtores rurais do nosso país, seja trazendo informações com nossos artigos e cursos, seja disponibilizando produtos e serviços de parceiros e ferramentas que ajudam na gestão das fazendas. Conte sempre com nosso apoio!